Está é uma obra ficcional, vivemos em uma sociedade onde a lei deve ser cumprida não a vingança.
Cinco anos atrás - Kai
Deus, eu nunca conversei com você, nunca me preocupei em sequer me questionar sobre sua existência, passei toda a minha infância e adolescência indo a sua casa, pois era um lugar silencioso e fazia a mamãe feliz, só que eu nunca lhe procurei, nunca te pedi nada, nunca me interessei em saber quem você é.
É só que minha mãe sempre diz que você faz milagres, então por favor, me leve de volta ao dia em que a conheci, me leve de volta aquela sala de aula e me deixe socar a cara daquele professor que ousou ser grosso com minha menina, me leve de volta aquele refeitório para que fique do seu lado o tempo todo e ninguém ouse olhá-la, me leve de volta aquela sala vazia e me deixe beija-lá novamente, me deixe acariciar seu rosto e lhe dizer o quanto a amo, o quanto a desejo, o quanto a quero só para mim, mas se tiver que dividi-la eu aprendo a lidar com isso, só me tire daqui, só arranque esse vazio do meu peito, eu não quero sentir isso, o mundo perdeu todas as cores, toda essa cidade agora é cinza.
– Kai? - a voz de Will sai fraca, mas ainda embargada, ele havia passado toda as três voltas que demos na cidade a chorar - Você pode dizer alguma coisa? - existe tanta dor em sua voz, eu só quero o silêncio, eu só quero a porra do silêncio enquanto aperto seu corpo em meu colo, mas meus olhos caem ao moreno ao meu lado o desespero em seus olhos, a boca e rosto rosados pelo choro.
– Eu tenho medo da morte, sabia? - a frase rola de minha boca sem que nem perceba - Eu sempre soube que ela voltaria para tomar algo meu desde que tirou minha vó - minhas mãos correm ao porta luvas pegando uma de minhas adagas, eu tinha uma em cada carro, duas no meu, uma no porta luvas de Will, a outra embaixo do banco traseiro de Michael e a última no porta malas de Damon - Eu sempre achei que seria eu - encaro seus olhos ao tentar sorrir de forma fraca - Eu sempre achei que a porra dessa condição mental minha ia me envolver em uma briga tão fodida que não teria mais volta, que eu a encontraria cara a cara quando viesse me buscar - sua mão aperta o volante - Eu nunca achei que seria ela - minha voz sai tão baixa - Eu realmente preferia que ela tivesse me buscado em seu lugar - mordo os lábios para afastar o choro, eu não ia chorar de novo, eu nunca mais choraria em toda minha vida.
– Para - sua voz sai grossa - Vocês três são tudo o que eu tenho - seus olhos nem se movem da estrada numa busca idiota por Chad.
– Vamos chamar a polícia- repito pela milésima vez o que a voz do meu pai grita em minha mente.
– Polícia é o caralho - sua voz é grave - Eu mesmo vou achá-lo.
Talvez seja a culpa, talvez seja a dor, mas eu só quero ir para casa, eu realmente só quero o colo da minha mãe e mesmo assim não sei como irei abrir a boca para contar que a única pessoa a qual gostei em toda minha vida está morta por minha culpa, por eu não ter sido homem o suficiente para ir com ela, por eu não ter sido homem o suficiente para ter chego antes, por eu não ter sido o homem que meu pai queria que fosse.
– Te achei, seu merdinha - o carro freia com força e Will quase salta do veículo ao disparar para a pista de motocicletas.
– Eai Grayson - a voz de Chad é brincalhona ao abrir os braços e gargalhar junto com troy e duas meninas ao seu lado, mas antes que sua boca se abrisse novamente Will acerta um soco em seu rosto - Por que isso, cara? - sua voz é debochada ao secar o sangue de seu nariz.
– Por que isso? - Will o acerta com outro soco e Chad revida fazendo os dois se rolarem pelo chão.
Os olhos das duas garotas caem aos meus ao segurar a faca e suas pupilas se dilatam de pânico.
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Devotion • Kai e Will
FanfictionA cinco anos atrás Kai e Will se apaixonaram pela mesma garota e decidiram fazer da vida dela um inferno até o momento em que foram presos. Agora livres novamente, ambos descobrem que ela foi sequestrada por um inimigo em comum. Do mesmo universo d...