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"Se o seu inimigo lhe oferecer dois alvos, ataque um terceiro."

[...]

San se inclinou para frente contra a parede, o peso em seus antebraços e a cabeça baixa enquanto a água quente batia em seu pescoço e ombros, espirrando em suas costas. Ele inclinou a cabeça de um lado para o outro, suspirando ao sentir os músculos relaxarem. Em algumas horas, San teria que estar em um maldito clube se encontrando com Iya para fazer o que quer que aquele homem decidisse que fosse necessário para ganhar a guerra que ele mesmo causou. A guerra que agora ele fazia parte. Pensar nisso não estava ajudando em sua dor de cabeça. Hoje foi um dia ruim.

Mas, foda-se, o amor o fazia fazer loucuras. San era conhecido nos ringues por analisar seu adversário e usá-lo contra si mesmo, ele aprendia as defesas para derrubá-los e depois atacar, mas com o pouco tempo para aprender onde ele deveria acertar para ganhar de Iya, medidas desesperadas eram as únicas saídas possíveis para ele. E San faria o possível para não deixar Wooyoung se machucar no fogo cruzado.

San deixou o banheiro a tempo de pegar seu celular tocando na cama, e um pouco do estresse sumiu da sua expressão quando o nome de Wooyoung brilhou na tela. O lutador sentou-se ao lado da roupa escolhida no colchão e atendeu o chamado.

ㅡ Oi, querido. Já está em casa? ㅡ Ouvir a voz do fisioterapeuta era como um bálsamo para suas preocupações. San relaxou, sorrindo para o nada.

Sim, acabei de chegar. Como estão as compras?

ㅡ Seungjin está me torturando, mas está bom ㅡ Wooyoung reclamou. ㅡ Eu... eu tenho uma surpresa pra você.

ㅡ O que é?

ㅡ Se eu contar, vai perder toda a diversão. ㅡ Wooyoung estalou, rindo. San soltou um som indignado. ㅡ Tem certeza que não vai se importar se eu for com ele pro clube?

ㅡ Não, amor. Aproveite o shopping com Seungjin, estarei esperando você na boate.

ㅡ Ok, te vejo lá então.

San encerrou a chamada e se jogou para trás na cama, cobrindo seu rosto e grunhindo frustrado. Ele não deveria ter aceitado na noite anterior que Wooyoung fosse com ele, mas o fisioterapeuta tinha uma boca muito convincente, especialmente quando estava ao redor do seu pau chupando toda a razão do seu cérebro. Mas, dos males o menor, Wooyoung estaria distraído com Seungjin e San poderia manter um olho nele durante a noite toda. Ele também não queria ficar muito, o lutador pretendia acabar com encontro assim que a reunião terminasse. San suspirou, parando de imaginar que tipo de merda ele estava se metendo e foi encará-la. Enfrentar Iya não era muito diferente de enfrentar um lutador no ringue. San só precisava ser mais inteligente do que ele.



O frio na noite de sexta em Seul não era um problema, mas a impaciência do lutador sim. San não gostava de fazer o que considerava tarefas servis como aparecer num dos clubes de Iya só porque o russo queria vê-lo, e ele odiava mais do que tudo esperar. San não era um maldito garotinho de recados. Mas, ali estavada ele. O lutador esperou do lado de fora da boate, principalmente porque ainda não era hora de entrar, já que ele estava esperando por uma companhia especial essa noite. Sua própria carta na manga para ajudá-lo a acabar com o russo. Assim esperava.

Uma ferrari prata parou a alguns metros e um homem vestido elegante desceu do veículo. O terno preto de duas peças destoava das composições mundanas na porta da boate, denunciando que não era mais um visitante chegando para se divertir em uma noite de sexta. San não precisou fazer sinal para se fazer visto, os olhos aguçados do homem mais alto encontraram rapidamente os do lutador e ele acenou como um cumprimento discreto. O contraste entre os dois era óbvio, mas ainda sim havia certa semelhança entre eles.
Especialmente se seus pensamentos fossem colocados em exposição. Suas aparências e constituições poderiam ser divergentes, mas suas crenças eram as mesmas.

ROCKY; woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora