IV: Ameaça Velada

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I

Talvez esse tenha sido o pior e mais assustador sonho que Severo teve com Voldemort no presente momento. Estava em Hogwarts, parado no meio do Salão Principal, todo destruído. As janelas estouradas, as mesas reviradas e corpos de crianças e adolescentes espalhados. Mantos negros se juntando com o sangue derramado e o cheiro metálico que subia no ar. Severo queria gritar, chorar, mas nada acontecia. Sua garganta parecia estar trancada e falar doía.

— É tudo culpa minha. Eu matei todos eles...

Então, as tochas remanescentes do Salão acenderam. As coisas começaram a voltar ao normal. As mesas se endireitaram, as janelas se reconstruíram e as crianças voltaram à vida, agora sentadas e batendo palmas. Severo se encarou ao meio delas, em cima do púlpito de discurso do diretor e sendo ovacionado.

Severo olhou para trás e viu seus antigos colegas de trabalho, batendo palmas também. Todos ali... Kasimier... Minerva... Horácio... Pomona... Septima... Aurora... até mesmo o "pai" de Erina, Fílio, com uma carranca de poucos amigos, mas ainda assim, comemorando a volta dele como diretor de Hogwarts.

Os alunos explodiram em palmas. A Sonserina era a que mais comemorava, e até mesmo a Grifinória se mostrava entusiasmada.

Só poderia ser um sonho mesmo. Não iria ser recebido assim por todo mundo, caso volte a ser diretor. Todos o odiavam, sem exceção.

As palmas pararam, porque alguém havia entrado de supetão no Salão. Severo reconheceu as máscaras, o bando que entravam, e junto deles, o seu mestre e sua maldita serpente de estimação. Como já sabia que se tratava de um sonho, não se preocupou em ser sarcástico com Voldemort quando o mesmo parou bem na sua frente e fez uma espécie de referência.

— Eu lhe saúdo, diretor Snape.

— Veio me buscar, milorde? — Severo deu um sorriso cínico de canto.

— Hoje não. Apenas... quero fazer parte de sua glória. — Voldemort olhou para os seus asseclas — Matem todos.

As crianças gritaram; os Comensais da Morte atiravam Avada Kedavra em todos. Ninguém escapou do banho de sangue. Alguns tentaram fugir, mas não conseguiram. Professores que lutavam para proteger os alunos também foram atingidos. Novamente, a cena que presenciou antes se concretizando... Severo correu até Voldemort, mas parou quando o viu perto da mesa da Sonserina, encantando Nagini para que esmagasse o corpo de Joanne.

— Papai...

— Deixe a minha filha em paz! — disse apontando a varinha.

— Não deixo! — o corpo de Voldemort se desfez em fumaça negra e reapareceu bem na frente de Severo, para encará-lo nos olhos — Apontando sua varinha para seu mestre... tsc, tsc... estou terrivelmente decepcionado com você, Severo.

— É a mim que você quer... me leve. Deixe Joanne em paz.

— Posso até deixar, mas você terá que vir comigo.

Então, Severo ouviu uma voz masculina e muito parecida com a que tinha ouvido horas atrás quando estava com Erina.

É tudo um sonho. Ele não pode te fazer mal, e muito menos a sua filha.

Acorde, Severo. Acorde.

Foi com essas palavras que Severo abriu os olhos e virou a cabeça para os lados. Erina, que se encontrava em um estado leve de sono, acordou ao escutar um suspiro longo de seu marido.

— Pesadelo de novo?

— Sim... volte a dormir. Eu estou bem.

— Não está. Sua cara tá assustada. Te conheço muito bem, Severo Snape. O pesadelo que teve te assustou muito. Pode me dizer o que sonhou.

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