III: Um Punhado de Velas e Bisturis

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I

Após encontrar os corpos, Harry Potter procurou a delegacia da aldeia e prestou queixa. A delegada, Libra Khaleesi, o acompanhou até o local, e já por ter sido uma auror no passado, fez todo o procedimento de isolação da área. Ainda não estava claro se o crime foi cometido por bruxos das trevas, mas pelas circunstâncias iniciais, tudo leva a crer que sim.

Na manhã seguinte, os dois voltaram para a cena do crime, já sem os corpos e com os aurores que viviam na região analisando tudo.

— Meio difícil isso não ter sido obra de bruxos das trevas. — disse Khaleesi — Eles foram torturados, sodomizados e mortos no fim com a Maldição da Morte. O que eu não entendo são a falta de pêlos nos corpos... não tinha em nenhuma parte, até mesmo nas genitálias. Isso me parece crime de seita.

— Verdade, sem falar do cheiro de velas por todo o lugar. — argumentou Harry — E essa mensagem na parede? "Nós somos a sua dor"... o que será que significa?

— Eu não sei e por isso, precisamos investigar. O senhor disse que antes de encontrar os cadáveres, havia visto uma mulher?

— Sim. Ela usava uma máscara de ferro com dois chifres e andava com pernas de pau. E também não usava nada da cintura para cima, só uma saia vermelha. Ah, e ela era ruiva. Cabelos longos.

— Entendi. Deixo então, parte da investigação em suas mãos, senhor Potter, já que é o nosso chefe. Enquanto isso, providenciarei toda a papelada.

— Vou precisar interrogar a pessoa que mora nesse apartamento, ver se ela escutou alguma coisa.

— Ok. Eu a conheço. É uma menina chamada Layla Grimes, mas todos a chamam de Bicicleta porque ela tem uma bicicleta voadora, e adora fazer graça com ela. Eu já a atuei diversas vezes baseado na Lei de Sigilo em Magia para que não ficasse voando nas terras de Thurso, que é cheia de trouxas.

— Thurso?

— A cidade ao lado da nossa aldeia. Existem bruxos vivendo por lá, mas não é como aqui. Enfim, vamos falar com Layla.

Os dois desceram e bateram na argola do apartamento de Layla "Bicicleta" Grimes. Uma aldrava com a forma de flores abriu os seus olhos e os atendeu. Ela se chamava Van Halen e fez o enigma, que a delegada respondeu — Harry não sabia a resposta. Assim que a porta se abriu, uma garota usando um pijama roxo com bolinhas amarelas, com uma carranca amassada de sono e os cabelos de cor castanho escuros embaraçados, os atendeu.

— Layla... precisamos falar com você.

— Ah... é a senhora. Acabei de acordar, chefe. — Layla olhou para Harry após esfregar um pouco os olhos — Oh, cacete. É o Harry Potter?

— Sim, sou eu. Layla, precisamos conversar com você e é urgente.

— Sim, só vou me aprontar e falo com vocês. Podem entrar, enquanto isso.

Layla se afastou, entrando em um cômodo e os dois esperaram na sala de estar. A decoração da casa de Layla parecia igual à do apartamento do senhor Credence, com mínimas diferenças um do outro — as paredes eram de cor-de-rosa e havia pendurados fotos de diversos tipos de veículos.

— Ela é fissurada por essas coisas dos trouxas. — disse a delegada — O senhor conhece essas máquinas? Sabe como elas funcionam?

— Ah, é claro. O meu tio Válter tinha um carro, e o meu cunhado Rony tem um Ford Anglia bem velhinho, mas eu mesmo, não sei dirigir um.

— Confesso que, dessas máquinas, só conheço o da Erina.

— Ah, sei qual é o carro dela. Um Chevrolet Opala. Só não vou me lembrar a cor.

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