highly improbable ♠ h.s

Chapter 35 ❤

#Rita#

#remember on#
Não percebia a razão pela qual o Harry se havia chateado comigo, acabou quase por completo a felicidade que o Nuno me tinha trazido com aquele telefonema. Só por um estúpido ataque de ciúmes, que nem fez sentido porque, era o meu melhor amigo e porque nem eu nem o Harry temos alguma coisa juntos.

Passaram 3 dias desde que nós discutíramos e não havia sinal dele, não tocava à porta, não me ligava, não nada. Eu também não lhe fiz nada disso pois sabia que não valia a pena, não ia passar por suplicante.

Mas estava-me realmente a custar, já sentia a falta dele, e dos seus abraços. Sem ele, estava aborrecida.
A Sara encontrou o surf como seu hobbie de férias, e por isso passava a maior parte do dia lá. Os meus tios já não passam o dia em casa, estão de certa forma a fazer destas férias a sua 2ª lua-de-mel, por isso mal os vemos.

E depois resto eu. Uma rapariga de 15 anos já bem formados, a ver as férias já quase a meio, e a suspirar no seu quarto de hotel, pois se chateou com um rapaz que conhecera apenas há duas semanas. Desculpem, mas eu chamo-lhe patético.

Preparava-me para passar mais uma tarde no quarto sem fazer nada, quando a minha prima entra na mesma divisão que eu, de rompante.

(Sara)- Vem ver-me surfar,  e levanta-me esse rabo da cama.

(Rita)- E bom dia para ti também, priminha. Sempre bem-disposta, está-se a ver.

(Sara)- Pois, está bem, por amor de Deus, vem lá comigo à praia, estiveste em casa o dia todo, sai pelo menos agora comigo. Olha que os tios ainda pensam que tu deprimiste.

(Rita)- Sim, porque eles estão mesmo a pensar em mim, neste momento. Prepara-te que eu acho que vais ter um maninho, querida.

(Sara)- Ai, que parva! E tu não penses que mudas de conversa assim tão facilmente. Tu ainda não me viste surfar, assim fico deveras ofendida. Por favor, por mim?

(Rita)- Mas são 18:30h!

(Sara)- Por isso mesmo!

(Rita)- Por isso mesmo, o quê?

(Sara)- Cala-te e vem, pode ser?

(Rita)- Está bem, eu vou.

(Sara)- Obrigada, priminha linda.

Espreguicei-me e a minha prima teve a honra de me escolher a roupa, pois disse que eu “estava a demorar muito tempo”. Acabei por me vestir e fomos juntas para a praia, onde ela vestiu o fato e se despediu de mim para ir para o mar.

Eu escolhi um local médio-longe de onde a Sara estava e sentei-me na areia, onde permaneci durante algum tempo, mais dentro dos meus pensamentos do que qualquer outra coisa. Esse mesmo que foram interrompidos quando senti alguém a sentar-se ao pé de mim.

(xxx)- Ela surfa mesmo bem, não achas?

(Rita)- Claro, é a minha prima, alguma coisa tinha de lhe sair bem.

(xxx)- E tu, tudo o que tens é modéstia.

(Rita)- Claro que sim, não se vê? Mas o que é que estás aqui a fazer? Pensava que te tinhas esquecido de mim, Harry.

(Harry)- Acho que é esse mesmo o problema, por mais que eu queira, eu não me consigo esquecer de ti.

(Rita)- E tu queres esquecer-te de mim?

(Harry)- Eu só te quero esquecer porque ao que parece, tu não gostas de mim da mesma forma que eu gosto de ti.

(Rita)- E como é que tu gostas de mim?

(Harry)- Apercebes-te que pareces um psicólogo, certo?

(Rita)- Desculpa…mas agora quero saber.

(Harry)- O suficiente para to estar a dizer neste momento, e de ter demorado 2 dias para ganhar coragem, mesmo já tendo conhecimento de que gostas de outro.

(Rita)- De que…espera, estás a falar do Nuno? –ele não respondeu, mas fez uma cara de como estivesse a dizer “não fui eu que o disse, tu é que admitiste”- Ele é o meu melhor amigo, não gosto dele! Somos amigos desde os meus três anos, e sim, já namorámos, mas não temos nada. Aliás, ele estava a ligar-me, entre outras coisas, para me contar que arranjou uma namorada, a Bianca. Porque é que estás a ser tão ciumento?

(Harry)- Porque gosto de ti! –olhei-o com ar surpreso, mas ele continuou- Sim, gosto de ti. Pode apenas ser um amor de verão, não sei, apenas reconheço que não te consigo tirar do pensamento, para mim és especial, és importante, e eu quero que sejas minha. Não te vou dar certezas do que vai acontecer a seguir, se namorarmos, pois vivemos em países diferentes, mas eu quero estar agora, neste momento contigo, porque, ao que parece, gosto de ti.

As minhas mãos percorriam a areia, como se em busca de socorro, e eu não conseguia parar de tremer. Ele tinha acabado de se declarar a mim?

(Harry)- Rita? Tens alguma coisa a dizer ou eu vou ficar assim, sem resposta?

(Rita)- Ah...ah...a Sara já saiu da água, vou ter com ela.

Levantei-me o mais depressa possível e corri em direcção à mancha preta que se encontrava ao fundo da areia. Não conseguia olhar para o Harry, mesmo que tentasse.

(Rita)- Priminha, fostes ótima! Achas que os tios vão gostar de saber? Eu acho que sim, vamos contar-lhes, eles já devem de estar em casa!

(Sara)- Estás bem? Olha, não é o Harry ali?

(Rita)- Sim, é. Mas isso não interessa, vamos para casa rápido...ah, não faças perguntas, pelo menos agora. Em casa eu conto-te tudo, prometo. Mas agora...vamos sair daqui, sim?

(Sara)- Está bem, mas depois limpas a areia que eu deixar cair pelo quarto de hotel, está bem? É que eu costumo arranjar-me aqui, sabes?

(Rita)- Sim, sim, tudo bem, tudo bem.

(Sara)- Uau, estás mesmo esquisita.

Pegou na sua prancha de surf e começou a andar. Muito devagar. Parei-nos, peguei-lhe eu na prancha e comecei a correr, seguindo ela o meu exemplo. Naquele momento, a minha prima devia de pensar que eu era maluquinha.
remember off#