Chapter 1 ♥

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#Rita#

“Eu espero por ti...”.

Estas eram as palavras que me acompanhavam desde que entrara naquele avião. Já há muito tempo que não pensava nelas, é verdade, pois tinha tentado que esse assunto ficasse enterrado para sempre, mas naquele momento, o meu coração falou mais alto, e foi buscar lembranças que me faziam muitas saudades, saudades de ter 15 anos outra vez. Mas isso não era possível.

(Sara)- Estás a ignorar-me, macambúzia?

(Rita)- Ãh? Desculpa, o que é que disseste?

(Sara)- Quando é que deixaste de ouvir o que eu estava a dizer? Oh, deixa-me adivinhar, desde que nos sentámos nos bancos do avião, tipo, há 3 horas?

(Rita)- Desculpa priminha, estava com a cabeça nas nuvens. Resume aí em 5 minutos o que é que disseste na viagem toda, por favor.

(Sara)- Nem penses, não te vou dar essa vontade. Agora ficas na ignorância.

(Rita)- Oh, que má que tu és!

(Sara)- Deve de ser de família, minha linda. Bem, mas esquecendo este pequeno momento, não reparaste que o avião parou?

(Rita)- Como assim?

(Sara)- Parou...tipo, no aeroporto. O que quer dizer que...

(Rita)- CHEGÁMOS!

(Sara)- Ah, estava a ver que não ias lá chegar. Sim, chegámos a Londres!

Levantei-me rapidamente e esperei que a Sara fizesse o mesmo. No entanto, apenas ficou a olhar para mim.

(Rita)- Então, não te levantas?

(Sara)- Claro que me levanto, só não sou tão apressada como tu, estás a ver? Além do mais, queria ver-te a fazer essa cara que estás a fazer neste momento...

(Rita)- Tu não tens emenda, sinceramente.

Ajudei-a a levantar-se e saímos do avião. Mais uma vez, aquelas imagens que eu não queria voltar a lembrar, apareceram na minha mente. Eu estava no país dele, do rapaz que me fez apaixonar por ele há 3 anos, e que depois se foi embora. Podia parecer estúpido, mas aquele simples amor de verão mudou-me completamente.
E agora estava no país dele. No país dele.

...

Nós viemos para Londres e acabámos por decidir ir viver com mais três raparigas, que tinham dois quartos disponíveis em sua casa. Como achavam que era um espaço demasiado grande só para elas as três, e como a renda se estava a tornar demasiado cara, acharam por bem colocar os quartos restantes para alugar. Nós, aceitámos, e depois de termos falado várias vezes com elas por telefone e redes sociais, até achámos que elas eram simpáticas. Entrámos no táxi e demos a morada correspondente ao local, tendo chegado uns 20 minutos depois.

...

(xxx)- Sou a Anne, -disse a rapariga loira que nos veio abrir a porta- e vocês devem de ser a Sara e a Rita.

(Sara)- Sim, somos nós. O sotaque não está perfeito, mas hás-de chegar lá.

(Anne)- Espero bem que sim, depois ainda se chateiam comigo.

(Rita)- Não, não nos chateamos, está descansada! Bem, onde é que estão as outras raparigas?

(Anne)- Estão na sala, nós vamos ter com elas.

...

(xxx)- Sou a Beatrice, mas podem chamar-me Bia.

(xxx)- E eu sou a Inez, e se quiserem podem tratar-me por Ne, porque o meu nome é um pouco fora do normal.

Com as apresentações já feitas, passámos ao assunto dos quartos. A Sara e eu ficámos com os quartos da direita, ao pé da cozinha, só que a Sara ficou com o quarto mais ao pé da casa de banho e eu com o quarto mais perto da sala, e da entrada. As outras raparigas dormem na outra ponta da casa.

(Beatrice)- Está tudo bem para vocês?

(Rita)- Tudo óptimo, obrigada.

(Sara)- Bem, agora temos de ir arrumar as nossas coisas nos quartos.

(Rita)- Eu faço isso a seguir. Primeiro, vou estrear os meus ténis na calçada de Londres.

(Sara)- Está bem, diverte-te.

(Rita)- Obrigada, alguma de vocês quer vir?

Como a resposta foi negativa, fui-me arranjar para ir correr.

...

Os ténis não eram a única coisa que eu ia estrear em Londres. Tinha um iPod há já um ano, e ainda não o tinha estreado. Eu não era muito de ouvir música, mas tinha prometido a mim mesma –e à minha tia, igualmente- que o ia passar a fazer quando chegasse a Londres. Liguei o rádio e na primeira estação que me apareceu, estava a passar uma música que me era conhecida de algum lado.

“You’re insecure,
Don’t know what for.
You’re turning heads, when you walk through the do-o-or.
Don’t need make-up,
To cover up.
Being the way that you are is eno-o-ough.”

(Rita)- Eu conheço esta música de algum lado...

Enquanto me tentava lembrar de onde essa música me era conhecida, desconcentrei-me na corrida, acabando por não ver por onde ia. O resultado foi ter batido contra uma pessoa, que, com o impacto, projetou-se para a frente, acabando por cair em cima de mim.

...

highly improbable ♠ h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora