Chapter 27 ❤

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#Rita#

#remember on#
5 minutos depois estava no frigorifico, mas não se demorou muito tempo lá, porque a impaciente da minha prima não o deixou ficar. Fizemos pipocas e finalmente preparámo-nos para ver o filme.

A Sara estava deitada na sua cama, e eu e o Harry fomos buscar o único pufe que tínhamos na sala. O ambiente entre nós os dois estava esquisito e só a Sara é que não tinha percebido porquê.

O filme começou e eu tirei a serradura do frigorífico. Só vendo a cara do Harry é que se conseguia perceber, e mesmo assim era difícil.

(Harry)- Isto está mesmo bom! Acho que tenho uma nova sobremesa favorita, sinceramente.

(Rita)- Eu sou a melhor, de nada.

...

Não conseguia evitar, aquele filme, por mais vezes que o visse, fazia-me sempre chorar. Era motivo de gozo, mas eu não percebia a razão pela qual a bebé tinha de deixar de ver o monstro.

(Harry)- Ohh, a Sara estava mesmo a falar a sério...

Deu-me um abraço apertado e sorriu-me. Não gozou comigo. Apesar da tensão entre nós, estava feliz por ter o Harry ali.
remember off#

#Beatrice#

Não consigo respirar. Parece mentira, mas a sensação é mesmo essa. A de não conseguir respirar. Os meus pulmões contraem-se, no entanto, nenhum ar parece passar pelos mesmos.

A respiração está acelerada, e ao mesmo tempo, está lenta demais, pois estou a vê-los.

Os seus olhos.

Os seus lindos olhos azuis esverdeados, que me fazem sentir segura, como se nada me pudesse fazer mal, e no entanto, me fazem sentir encurralada e quase que sufocada por eles. Pois sei que estes olhos já não estão cá para mim, e que quando eles desaparecerem, o pesadelo recomeça.

Lembro-me do que me dissera, lembro-me de tudo na perfeição. A minha última imagem é desses olhos a irem embora. Embora como se não se importassem, embora como se não deixassem nada para trás, embora como se nada fosse importante.

Uma lágrima escorre-me a cara, e o som de uma carrinha passa-me pelos ouvidos, acordando-me.

Tal como todas as noites.

Desta vez não havia sido diferente: cama desmanchada, almofada no chão, cobertores para baixo, e eu toda transpirada. O mesmo já não acontecia há algum tempo, mas parece que desde de há uma semana, mais ou menos, o pesadelo veio para ficar.

Mais uma vez.

Normalmente esta rotina acordava-me às 3/4da manhã, mas quando olhei para o relógio, descobri que já eram 10:30h. Deixei-me cair na cama, e ali iria perdurar, se não ouvisse a campainha a tocar. Ainda esperei que alguém fosse abrir, mas como isso não aconteceu, tive de ir lá eu.

O meu espanto quando me apercebi de que era o Louis que estava à porta.

(Louis)- Olá, Beatrice!

(Beatrice)- O-o que é que estás aqui a fazer?

(Louis)- Não se vê logo? Vim visitar uma rapariga muito simpática, sabes se ela está?

(Beatrice)- Desculpa, mas a Anne saiu, -disse, ao constatar que a sua mota não estava estacionada no sítio onde agora devia de perdurar para sempre- se era isso que querias dizer.

(Louis)- Podia muito bem, estar a falar da Inez, Bia. Oh, mas tu sabes que és tu. Queres passar a manhã comigo?

(Beatrice)- Tu apareces em minha casa às 10:30h a perguntar-me se eu quero passar a tarde contigo?

(Louis)- Sim, é muito mau?

(Beatrice)- Não, dá-me apenas um bocadinho, tenho de me ir vestir.

...

(Beatrice)- Então, a Eleanor está a estudar?

(Louis)- O quê?

(Beatrice)- Eu perguntei se a Eleanor estava ocupada a estudar, para tu teres vindo ter comigo.

(Louis)- Sim, a Eleanor está a estudar, MAS, não foi só por isso que eu vim, queria estar contigo, conhecer-te melhor.

(Beatrice)- Ai sim, então podes começar se quiseres.

Estávamos sentados nos bancos do carro dele, estacionado numa ponta da cidade não muito movimentada, pois temos um bocado de receio de que os paparazzis comecem a inventar histórias sobre nós -é mais o Louis, e não é medo dos media, mas sim da sua namorada, e do que ela acharia do facto de ele ter ido visitar uma amiga quando ela estava ausente-.

(Louis)- Bem, primeiro, porque é que estavas a chorar quando vieste à porta hoje de manhã?

Aquela foi a minha vez de perguntar "o quê", pois tinha-me mesmo apanhado de surpresa. O Louis, no entanto, apenas acenou e fez um pequeno movimento dos lábios, querendo dizer que sim.

(Beatrice)- Ah. Isso. -disse, quando finalmente percebi ao que ele se referia- Isso não foi nada.

(Louis)- Claro, porque chorar é sinal de nada. E agora não podes negar, pois acabaste de admitir que o tinhas feito, tens é de explicar.

(Beatrice)- Pois, então dizer que estou com alergias não vai resultar, certo? -apenas acenou que não- Eu...eu um dia conto-te. Não é nada de mal, é apenas...um pesadelo muito frequente que eu tenho. Acredita, quando eu estiver pronta, saberás logo.

(Louis)- Está bem... -respondeu, não muito convencido- Bem, próxima pergunta: quantos peixes tens? -esta pergunta despertou em mim um riso tremendo, que fez com que eu esquecesse por momentos o que de mal se estava a passar na minha vida. A Anne. Os olhos.- Desculpa, mas é uma pergunta legítima.

(Beatrice)- Bem, lá nisso tens razão. Ok, tenho um peixe chamado sushi.

(Louis)- Coitado do bicho! Que mau desfecho para o animal, não achas?

(Beatrice)- Pois, isso depende do ponto de vista.

(Louis)- O ponto de vista das pessoas normais...

(Beatrice)- Isso depende.

highly improbable ♠ h.sOnde histórias criam vida. Descubra agora