Capítulo 5

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Dia atuais - Kai

Viver sem sua presença foi a maior tortura da minha vida, eu mataria novamente, iria preso novamente, sentiria toda dor novamente só para ter ser corpo grudado ao meu.

Aperto o volante com força vendo Will a se despedir de Emory.
*Esfregue em minha cara que encontrou o amor e eu sou um merda despedaçado*

Buzino com força, socando o volante, sinto falta de quem era, do garoto que só extravasava na noite do diabo, no dia trinta e um de outubro onde os quatro cavaleiros colocavam suas máscara e aterrorizavam a cidade sem nenhuma consequência, mas agora toda noite é a noite do diabo para mim, toda noite meus acessos de fúria percorrem a cidade.

– Te pedi cinco minutos, Kai - sua voz grita ao jogar a mochila no banco traseiro e sentar no do passageiro.

– Peça cinco minutos para a menina acorrentada ao pescoço como um cachorro - rosno ao me lembrar das imagens de segurança, *minha pequena Arabella*

– Vamos entrar, tirar ela, levar ao esconderijo e esperar o aval de Damon e voltar para casa - Will repete o plano para si mesmo, eu já o havia decorado no primeiro minuto, na realidade nunca me controlei tanto como nos últimos três dias. Minha mente tinha a ciência de que precisávamos de um bom plano, não fazíamos ideia do motivo dela não estar morta, quem a estava sequestrando ou muito menos se foi um dos sócios de Crist ou outra pessoa - Sem mortes, Kai - sua voz sai em advertência e rio alto sendo sínico.
*não se pode matar uma única vez e você já é taxado de assassino compulsivo*

Eu não matei ninguém sozinho, Will - do a ré no carro saindo da propriedade dos Fane - Se me lembro bem foi você que jogou a última pá de terra na cova- silêncio invade o carro.

*– Trouxe do seu dojo - Damon me entrega uma das espadas da minha coleção , seu olhar é baixo, como se estivesse realmente triste - Eu só queria dizer que - seus olhos correm pelo estacionamento dos Fane garantindo que estamos sozinhos - Esse plano deles é uma merda - um sorriso sai de seu rosto e quase sorrio junto - Se fosse a Winter no lugar dela, eu mataria todos que achasse pelo caminho.

–Não tenho a intenção de matar ninguém- pego a espada se sua mão a jogando no banco traseiro.

– Eu sei - sua voz é calma ao recostar na BMW ao meu lado - Só estou tentando dizer que- seus olhos vão aos demais que já desciam as escadas - Nunca fomos os mais próximos, mas sempre admirei a forma como cuida do que ama - seus olhos caem a Winter que abraça os braços de Rika a sorrir - Se quando voltar me disser que foi preciso machucar pessoas para protegê-la não irei te julgar - seu corpo volta novamente a minha frente - E - tudo em si tensiona - Se você deixar que algo aconteça com Will no caminho, se você voltar sem ele, eu mesmo vou te matar - uma risada sai de minha garganta, mas meus lábios permanecem intactos*

– Foi mal - digo com calma lembrando das palavras de Damon antes de sairmos, ele está certo. Will não deveria ter vindo, sua alma ainda continuou pura mesmo depois de toda merda que passamos, ele superou a morte dela, a cadeia, as bebidas, drogas. E eu apenas me afundei em amargura.

– Tudo bem - seu sorriso é pequeno ao puxar a arma do porta luva - Fizemos o que foi preciso, não a salvamos, então a vingamos - ouço o som do pente a ser recarregado - Só estamos te pedindo cautela, nossa parte é a mais importante e a única que não pode sair do plano - sua voz é calma e repito em minha mente as palavras de Michael.

Entrar no esconderijo, resgatar ela e nos escondermos. Os outros cuidarão do resto, para voltarmos em segurança.

– Já pensou no que vai fazer quando ve-lá? - o questionamento sai de meus lábios- Você tem a Emory agora - o olho de relance a recarregar a segunda arma.

– Não pensei nessa parte ainda - sua voz é calma e me lembro das noites em que entrávamos no quarto dela a escondida e tínhamos o caminho todo de conversa até o vilarejo - E você?

– Ela provavelmente me odeia - sorrio pra disfarçar a dor - Eu que causei todos os eventos daquela noite - aperto o volante falando mais para mim mesmo do que pra ele, tentando me conforta com o desprezo que ela me daria.

– Será? - seu corpo da uma pausa quase que como se estivesse lembrando da noite - Será que ela sabe que fomos presos no ano seguinte? - sua voz abaixa e os dedos deslizam pela arma - Ela pode achar que apenas a abandonamos, sua família sumiu da cidade na manhã seguinte, nenhum deles tem ao menos uma rede social, nem ao menos soubemos aonde foi o enterro - seu punho aperta a arma com força- Já parou para pensar que sofremos por cinco anos atoa? - um nó forma em minha garganta.

Estava tão concentrado em resgata-lá que nem analisei com coerência a situação. O que de fato aconteceu naquela noite? O que aconteceu na manhã seguinte ? Fomos presos por espancar o cara que a matou, mas se ela realmente não estava morta, qual o motivo da nossa sentença ter sido diminuída quando nossos advogados alegaram legítima defesa?

– Quantos dias Damon irá precisar para encontrar a filha do sócio que consideramos suspeito? - balanço minha cabeça na tentativa de limpa-lá, não estou pronto para pensar em tudo.

– Uma semana, o tempo de encontrá-la e o processo de negociação, caso seja realmente ele - esse filho da puta roubou algo nosso, fazia sentido só o entregar algo dele quando todos estivéssemos a salvo em casa - Pode ser menos é claro - seus olhos vão ao oceano, enquanto dirijo em alta velocidade.

– Ou bem mais - sinto o frio na barriga só de pensar em ficar mais do que uma semana trancado com os dois em uma casa, tendo que conviver com meus pensamentos.

– As vezes sinto tanta falta daquele tempo - sua mão aperta a arma novamente - Tem dias que só gostaria de voltar para os momentos em que a deixávamos pau da vida - seu olhar cai a mim - Nunca te contei que trabalhei de voluntário por um dia inteiro na lanchonete em que ela trabalhava, né? - sua voz é brincalhona e não consigo evitar um sorriso de lado.
*Will trabalhando servindo mesas* minha barriga quer gargalhar, mas me contenho - Achei que era uma grande forma de passar na sua frente - sua voz é divertida.

– Justo - digo sorrindo.

– O que você fez com ela que não me contou ? - sua voz ainda era brincalhona ao se virar um pouco no banco em minha direção, não entre neste caminho.

– Will - respiro profundamente soltando todo o ar de meu pulmão.

– Vamos lá- suas mãos empurram meus ombros - Não pode ser tão ruim - seu sorriso ilumina o carro - O que vocês fizeram que eu não sei? - sua voz é apressada.

– Nós transamos - sinto meu corpo a esquentar só de lembrar do seu toque deslizando pelas minhas costas - Eu fui cuidadoso, fiz tudo da forma que deveria ser para a primeira vez de uma garo

Antes que a frase pudesse ser terminada sinto um soco em meu rosto, o carro desequilíbria e seguro o volante com força tentando não sair da pista – Porra, William - berro ao acariciar meu queixo com a mão livre.

– Você transou com a minha garota? - ele berra novamente e outro soco é depositado em meu rosto, mas não revido, apenas seguro mais o volante, fazendo o carro não deslizar.

– Nossa garota - o lembro do acordo feito a mais de cinco anos - Não venha agir com hipocrisia- viro encarando seus olhos quase que a ferver - Se fosse ao contrário você também não pensaria duas vezes - seu corpo se vira com força, ficando ereto no banco, ele sabia que no momento que aqueles lábios rosados pedissem ele faria o mesmo que eu.

– Japonês do caralho - um sussurro sai de seus lábios, seu olhar a encarar o oceano se concentrando nas minhas palavras - Você dirige mais devagar que a minha mãe, tenho uma garota para salvar - sua voz sai manhosa e sorrio ao saber que sua raiva já se esvaiu ou ele está a fingir.

Devotion • Kai e WillOnde histórias criam vida. Descubra agora