Capítulo 23

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Cinco anos atrás- Arabella

– Por que estamos em um parque ? - olho para Will que sorri como uma criança, seus olhos baixos pela erva, mas a expressão brincalhona sempre a tona, parece que seu corpo vai pular de alegria a qualquer momento.

– Quero te levar para um quarto - ele nem ao menos para de falar quando encontra um colega e o cumprimenta com a cabeça, os meninos o olham como se fosse intocável e as meninas como se ele fosse um deus.

– Vocês são ricos - meus olhos vão a direita vendo Kai a caminhar tranquilamente com as mãos nos bolsos os ombros relaxados, o maxilar solto, a aparência de tranquilidade preenche seu rosto desde o fim do nosso beijo. Volto a esquerda analisando Will - Poderiam pagar um quarto de hotel - minha voz sai em um tom óbvio.

– Eu como outras garotas em quartos de hotéis - Will para a minha frente e estanco o caminhar - Você eu levo ao meu esconderijo- seu dedo indicador toca a ponta do meu nariz.

– Eu acho que está tão chapado que nem percebeu que isto é um parque - meus braços vão ao alto - Não existe quartos aqui - o encaro com desprezo.

– Eu sou Will Grayson III - sua voz é grave - Consigo tudo o que eu quero - sua voz é brava - E se eu quero um quarto para foder minha garota, eu vou ter um quarto para foder minha garota - sua voz sai tão animalesca que um arrrepio de medo me percorre, eu ainda consigo sentir o toque das duas mãos em meu corpo, ainda sinto as mãos de Will em minha cintura, a língua de Kai em meu peito, ainda sinto o gosto dos lábios de ambos nos meus, mas o som da risada de Kai me traz a realidade novamente e sacudo a cabeça afastando esses pensamentos.

Seu corpo se vira com brutalidade a sumir na fila da roda gigante, giro o corpo respirando o ar puro, as luzes e lâmpadas, as crianças a correr, os pais a sorrirem. Meu peito se aperta todas essas pessoas me julgariam no instante que soubessem o que deixei fazerem comigo naquele quarto e me julgaria muito mais se soubesse que estou pouco ligando se eles forem mais longe hoje, apenas hoje.

Amanhã será outro dia, não terei nenhuma bebida para culpar, então já sabei o roteiro a seguir.

– Vamos brincar - a voz rouca me puxa pela multidão.

– Não gosto de brinquedos radicais - o comunico vendo seu ombro balançar, como se estivesse a sorrir.

– Nenhum brinquedo aqui é radical, Arabella - sua cabeça se vira para trás me encarando com diversão *você também bebeu,né? Está tão brincalhão hoje*.

– Não gosto de coisas que vão rápido, não gosto de coisas que giram, não gosto de coisas que vão ao alto - vou citando a lista conforme nossos corpos vão passando pelos brinquedos.

– Resumindo, Arabella Martins não gosta de nada - ele grita e paro, seu corpo percebe e se vira dando uns passos na minha direção.

– Como sabe meu nome do meio ? - o encaro brava, eles sabem tanto sobre mim, mas o que sei sobre eles? Nada, nada além que são ricos e gostam de infernizar a cidade no halloween, apelidado como Devil's night a noite a qual os quatro filhos das famílias mais ricas da cidade saem mascarados colocando a cidade a baixo é isso pelo o que umas meninas me disseram na escola, não sabendo ao certo se coisas piores que vandalismo são feitas nessa noite.

– Maria gostou de mim - seus braços se cruzam a gargalhar - Mães contam tantas coisas sobre as filhas - seu tronco se inclinar ficando do meu tamanho- Tantas histórias constrangedoras - seu rosto a centímetros do meu zombando da minha cara - O que as filhas gostam de comer, o que brincavam na infância, os artistas que é fã, todos os namoradinhos que já teve - seus olhos me circulam com divertimento.

Devotion • Kai e WillOnde histórias criam vida. Descubra agora