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"O fogo nas minhas veias sonham com um amor profundo. Você irá me amar quando meu batimento cardíaco parar? Quando meu batimento cardíaco parar, você ainda será meu? Você irá me prometer que irá me procurar por nós? Você irá me encontrar na vida após a morte?"

[...]

San era um lutador há mais de oito anos. 

Ele amava o seu trabalho, mas ele não era cego ao seu lado mais sombrio. Lutar era sempre estar disposto a se entregar de corpo e alma, seus ossos, seu sangue e por muitos anos, foi tudo o que San enxergou para sua vida, além da carreira de empresário, toda sua essência estava nos ringues, em ser um lutador. Ele acordava todos os dias para treinar, haviam cinturões e medalhas em suas paredes que mostravam todo o trabalho duro dele de anos, os admiradores dos seus dias de glória, toda a fama e sucesso, mas não era por isso que ele lutava. San era um homem muito orgulhoso, ele adorava a atenção e o clamor do público, mas a realização própria, de conquista e poder, essa ideia era somente sua. E agora, com o fim de tudo, a realidade parecia... Como um zumbido de um inseto ao pé do ouvido, algo distante e enervante. 

San poderia dizer que estava em choque, ou anestesiado demais para surtar, mas ele não estava. Ele sabia exatamente aonde estava indo quando aceitou apertar a mão de Demidov com aquele acordo e os resultados de agora eram as consequências do seu jogo inocente demais. Ele sabia que estava arriscando tudo pelo que tinha construído, mas não aceitar... Se negar a lutar, faria-o, de verdade, perder tudo

Antes que San pudesse pensar sobre o que disse depois que o doutor Lim deixou a sala, Wooyoung estava ao seu lado, segurando sua mão.  E era o que ele mais precisava. Ele podia ouvir o tremor na voz de Wooyoung e sabia que seu parceiro estava tentando conter o seu pânico. San encontrou o olhar do fisioterapeuta, e deu um sorriso caloroso a ele que atingiu seus olhos. Com um aceno curto, San se moveu devagar para o lado com muita dificuldade, seu corpo inteiro doía apesar dos analgésicos, mas o único alívio que ele queria estava bem ao seu lado. Wooyoung hesitou antes de sentar na beira do colchão com calma, a expressão de seu parceiro ficou pensativa, e San apertou levemente sua mão.

ㅡ Tudo bem? ㅡ San perguntou baixinho a ele, Wooyoung estava tremendo levemente, seus dedos apertando os de San e esfregando as pontas sobre a palma. 

ㅡ Eu deveria estar perguntando isso. ㅡ Wooyoung soprou entre um fôlego e outro. ㅡ San... você... Por que...

Eu ouvi você. 

ㅡ O quê? 

ㅡ Eu ouvi você. ㅡ San repetiu, erguendo seu olhar e olhando diretamente para Wooyoung. Um sorriso suave surgiu nos seus lábios. Ele estava cansado, a droga ainda fazendo sua mágica em seu corpo, levando-o a um estado letárgico, mas ainda sim,  consciente. Wooyoung olhou para ele brevemente confuso, mas acenou. San correu a palma do fisioterapeuta que estava sobre a sua devagar, acariciando os contornos e marcações da sua pele com reverência. ㅡ No ringue. Eu ouvi você me chamando 

San olhou para ele, tentando não encarar muito intensamente para Wooyoung, olhá-lo era como se ele fosse o sol e o queimasse, mas ele o viu, ele amava aquela dor surda de sentir sua intensidade, como a estrela central fornecendo calor a galáxia, e Wooyoung já estava lhe encarando, os olhos chuvosos e intensos. Ele sempre foi tão expressivo, San sempre conseguia dizer o que se passava com ele com apenas um olhar, mas ali haviam tantas palavras não ditas, tantos sentimentos misturados. Ele se perguntou se sempre foi assim. Se seus sentimentos eram tão intensos, capazes de transbordar pelos seus olhos. Se era sempre tão único e feito da dor. Dor pelo medo que imobilizou o corpo tão próximo de Wooyoung, levando o frio ao quarto quente. Sua dor deslizou por seus lábios lindos em um sussurro que San mal conseguiu ouvir, seu nome soando delicado e frágil na boca de Wooyoung, toda a crença cega e a única religião que importava em seus lábios, deslizando coma uma prece.

ROCKY; woosanOnde histórias criam vida. Descubra agora