Chapter 37 ❤

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#Harry#

Um raio de luz passou-me sobre os olhos, fazendo-me acordar daquele estado semi adormecido de que me encontrava. Não foi necessário olhar para o meu lado para constatar que a Rita se encontrava a meu lado, sentir aquela respiração no meu pescoço foi o suficiente para despoletar recordações.

Já não sentia aquele respirar tão próximo de mim há tempo demais. Apenas ontem tinha arranjado coragem para a beijar, e por muito que diga, não me arrependo, pois já o desejava fazer há muito tempo.
Mordi o lábio inferior e levantei-me da cama o mais cuidadosamente possível.

Não tinha sono, mas o meu corpo estava cansado, por isso decidi ir tomar banho. A caminho da casa de banho, constatei que eram 15h, o que me fez olhar desconfiado para o telemóvel. Mas a bateria do mesmo era tão pouca que não fiz nada para o comprovar, liguei simplesmente o chuveiro e fiz o que tinha programado fazer: tomar banho.

#Rita#

Devia de ter passado a noite toda numa posição apenas, e a prova disso era a dor no ombro que me acompanhava naquele acordar.

Olhei em redor e reparei que me encontrava sozinha, mas algo me dizia que o Harry estava a tomar banho. Provavelmente era o som do chuveiro a deitar água. Sim, possivelmente.

Procurei saber que horas eram, mas no momento em que toquei no ecrã do telemóvel do Harry, este desligou-se, por isso fui então procurar o meu, que vim a descobrir que estava no mesmo estado. Depois disso, desisti, pois sabia que o Harry não tinha relógios de parede, o que era patético.

Quando voltei novamente para o quarto do Harry, o mesmo já se encontrava lá, com uma toalha em redor da cintura e com o cabelo molhado do duche. Calafrios preencheram-me o corpo todo ao ver tal imagem, quando ele reparou na minha presença.

(Harry)- Bom dia, princesa. Dormiste bem?

(Rita)- Ah, bom dia. Sim, dormi bem, obrigada, e...ah, desculpa pelo que se passou ontem, é que--.

(Harry)- Eu sei o que é que se passou, não te preocupes, que eu também não. Está tudo bem agora?

(Rita)- Sim, está.

(Harry)- Boa, era isso que eu queria saber. Agora, se fizeres favor, eu tenho de me vestir, e por mais entusiasmada que tu estejas por me ver nu, vais ter de esperar por logo à noite para ver, ok?

#Louis#

Demorou uns 2 minutos até alguém me abrir a porta.

(xxx)- Oh, Lou, olá!

(Louis)- Olá Ne! A Bia está?

(Inez)- Sim, está no quarto. Eu vou chamá-la.

(Louis)- Deixa estar, obrigada. Eu vou lá.

Ela apenas me sorriu como resposta e indicou-me para onde me devia de dirigir. Bati à porta e ninguém me respondeu. Bati mais uma vez, e como não houve mais uma vez resposta, decidi abrir a porta, eu próprio.

Por detrás dela encontrava-se uma rapariga debruçada sobre uma coisa não observável a partir da minha vista.

(Louis)- Beatrice.

Não tive resposta, mais uma vez. Ela parecia vidrada simplesmente no que estava a agarrar, e abstraída do resto do mundo.

(Louis)- Beatrice, estás a ouvir-me?

Finalmente houve uma reação por parte dela. Encontrava-se a morder o lábio inferior, e mesmo com o ambiente escuro como aquele, notava-se que tinha estado a chorar. O que ela tinha na mão assemelhava-se com uma caixa, com fotografias lá dentro, e parecia agarrá-la com força.

(Louis)- Beatrice, tens de me contar o que se passa.

Ela enxugou uma lágrima que lhe caíra naquele momento e abanou a cabeça.

#Beatrice#

Decidira ir buscar a caixa com as nossas recordações. Faço sempre isso, quando me sinto sozinha, tal como naquele momento, e por todas as vezes, acabo a chorar agarrada a ela.

Eu nunca me considerara uma rapariga que chorasse muito, até aquilo acontecer. Parece que as situações nos mudam, afinal.
O problema é que o Louis estava a ficar preocupado comigo, como se a pensar que eu estivesse deprimida.

Mas não é nada disso, eu na realidade não estou deprimida, simplesmente parece que existe algo que não me deixa continuar a minha vida, coisa que pensava que já tinha acontecido.

(Louis)- Beatrice, tens de me contar o que se passa.

Uma lágrima caíra-me naquele momento. Apressei-me a limpá-la e a negar. Comigo não se passava nada.

(Beatrice)- Não se passa nada, Lou. Eu só...estava a relembrar velhos momentos, emocionei-me, só isso.

(Louis)- Mas não é a primeira vez que te encontro com olhos de choro, e eu sei que se passa algo.

(Beatrice)- Passou-se, já não se passa. Eu já te tinha dito que não era nada de importante, é simplesmente um pequeno pormenor da minha vida que...é passado, não volta. Prometo que um dia te conto, um dia. Apenas não fiques preocupado comigo, pois assim ainda me custa mais.

Ele aproximou-se mais da minha cama, sentando-se frente a frente comigo. A luz do candeeiro servia perfeitamente para distinguir todos os seus traços. Os seus traços inconfundíveis. Estendeu-me alguma coisa que parecia ter sido embrulhada num lenço de papel, e sorriu.

(Louis)- Deixaste isto no meu carro. Poderia fazer-te falta se quisesses usá-los outra vez. E...Bia? –olhei para ele, fazendo-o continuar- Sabes que, mesmo que nos tenhamos conhecido há pouco tempo, podes confiar em mim, não sabes?

Algo em mim sabia que sim, mas mesmo assim não estava pronta para lhe contar o que tinha acontecido. Fomos interrompidos pelo som de uma mensagem do telemóvel do Louis.

(Louis)- Desculpa, tenho só de ver.

(Beatrice)- Claro, claro, na boa.

Ficou uns segundos a olhar para o visor do telemóvel, até que finalmente me encarou outra vez.

(Louis)- Tinha-me esquecido, tenho uma entrevista, hoje. Desculpa, mas tenho de ir...

(Beatrice)- Não faz mal, eu compreendo. Vá, eu levo-te à porta.

highly improbable ♠ h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora