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   Estava aninhada entre cobertores enquanto a luz do abajur estava acesa. Meu telefone vibrou indicando uma mensagem, e liguei a tela conferindo.

" Desculpe! O dia não foi bom ..."

   Suspirei pesadamente, e encarei o chat de mensagens por longos segundos, me perguntando se deveria me desculpar também. Afinal, eu tinha gritando com ele no telefone. Algo pulando na cama me assustou e olhei ágil para Panter amassando o cobertor com as patas, se aproximando enquanto ronronava e se esfregou em mim. Liguei para Ares de forma ágil, e ele atendeu. Fiz sinal de silêncio e virei a câmera o mostrando seu bichinho de estimação usurpando seu lado da cama.

  A risada de Ares fez Panter mover as orelhas, e ri rouco baixinho, com meu peito vibrando e virei a câmera para mim, agora encarando Ares de forma mais tranquila.

— Desculpe..._ sussurrei e Ares suspirou rolando seus olhos ao redor do cômodo qual estava.

— Eu sei que está sendo difícil para você, Hallie... Mas nesse ramo, não tenho o luxo de deixar você aprender com falhas... Elas podem ser fatais! _ Ares sussurrou parecendo cansado. _ Vá dormir docinho!

— Nos mal nos falamos ..._ sussurrei e ele me deu um sorriso ladino doce.

— Vá dormir! Quero ver você dormindo... Eu desligo o telefone!

— Eu posso apenas fingir.

— Eu saberia... E aí você estaria encrencada. Você se lembra da última vez, certo?

   Sorri largo e minhas bochechas ardendo. E como me lembrava ... Umedeci os lábios, ainda com um sorriso em meus lábios, e fechei meus olhos.

— E se eu for uma boa garota?

— Ainda vou "castiga-la" por isso...

    Uma risadinha lerda escapou de minha boca, e Ares riu rouco de meu atrevimento. Meus olhos ficaram pesados, meu corpo parecia afundar na cama. Talvez fosse pelo cansaço, ou pela noite anterior em claro, mas com a voz de Ares do outro lado da ligação, senti como se ele estivesse ao meu lado na cama. Seu cheiro contra minhas narinas, o roçar de sua boca em minha pele em um beijo. Talvez fosse um sonho...

Ares

   Afastei meus lábios de seu ombro desnudo, obeservando sua respiração ressonando e seus cabelos espalhados pelo travesseiro.

     A madrugada já estava quase em seu fim. O céu já começava a clarear quando me afastei da cama devagar. Eu tinha pego o primeiro vôo para casa após a última reunião encerrar, e enquanto eu a observava dormindo pela tela do telefone, estava indo para o aeroporto.

Agora em casa, apenas para poder a ver, conferir de perto como ela estava depois de ter a ouvido gritar seu desabafo pela ligação, eu sabia que precisa vê-la mais do que qualquer coisa. E não me importava de ter que pegar outro vôo em menos de uma hora, e perder a primeira reunião do dia.

— Eu te amo, Hallie! _ sussurrei em um sopro contra seu ombro, aspirando seu cheiro qual estava louco de saudade.

   Ergui meus olhos para sua mão enfaixada,e tive tanta vontade de desembrulhar o curativo e ver como estava, em poder cuidar dela, mas tinha medo que toca-la pudesse acorda-la.

    Me afastei do colchão cuidadosamente.  Ela estava dormindo tão pesadamente como se a exaustão finalmente tivesse a consumido. Sai do quarto em passos sorrateiros, fechando a porta com extremo cuidado. A casa estava completamente silenciosa, e Garry já estava a minha espera, de pé, diante do carro.

— Me leve de volta ao aeroporto, Garry! Tenho que pegar o vôo de volta!

— Sim, chefe!

***

Um Gangster em Minha Vida Onde histórias criam vida. Descubra agora