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Nós somos iguais, você e eu.
Dois corações tristes trancados em nossas mentes erradas.
Então podemos fazer o máximo proveito do tempo? Você pode me abraçar? Você pode me fazer deixar os meus demônios e minhas peças quebradas para trás?




As luzes do clube de luta particular de Iya Demidov flutuavam pelo ar, mas todo o seu foco estava no centro da jaula onde os dois homens rondavam um ao outro. Wooyoung não conseguia desviar o olhar da luta, havia uma certa energia estática o ligando as barras de ferro e ele podia sentir os pelos do seu braço eriçados pela tensão a espreita. Em outros tempos, Wooyoung não teria prestado tanta atenção em uma luta, mas agora era diferente. Ele gostava de assistir San lutar por muitos motivos, mas preocupação nunca tinha penetrado sua carne como agora.

Era um medo irracional, ele sabia. Mas, impossível de controlar.

Ugh! Isso doeu. ㅡ Seungjin apontou, lembrando a Wooyoung da sua presença. Wooyoung tinha visto antes mesmo de acontecer, antecipado pelas inúmeras vezes que vira San fazê-lo em outras competições. Roma, tinha sido pego despercebido pela direita e se desnorteado momentaneamente com o golpe.

A luta, que a princípio estava parecendo uma dança entre dois seres perigosos, testando suas defesas e limites, tinha chegado ápice ali. O rugir do público entorpeceu os ouvidos de Wooyoung, junto à sua pulsação batendo contra a sua garganta, o fazendo ciente de todo o sangue agitado correndo pelo seu corpo. San estava segurando Roma no chão, dez segundos e ele terminaria mais cedo aquela luta, mas Roma era um lutador experiente demais para cair num golpe como aquele. Ele golpeou as costelas de San e arrumou espaço para se desfazer do mata leão, pulando de pé e se afastando do predador que já estava se erguendo para atingi-lo outra vez.

San se movia como uma sombra. Havia um rastro de sangue no canto esquerdo da sua boca onde Roma havia conseguido acertá-lo mas, não parecia incomodá-lo. Ele atacou, precisamente e furioso, como uma fera, não uma ameaçada e sim no seu habitat natural, prestes a prender a presa entre seus dentes. Apesar do nervosismo corroendo seu interior, Wooyoung não conseguia se concentrar em outra coisa a não ser o corpo bem construído, os ombros largos se esquivando e a presença apesar de longe, mas extremamente atrativa. Como um maldito imã.

Wooyoung nunca havia se sentido assim.
Precisamente, porque ele não tinha motivos antes. Seus dias eram repletos sim de pensamentos sobre San, mas a maioria envolvia muito graficamente Wooyoung entrando no ringue com ele e quebrando seu nariz perfeito. Agora, ele queria descer as escadas decidido, enfrentar a multidão de apostadores assistindo os dois homens na gaiola de ferro e ser a presa do lutador.

Ele não tinha mais ideia do que estava acontecendo entre ele e San, mas ele se sentia... ele se sentia tonto, e simplesmente sendo estúpido. Racionalmente, ele sabia que eles não tinham nada para ele se sentir assim. Fosse o que fosse, era muito frágil e incerto. E completamente louco. Mas, ele ainda não conseguia banir a sensação de calor e vertigem sempre que pensava nos braços de San ao seu redor, seus olhos, sua boca, seu cheiro.

O cheiro dele. Wooyoung nunca tinha notado realmente como as pessoas cheiravam, mas o cheiro masculino e terroso de San o fazia querer enterrar o nariz contra a garganta dele, suas axilas, sua virilha e apenas respirar. Era ridículo e completamente errado, mas seu cérebro não conseguia evitar de fazer seu coração pulsar na sua garganta toda vez que San olhava para ele. Desde o início tinha sido assim, os olhos demoníacos despertavam seu interior seja pela necessidade de vencê-lo ou de se submeter a ele.

Era um tormento do qual Wooyoung não conseguia mais se imaginar sem.

A luta continuava e continuava e Wooyoung estava fascinado pelos movimentos. Ele podia dizer com precisão onde estava a força dos músculos de San enquanto ele lutava com Roma. Ele era lindo. Como uma tempestade, uma verdadeira força da natureza. Wooyoung estava tão concentrado no que acontecia na gaiola que mal ouvia o que Seungjin estava falando ao seu lado estando apoiado no seu ombro. Ele podia sentir a presença do outro, mas estava alheio demais para lhe dar atenção. San tinha toda ela. Wooyoung estava tão dobrado sobre a proteção da parte superior do complexo que um sopro e ele cairia no andar debaixo.

ROCKY; woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora