XXXII: Dorinha Lestrange

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I

Por mais que o Ano-Novo tenha se passado e as aulas retornado, Hogwarts não deixava de comentar sobre a aparição da Marca Negra nos céus. Muitos criavam especulações e teorias da conspiração sobre o ocorrido. Alguns, diziam que Voldemort "ressuscitou dos mortos" para se vingar de todo mundo. Outros, achavam que era Comensais da Morte remanescentes e a teoria mais maldosa foi que Severo Snape tinha invocado a marca.

— Meu pai não fez isso e jamais faria. Ele tem asco dos Comensais da Morte — disse Joanne para Hermes enquanto ambas iam para a sala de Adivinhação. — Estão o acusando só por ele ter estado lá. Eu, você, o Escorp e o Sevie são testemunhas. O professor Warren também, a minha mãe...

— Sim, Jojo... acontece que nós somos próximos demais da sua família. Ninguém iria acreditar na gente.

— Nem no Sevie? Ele é um Potter. Todo mundo acredita nas palavras deles.

— Acho que agora é diferente. Ele invadiu a tal corte do Ministério da Magia para salvar o seu pai, entregar aquele frasquinho estranho. Não vão confiar na palavra dele, nem que o Sevie estivesse a mando do próprio pai.

Os dias transcorreram como uma água turva transcorre um riacho, mas ninguém ainda tinha esquecido do incidente. Pelo menos, pararam de culpar o seu pai, porque ora bolas, ninguém tinha provas de que ele realmente havia lançado a Marca Negra. Só que um incidente nada agradável bateu as portas de Hogwarts naquela manhã de sexta-feira.

A professora Penny Haywood acordou passando muito mal. As dores no corpo, febre alta e muita tosse com coriza a fez ficar de molho por um breve período. Os alunos acabaram ficando sem aulas de poções. Os dias foram se passando, e a professora não parecia melhorar em nada. Ela precisou ir à ala hospitalar, ficar em repouso absoluto, mas Madame Pomfrey estava desconfiada de que a professora havia contraído a doença.

— Ela está mal, Minerva... muito mal. Nem se ela quisesse, poderia voltar a dar aulas pelos próximos dias — disse a curandeira a diretora, que acompanhava de perto a situação de Penny. — Acho melhor a levarmos para o St. Mungus.

— Será que não podemos deixá-la aqui, junto com os outros?

— O que? Mas já temos doentes demais lotando essa escola, Minerva!

— Eu sei, mas... o St. Mungus não tem mais vagas. Hogwarts é grande o suficiente para caber muita gente. Vamos colocá-la em uma ala mais afastada, segura e sozinha. Lá, a professora Haywood receberá os cuidados necessários. Isso é muito preocupante, Papoula... eu fiz de tudo para que a doença não chegasse entre nós e o corpo docente...

— Acho que, por mais que a gente tente, nunca será o suficiente.

A diretora concordou silenciosamente. Penny gemia um pouco na cama ao lado, coberta com vários edredons devido ao frio que fazia naquela noite. Só que, enquanto as duas conversavam, Joanne Snape passava pelo corredor da Enfermaria, levando uma pilha gigantesca de livros nas mãos ouviu parte da conversa delas.

Vendo que tinha uma frestinha entre a porta, Joanne deixou a pilha de livros no chão e deu uma olhada, resmungando baixo "a professora Haywood está ali" quando a localizou em uma das camas. Fazia mesmo um bom tempo em que a professora não aparecia nas aulas de poções, levantando muitas especulações dos alunos, mas a vendo deitada em uma cama, e com certeza, bastante doente, era bastante óbvio o que acontecia.

— O que nós vamos fazer, Minerva? Não podemos deixá-la sofrer assim... vou tentar dar alguma poção, mas duvido muito que vá melhorar nos sintomas.

Joanne se afastou, boquiaberta, quase tropeçando na pilha de livros que havia deixado próximo da entrada, mesmo assim, isso foi suficiente para que ela caísse sentada no chão e olhando para cima, fitando uma figura encostada em uma pilastra expelindo fumaça pelo seu nariz. Joanne se levantou e olhou direto para o Interrogador, que estava com uma cara horrível... os cabelos louros avermelhados quebrados e sem vida, a barba por fazer e sem o seu terno azul marinho, apenas com a camisa branca que usava por baixo, bem desbocada e com os botões fora da curva.

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