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Eles dizem: bons garotos vão para o paraíso mas, garotos maus trazem o paraíso até você.

[...]

Wooyoung olhou para San cuidadosamente. A luz da manhã banhando o corpo de ambos, enrolados entre si e não deixando para a imaginação cada traço duro e firme do corpo de San relaxado na sua cama.

Seus rostos estavam tão próximos no travesseiro que Wooyoung podia ver cada imperfeição no rosto de San: os minúsculos arranhões no ponto mais alto da sua bochecha que ele não notara antes, a ruga profunda entre as sobrancelhas, a pequena cicatriz acima do olho esquerdo e uma mancha esverdeada, sinal de um hematoma envelhecido na sua mandíbula. Agora sem a luz do desejo cegando seus olhos, Wooyoung observou a beleza nua e crua de San sem toda aquelas sombras e sentimentos densos nublando seu julgamento. Não que fizesse diferença. O rosto de San era lindo, mas parecia exausto. Bolsas marcando abaixo dos seus olhos fechados, a pele um pouco mais pálida do que o normal, ambos denunciando o cansaço. Mas, apesar disso, ele era a pessoa mais bonita que Wooyoung já notou na sua vida, mesmo que os últimos dias tivessem sido cruéis para com San também.

Alcançando um fio de cabelo solto sobre os olhos de San, Wooyoung o afastou, não resistindo a vontade de tocá-lo e deslizando seu polegar sobre a pele morna do lutador. San não se moveu ou demonstrou alguma mudança, sua respiração continuando estável e seus olhos pesados. Já passará da hora que Wooyoung sabia que San normalmente acordava, e honestamente ele não sabia se deveria se sentir orgulhoso por ter derrubado San e seu apetite alto ou preocupado com ele pelos motivos do aparente cansaço, especialmente depois de presenciar a cena da madrugada e a forma como San pareceu frágil e desolado depois de acordar do sonho. Wooyoung tampouco queria estourar aquela bolha de paz da manhã. Parecia que San precisava dormir e Wooyoung estava bem em deixá-lo usar sua cama e seu corpo, pois só assim ele poderia abraçá-lo, poderia beijar sua cabeça e inalar seu cheiro sem que San protestasse.

San estava enrolado em volta de Wooyoung como uma hera. Uma perna estava jogada sobre o fisioterapeuta como se para mantê-lo prisioneiro a outra enroscada entre as pernas de Wooyoung, e sua cabeça estava apoiada no seu ombro. Seu cabelo uma bagunça escura, com os fios sedosos brilhando em vermelho em lugares onde o sol os tocava. Ele estava fazendo um beicinho adorável, e sua barba matinal como uma sombra escura em sua mandíbula, fazendo-o parecer um pirata.

Um impulso irresistível tomou conta de Wooyoung e, quase antes de perceber o que estava prestes a fazer, ele soprou no rosto de San. O nariz do lutador se contraiu como o de um coelho e depois se alinhou enquanto ele voltou a dormir pacificamente. Esperando um segundo, Wooyoung fez de novo, suprimindo bravamente o ataque de riso esperando para lhe dominar. Lentamente, os olhos de San piscaram, então Wooyoung soprou de novo, desta vez mais forte, com maldade, e os olhos de San se arregalaram. Ele pareceu confuso por um segundo, e Wooyoung ficou tenso, esperando ouvir o que iria sair de sua boca enquanto a carranca matinal enfeitava o rosto do lutador. Então, San olhou para ele, um sorriso confuso em seu rosto.

ㅡ Você acabou de soprar em mim, amor?

Wooyoung riu alto, aconchegando-se mais perto dele, seus olhos brilhando com uma falsa inocência.

ㅡ Sim.

ㅡ Por que, pelo amor de Deus? ㅡ Suas palavras foram duras, mas um sorriso brincava em seus lábios carnudos.

ㅡ Você parecia tão tranquilo.

ㅡ Então você decidiu soprar em mim como um serial killer?

Wooyoung estava radiante.

ㅡ É isso que um serial killer faz? Eu pensei que eles apenas se limitassem a assassinato e desmembramento. ㅡ Wooyoung disse, não conseguindo esconder o sorrisinho repuxando seus lábios.

ROCKY; woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora