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O restaurante estava completamente cheio, os garçons mal conseguiam suprir as demandas dos pedidos que até mesmo chefe Francesco estava servindo as mesas, saindo da cozinha empurrando a porta com as costas enquanto suas mãos estavam ocupadas carregando os pratos.

- Está acontecendo alguma promoção?_ perguntei para o atendente que negou.

- Não, senhora Crawford! É que desde o dia que a senhora esteve na cozinha com chefe Francesco, o restaurante tem estado cheio. Acho que sua visita foi uma grande inspiração...

Olhei admirada para todos e me esquivei ágil de um garçom que passou apressado com o pedido.

- Uau! Mas não tem fila lá fora...

- Trabalhamos somente com reservada, senhora. Estas pessoas esperaram quase uma semana para jantar aqui está noite!

- Isso é maravilhoso. _ sorri largo e acenei para chefe Francesco que devolveu o jesto com um sorriso de orelha e orelha.

Ao terminar de servir a mesa, se aproximou pegando minha mão e lavando a boca para um jeito recato.

- Que enorme prazer tê-la aqui essa noite, senhora Crawford!

- Estava de passagem e resolvi jantar aqui!_ dei de ombros _ Mas vocês parecem lotados, hoje. Haveria espaço para mim!

- Sempre haverá, senhora!

- Ótimo!_ disse sorridente tirando meu sobretudo e entregando para o atendendo. Amarrei meu cabelo em um coque molhado e soltei uma lufada. _ Então é melhor eu começar a ajudar!

- Senhora?

- É melhor caprichar na minha porção, hum!_ comentei indo em direção a cozinha, empurrei a porta e um dos cozinheiros colocou os pratos na mesa.

- Mesa 12! _ ele anunciou para ninguém em especial e peguei os pratos e levei para fora. Empurrando a porta com as costas e atravessei o enorme salão cheio, até a mesa designada.

Coloquei os pratos, servindo segundo a etiqueta que Marlon havia me passado, servindo pela esquerda. O casal ergueu seus olhos para mim, confusos e sorri.

- Boa refeição!_ Anunciei me afastando com um aceno e me apressei retirando os pratos terminados em outra mesa.

Passei por chefe Francesco, que estava estagnado com a boca aberta e ele soltou uma risada nasal e correu animado para a cozinha.

***

O shopping já estava fechando. O movimento de gente era quase nulo. O estacionamento agora parecia assustador, mesmo com as luzes ligadas. Meus pés estavam me matando, mas foi divertido ajudar no restaurante. Em compensação, quando fiz a pausa para meu jantar, chefe Francesco foi generoso om uma porção realmente avantajada e sobremesas deliciosas. Minha consciência apesar disso estava tranquila, pois por algum motivo, entendia que minha refeição foi paga com meu trabalho de forma justa.

E mais uma vez tinha ganhado algumas sobremesas para levar para casa.

Liguei o som do carro, aproveitando uma playlist mais badalada. E por mais cansada que estivesse, havia um pico de animação e boa energia em mim. A avenida estava pouco movimentada, apenas alguns carros passavam vez ou outra. Já era um pouco mais da meia noite, e apesar do horário, remetia um pouco de sossego solitário. Abri as janelas, deixando o vento frio entrar e beijar meu rosto pouco tempo.

Arranquei a tampa da caixa de doces, pegando um bombom, tirando da embalagem com cuidado para não tirar minha atenção da direção. O sinaleiro ficou vermelho e parei porque havia um carro parado esperando. Mordi o doce, apreciando o sabor maravilhoso, deixando um murmúrio de aprovação e ergui meus olhos para o carro que não se moveu na pista. Olhei abruptamente para fora quando alguém se aproximou, uma arma em mãos apontando para mim freneticamente, me ordenando a descer do carro quase aos gritos.

Um Gangster em Minha Vida Onde histórias criam vida. Descubra agora