Devotion • Kai e Will

Capítulo 21

Cinco anos atrás- Arabella

A multidão me aperta, o cheiro da bebida, das drogas e posso jurar que consigo sentir o cheiro de sexo a invadir o local. Acompanhamos Will a furar a fila e seu corpo começa a conversar, brincar com o segurança que nos libera sem nenhuma revista ou checar os documentos. Berros invadem meu ouvido assim que nossos corpos passam pela porta, pessoas impacientes por esperarem a horas.

Recomendo que comece a ouvir a música agora

A multidão lá fora nem se compara com a que achamos aqui dentro *eles vão me perder, vou ficar perdida e isolada no meio de toda essa gente* antes que o desespero tome meu ser sinto uma mão a se entrelaçar com a minha, meus olhos percorrem o grande braço parando no rosto a sorrir.

A mão de Kai aperta a minha ao passar pela multidão me levando até o bar.

– Quer beber algo ? - seu corpo pressiona o meu na bancada e para as minhas costas, sussurrando em meu ouvido. Tento posicionar minha voz, porém nada sai apenas minha cabeça a se mover em um sim, tento colocar a mão na bolsa para retirar o dinheiro, mas seus dedos tocam os meus me parando - Minha mulher nunca paga por nada - sua voz tão perto do meu pescoço me faz estremecer.

Suas mãos vão ao seu bolso retirando a carteira e logo um cartão preto.

– Você já bebeu alguma vez na vida, meu amor ? - seu hálito a esquentar meu pescoço me estremece.

– Nunca - minha voz sai fraca e consigo sentir seu sorriso.

– O Will age como se você fosse uma garotinha indefesa - seus dedos tocam minha cintura nua, eu quero acreditar que a roupa não foi pensada para ter a mão de ambos a tocar em minha pele, mas estaria mentindo - Eu já acho que você é a mulher mais poderosa que já conheci - tombo a cabeça para trás deitando em seu ombro por conta do salto. É estranho estar nem que seja centímetros mais perto de seu rosto.

– Por que ? - minha voz sai baixa e curiosa.

– Você é a dona de todo lugar em que entra - sua mão livre pega o cartão com o garçom novamente- Todos te olham, sabia? - suas palavras são gentis - Se conseguisse enxergar o poder que vejo em você- uma mecha do meu cabelo e posta atrás da minha orelha.

– Posso te pedir um favor ? - me viro a levantar a cabeça para encarar seu rosto e sua cabeça se move em um sim - Eu sei que o Will não vai gostar - minha voz sai calma vendo os  seus olhos totalmente focados em mim, eu gosto disso nele a forma como sua atenção sempre é cem porcento no que estou a dizer, como se ouvisse cada sílaba que falo com atenção, como se o mundo pudesse estar acabando, mas enquanto eu não terminasse de falar ele não se moveria para se salvar - Eu queria aproveitar a festa sozinha - olho para baixo apreensiva, mas sua mão levanta meu rosto.

– Nunca abaixe a cabeça para mim - seu tom de voz é grave - Eu sou seu, esse lugar é todo seu, você é a dona de tudo e deve agir como tal - seu tom de voz é rouco, mas as palavras aquecem meu coração sem que entenda o motivo, ninguém nunca me enxergou desta forma, nem eu mesma na verdade.

– Então eu posso ? - sorrio em animação.

– Humhum - sua voz é calma - Mas estarei de olho em você a festa inteira - seu dedo brinca com meu queixo e suas mãos vão ao bolso da minha calça colocando seu cartão ali - Você vai conseguir me achar depois? - seus olhos me analisam com atenção.

– O cara mais alto e bonito da festa - reviro os olhos a sorrir, enquanto pego o pequeno copo que o garçom deixou a mesa e bebo, o líquido desce queimando e tenho certeza que fiz uma careta ao sua risada invadir o ambiente- Assim que ficar entediada volto para vocês dois - sorrio.