Emergência no Planeta Terra

XXXIX: A Última Esperança

I

Joanne Snape encontrou-se sobrecarregada de tarefas após os recentes acontecimentos que a lançaram em um estado profundo de apatia. Em parte, isso foi benéfico, mantendo sua mente focada exclusivamente no essencial enquanto se ocupava com as atividades atribuídas pelos professores. O prazer que ela encontrava nas lições de casa e nos estudos tornou-se uma válvula de escape, especialmente com as iminentes provas finais se aproximando. Era crucial acumular conhecimento suficiente para enfrentar os Níveis Ordinários em Magia no próximo ano letivo.

Os estudos sobre vampiros e criaturas da noite revelavam-se fascinantes. Entre essa miríade de seres, uma classe única chamada tremere destacava-se, composta por bruxos transformados em vampiros. Intrigantemente, mesmo após essa metamorfose, mantinham a prática da magia, embora passassem por alterações nítidas. Conforme descrito nos livros, os tremeres desenvolviam a habilidade de dominar a magia sanguínea, tornando-se proficientes em hipnotizar aqueles que não faziam parte de sua classe com uma facilidade notável. Essa combinação intrigante de bruxaria e vampirismo acrescentava camadas de complexidade ao mundo das criaturas noturnas, tornando os tremeres um objeto de estudo verdadeiramente cativante.

Enquanto registrava informações sobre as Treze Classes Vampíricas em um rolo de pergaminho, Hermes Warren adentrou silenciosamente na sala comunal da Sonserina. Seu olhar curioso foi imediatamente atraído pela amiga concentrada, escrevendo rapidamente. A mesa estava repleta de uma pilha de livros e pergaminhos novos.

— O que está fazendo, Jojo?

— Lição de casa do seu avô. Sobre as classes vampíricas.

— Ah sim. Eu já terminei essa lição.

— Legal.

— Meu pai é amigo de um nosferatu, sabia? Eles são um tanto... diferentes e proibidos de viver na sociedade, por isso, se escondem embaixo da terra. Mas também tem os malkavian. Eles preveem o futuro... e preveem de verdade. As profecias vampíricas dos malkavians são tão certeiras que até os centauros ficam curiosos com as habilidades deles. Mas não é sobre vampiros que eu quero falar com você.

Hermes colocou os livros que carregava na mesa e se sentou do outro lado. Joanne pousou sua caneta tinteiro do lado do pergaminho para escutá-la.

— O professor Flitwick me mandou esse papel e disse que era para eu falar com você.

Joanne pegou o pedaço de papel entregue por Hermes e leu com calma. Era um convite para que ela participasse dos treinos na sala de duelos.

— É que o professor quer entender melhor sobre o Veritas, e tá convocando todo mundo que já despertou a habilidade. Quer dizer, os nomes que eu dei, pelo menos.

— Compreendo.

— Ele quer melhorar o jeito que eu lido com as pessoas, e aí ele acha maneiro a gente treinar junto. As aulas são todas as quartas a noite, após o jantar.

— Tendeu. Bom, se isso for ajudar o Two Completely Different Things a ficar no seu lugar, eu agradeço. Tem vezes que eu me divido sem querer e não consigo colocar os clones de volta no meu corpo.

— Por isso que a Valom veio com uma conversa estranha comigo uma vez, dizendo que te viu duas vezes no mesmo lugar e no mesmo segundo. Ela pensou que estava louca.

— Não, eu é que não tenho controle. E quando esses clones são feitos e não voltam rápido, sinto algo estranho, fraca e preguiçosa, como se eu estivesse tendo uma crise de hipoglicemia.

— Não sabia que você tem hipoglicemia...

— Agradeça ao meu pai por isso. Ele tem diabetes tipo 1 desde os seis anos de idade. Eu e meus irmãos temos resistência à insulina. Um saco. Já não basta a intolerância à lactose...