XXXIV: A Ministra da Magia - Erina Potter

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I

A cabeça pesava e tudo girava. Seus olhos abriram devagar e uma forte luz de velas atravessou suas córneas a ponto de cegar. Olhando para o teto com um fundo oval com muitos detalhes em alto relevo, Joanne Snape viu que estava na Enfermaria, deitada em um leito. A mente começara a revisitar memórias recentes... Delphini e o Teleporter Volturi. Ela foi arrastada para uma outra realidade. Será que estava nela? Ou teria dado tudo errado e voltado? Mas sentiu o seu corpo sendo partido... não era algo físico, que lhe causasse dor, era algo um tanto mais perturbador, sádico.

Ao observar a Enfermaria, viu Alvo Severo Potter deitado em outro leito, desacordado. Será que era o Alvo de seu mundo, ou da realidade alternativa? Tudo parecia não se encaixar em nada com nada...

— Joanne? — uma coisa boa, é que o seu nome continuava sendo Joanne; e a segunda coisa boa era que aquela voz que lhe chamou, rouca e conhecida dela ainda lhe acompanhava... seu coração palpitava cada segundo que passava. Queria muito poder estar em casa. — Você está acordada?

Joanne abriu os olhos devagar e encarou a figura de seu pai bem na sua frente, com o sobretudo preto cheio de botões, os olhos escuros e frios como uma noite de inverno e os cabelos lisos cor de nanquim batendo até os ombros. Pelo menos, Severo Snape parecia ser o Severo Snape de sempre, tirando a parte de não ter tantos fios grisalhos no couro cabeludo. Ele havia pintado os cabelos?

— Pai? — perguntou a garota, tentando forçar um sorriso. — O senhor...

— Mas quanta irresponsabilidade! Por que você foi se brandear para a Floresta Proibida? — Joanne mal começou a falar alguma coisa, e já estava recebendo um sermão? Literalmente, se esse não era o seu mundo, poderia ser alguma realidade cópia (isso existe?) — Ir atrás de Delphini, uma criminosa procurada? Onde você estava com a cabeça quando foi ter essa ideia brilhante?

— Pai, eu... não me lembro de nada... só que estávamos...

— Sim, você e o Potter tentaram se aventurar por aí, foram atrás de Delphini para capturá-la e ganhar a recompensa de dez mil galeões, não? — do que o seu pai estava falando? E que recompensa é essa pela cabeça de Delphini que ela não conhecia? — Eu sempre te disse, menina: se misturar com essa família é entrar para sempre em um buraco sem fim, mas você insiste em me desobedecer!

— Do que diabos o senhor tá falando? Nós não estávamos na Floresta Proibida, e sim em Hogwarts. A Delphini nos atraiu para uma armadilha. Eu pedi para a Hermes ir atrás do professor Warren e...

— Não tente inventar mentiras para que eu me compadeça, Joanne. Eu não vejo o Warren há décadas!

Era o que Joanne temia. A realidade paralela. O professor Warren não era professor de Hogwarts... provavelmente, ainda estava dando aulas na Castelobruxo, e Hermes deveria ser estudante de lá... isso se Hermes realmente existia.

Uma terceira figura adentrou o local. Achando que poderia ser Madame Pomfrey, ou até mesmo um outro professor conhecido, na verdade era uma mulher de cabelos cacheados e fartos como uma juba, dentes grandes na frente e vestindo roupas carmim que batiam nos seus pés. Apesar dela não se mostrar desse jeito, Joanne sabia muito bem quem era... a ministra Hermione Granger. O que será que ela estava fazendo ali? Qual era a sua função naquela realidade? Ainda continuava ministra da magia?

— Jo, você nos preocupou — Jo? Que porra de apelido é esse? Joanne foi surpreendida quando Hermione foi na sua cama e começou a lhe encher de beijos no rosto. Joanne odiava aquilo, pois sua mãe lhe fazia a mesma coisa. — Por que você adora aprontar pelas nossas costas, hein?

— Deve ter aprendido com o seu antigo amiguinho, Hermione — disse Severo com extremo amargor nas palavras. — Não se lembra o quanto ele adorava se meter em confusões e arrastá-la junto?

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