Chapter 12 ♥

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#remember on#
(Rita)- Sei, e alguma vez te deixei ficar mal?

(Harry)- Não, mas não sei se foi porque és responsável ou porque ainda não tiveste oportunidade de o fazer.

(Rita)- Har-har-har, que engraçadinho. Mas acalma-te que a viagem de regresso a casa garantida. Além do mais, o último autocarro para o Ancão é às 23:50h, por isso, porquê apressar?

(Harry)- Tens razão.

Deixámo-nos ficar na areia, calados a olhar para o pôr-do-sol que se abria no céu. Na minha cabeça tentava resolver o dilema que tinha andado comigo o dia todo. Suspirei e acabei por tomar uma decisão.

(Rita)- Ãh, Harry?

(Harry)- Sim?

(Rita)- Lembras-te de quando me perguntaste pelos meus pais, naquele dia na piscina?

(Harry)- Sim, lembro-me, porquê?

(Rita)- Eu quero-te contar a história do que lhes aconteceu.

(Harry)- Eu não te estou a forçar a contares, tu só o fazes quando te sentires pronta.

(Rita)- Não, mas eu tenho, eu quero contar-te. Eu sei que só te conheço há uns dias, mas algo em mim me diz que tu és de confiança. Bem, o motivo pelo qual os meus pais não vieram comigo de férias foi porque, porque eles morreram há 2 anos e algum tempo, quando eu tinha 12 anos, numa explosão que ocorreu em minha casa. O meus pais estavam a fazer o meu almoço de aniversário, e pediram-me para ir buscar um ingrediente que “supostamente” faltava. O que eles queriam era que eu não metesse o bedelho e descobrisse o que era o almoço surpresa. Saí de casa, estava a chover e a trovejar, e quando eu voltei do supermercado, nada estava como dantes. –falar naquele assunto era simplesmente doloroso, mas eu estava a tentar que isso não se mostrasse enquanto eu falava- Chamei uma ambulância, mas era tarde de mais. Acabei por ir viver com os meus tios, pois a minha tia é igualmente minha madrinha. Mas desde essa altura que eu me pergunto se, se eu tivesse voltado atrás para ir buscar o chapéu-de-chuva, como planeava fazer pois estava a chover muito, se eu estaria neste momento aqui, viva, a falar contigo, e...não sei, basicamente, os meus pais salvaram-me a vida quando me mandaram ir à rua, e...e agora estão mortos –uma lágrima caiu-me no rosto naquele momento- Em relação a este local, era para aqui que eu vinha todas as férias de verão e quase fim-de-semanas, com os meus pais, porque eles adoravam esta ilha, e eu também. Desde a explosão, esta foi a primeira vez que eu cá voltei, porque a minha tia recusa-se a vir, e eu também nunca insisti muito porque é demasiado doloroso. Bem, está é a história...

Tentei acabar com um sorriso, para ele não perceber o quão mal eu estava naquele momento, mas tudo o que me saiu foi o sorriso mais amarelo possível.

(Harry)- Oh, Rita...

Pegou no meu queixo e limpou-me a lágrima que me havia escorrido para a cara, e depois deu-me um beijo na bochecha, abraçando-me de seguida. E apesar de não me sentir feliz naquele momento, aquele abraço significou muito para mim, quase que, quase que me senti um bocadinho melhor. Depois de longos minutos abraçados, separámo-nos e ele esboçou um sorriso de compaixão.

(Harry)- Melhor?

(Rita)- Sim, obrigada.

Com aquilo tudo já era de noite, por isso saímos da praia e dirigimo-nos para o porto da ilha. Quando ele me viu a subir para cima de um barco, e a pô-lo a trabalhar, ficou com uma cara hilariante.

(Harry)- Tu vais conduzir essa coisa?

(Rita)- Sim, vou, porquê, tens medo de ir num barco conduzido por uma mulher?

(Harry)- Não, tenho medo de ir num barco conduzido por ti!

(Rita)- É assim, sempre podes ficar cá a passar a noite, mas tenho alguma dúvidas de que te deixem passar a noite aqui.

(Harry)- Está bem, eu vou. Mas não de boa vontade, digo já. Como é que tu sabes conduzir esta coisa?

(Rita)- Fui ensinada desde pequenina a manobrar um barco, apenas me falta a carta para o poder conduzir...

(Harry)- E este barco é de quem?

(Rita)- É do pai do João. Ele emprestou-mo e disse que o ia buscar amanhã ao porto de Faro. Mas chega de conversa que o barco está pronto para começar a andar.

...

50 minutos depois, a viagem acabou. A princípio, o Harry assustava-se cada vez que o barco abanava mais do que “o normal”, dando-me uma vontade de rir tremenda, mas já lá para o final, já se estava a divertir. Depois de apanharmos o autocarro para voltarmos para o hotel, despedimo-nos um do outro.

(Harry)- Adeus lollipop.

(Rita)- Lollipop, porquê?

(Harry)- Apeteceu-me. És a minha lollipop.

(Rita)- Se não virmos o lado perverso da coisa, por mim tudo bem.

(Harry)- Temos uma menina perversa, estou a ver.

(Rita) Desculpa lá, mas tu pensaste na exata mesma coisa!

(Harry)- Se calhar foi por isso que te dei esse nome... –a minha cara era impossível de ler naquele momento- Boa noite...my lollipop.
#remember off#

(Harry)- Apesar de adorar a vida que tenho neste momento, eu adoraria simplesmente viver mais um dia, um simples dia, daquele verão. Aquele foi o verão entes de entrar para o X-Factor, e foi basicamente o último que vivi em anonimato, sem ninguém me perseguir, sem fãs, sem fotógrafos, sem nada. Não é que eu não adore isso tudo, pois eu devo a minha fama a todas as minhas fãs, e adoro os meus colegas de banda, adoro tudo. Mas gostaria de viver um dia em que sentisse que não era importante.

(Rita)- Mas isso é impossível, obviamente porque não podes voltar atrás no tempo, mas também porque tu foste sempre importante para alguém, como...como para a tua mãe por exemplo!

highly improbable ♠ h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora