XXXVII: Em Godric's Hollow

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I

A noite sussurrava nos ouvidos de Joanne, enquanto o vento gelado cortava sua pele exposta e pálida. Ela despertou em meio a uma estrada pavimentada, ladeada por chalés antigos de madeira e casinhas rústicas. A paisagem era estranha, distante da familiaridade de Ravenclaw's Pride; as casas não se assemelhavam ao estilo habitual, e as ruas pavimentadas se estendiam em curvas inesperadas. Confusa, Joanne percebeu a agitação do Teleporter Volturi, que a havia conduzido por uma viagem no espaço-tempo. Contudo, o motivo pelo qual havia sido direcionada para esse lugar desconhecido ainda permanecia obscuro.

Caminhando pela rua sombria e deserta, Joanne percebeu uma figura deitada próxima à entrada de uma das casinhas e apressou-se para prestar ajuda, preocupada com a possibilidade de a pessoa estar desacordada. Ao se agachar e virar o corpo da pessoa, uma onda de felicidade a invadiu, levando-a a dedicar-se completamente em tentar despertá-la.

— Hermes. Ei, Hermes. Acorda! Sou eu, Jojo.

— O que? Jojo?... — Hermes abriu os olhos e deu um real sorriso. — Jojo! — Hermes se levantou rápido, o que lhe causou uma tontura, e precisou ser segurada por Joanne para não cair, mas não a impediu de dar um forte abraço. — É você mesma?

— Sim, sou eu. E você?

— A-acho que sou eu. Mas onde que a gente tá? É na sua aldeia?

— Não, as casas são diferentes. Vem comigo, vamos descobrir juntas.

De mãos dadas, as garotas decidiram explorar o lugar desconhecido. Ao virar um quarteirão, depararam-se com um cenário intrigante: à direita, havia um cemitério cercado por uma igrejinha antiga e desgastada, enquanto do lado oposto, mais chalés rústicos se estendiam afora. A rua conduzia-as até uma praça principal de formato circular. As vibrações mágicas presentes no local eram palpáveis, embora não atingissem a magnitude de lugares como Ravenclaw's Pride, por exemplo.

— Esse lugar não me parece estranho... você sente o mesmo?

— Eu? Olha... pela arquitetura, acho que estamos no interior da Inglaterra. Escócia?

— Nah, nem chega perto. Deve ser a Inglaterra ou Gales.

— Eu não conheço nada desse país, Jojo. No máximo que fico na Europa, é na fazenda do meu bisavô.

— Podemos perguntar para alguém, ou então, dar uma olhada naquele cemitério.

As duas atravessaram um arco de madeira que marcava a entrada do cemitério, seguindo por uma estreita estradinha de concreto. Seus olhares percorreram diversos túmulos, cada um apresentando características únicas, desde diferentes estilos até variados ornamentos. No entanto, um jazigo em particular capturou sua atenção: uma capela imponente, ricamente trabalhada, exibia em sua estrutura uma insígnia bastante familiar — a de um leão — e logo abaixo, a palavra "Grifinória".

— É o túmulo de Godric Gryfiindor. Estamos em Godric's Hollow.

— Godric's Hollow? Por que caímos justamente aqui? — perguntou Joanne.

Joanne até tinha uma resposta, mas estava com medo de que ela fosse a correta.

Prosseguindo na exploração do cemitério, avistaram uma lápide nos fundos, ainda mais antiga que a de Gryffindor, negligenciada e tomada por heras, suas palavras desvanecendo-se sob o domínio da natureza. Hermes cuidadosamente removeu uma porção das heras, revelando um desenho intrigante: um triângulo com uma esfera em seu interior, atravessado por uma linha reta.

— Ignoto Peverell... ei! Minha mãe falou sobre eles. É um dos três dos irmãos daquele conto lá dos Contos de Beedle, o Bardo.

— O Conto dos Três Irmãos? Deixe-me ver... — Joanne agachou para olhar a lápide e viu o símbolo embaixo do nome de Ignoto Peverell. — Meu pai me mostrou esse símbolo uma vez... são as Relíquias da Morte. Inclusive, o Voldemort tentou matá-lo por causa delas, achando que o meu pai era o portador da Varinha das Varinhas.

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