O sorriso que contornou os lábios de Ares foi cruel, malicioso, divino...
Me abaixei vagarosamente, ainda segurando o pole dance e peguei uma das moedas que caiu aos meus pés.Ele se aproximou e esquivei. Ares arqueou a sobrancelha enquanto eu pegava outra moeda.
Ele desfivelou o cinto e pulei para o chão, com meus saltos batendo de forma seca e visei a porta, agarrei as maçanetas mas elas nem mesmo se moveram. Me virei abruptamente, com minhas costas se chocando contra a porta e a risada rouca de Ares levou um arrepio por meu corpo.
— Vagabundo!_ grunhi entre os dentes_ Trapaceiro!
— Eu te conheço, docinho! _ ele riu rouco, fazendo minhas pernas tremerem quando apontou com os olhos de forma calma para as moedas no chão.
— Você trapaçeou!
— Eu o fiz? Você não específicou os termos!
Respirei fundo, e com toda minha agilidade me abaixei começando a recolher moedas. Ares riu mais uma vez de forma vitoriosa, e quando ele se instalou atrás de mim, pulei para a moeda mais longe no cômodo.
Batidas na porta ecoaram e ergui meu corpo como uma flecha. Ares bufou, fechando seu cinto e me lançou um olhar de aviso.
Ele abriu a porta e alguém sussurrou algo. Arqueio sobrancelha curiosa e Ares suspirou, olhando para mim e acenou para irmos embora. Abaixei recolhendo apressada as moedas enquanto ele continuava com seus assuntos. Enfiei as moedas no bolso de forma sorrateira.
Até parece que vou deixar dinheiro para atrás. Corri para fora em passinhos curtos até estar andando lado a lado com Ares. Saímos da boate em silêncio, com todos os capangas nos cercando.
Ares me olhou de esgueira, com uma ameaça silenciosa que aquela maldita aposta não seria esquecida.
A friagem da madrugada bateu em meu corpo quando torci a cara e remexendo no lixo um cão de porte grande, magro e medroso tentava achar comida. A lembrança de minha Prince apertou meu peito, deixou uma sensação fria e vazia por um momento junto com o que veio daquela memória.
Bruce, a explosão... Tudo ainda estava lá, mesmo que eu estivesse tentando fingir que nunca tinha acontecido.
— Ares..._ sussurrei beliscando o tecido de sua camisa e ele parou, percebendo meus olhos fixos no pobre animal.
Ele encarou meu rosto de forma cética, talvez conseguindo enxergar em meus olhos minha vontade sem que eu precisasse dizer. Ares foi a frente, passos mansos para não assustar o pobre cão, que ainda assim recuou.
Se abaixou sobre os calcanhares assobiando baixinho, mas o cão estava amedrontado. Talvez com medo do que provavelmente já tivesse passado nessas ruas. Mas ainda assim se aproximou, fungando o ar. Ares cercou seu pescoço e lombo, afagando com carinho e me rabo do animal balançou enquanto ele chiava contente pela atenção. Me abaixei ao lado de meu marido, o afagando também, e ele tentou me lamber mas recuei ágil.
— Quanto tempo você acha que Kalel vai me ignorar emburrado?_ perguntei baixinho em um sopro, mordendo o lábio com receio e Ares me deu um sorriso adorável.
— Você é a chefe, docinho! Eu te prometi, não é? Que você poderia ter quantos bichinhos de estimação quisesse.
— Você ouviu, rapaz? _ disse risonha olhando para o cachorro e o cocei _ Você vai para casa comigo! Vai sim!
—Mas não sei se Panter e Felicia pensam igual a mim. _ Ares tombou a cabeça e ri sapeca o acompanhando com olhos brilhantes como uma garotinha.
Peguei o cadela, magricela, a abraçando contra mim. Céus! Marlon ia me matar quando me visse entrar em casa com meu cão.
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Um Gangster em Minha Vida
Roman d'amourHallie ansiava mais de sua própria vida pacata. Em uma determinada noite, enquanto busca por um romance para lhe dar algum tipo de propósito, o encontro fracassado e inusitada a leva de volta para casa revoltada. Já no meio da noite, acaba se metend...