VIII: Espólios de um Morto

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I

Fevereiro avançou rápido que mal parecia que Janeiro se despediu. As nevascas diminuíram, o que foi um grande alívio para todos os moradores de Ravenclaw's Pride, e quase não havia rastros de neve pela aldeia. Harry Potter já tinha se recuperado da agressão, avançando constantemente em seu tratamento. Os ossos da face se recuperaram do trincado, assim como as dores e inchaços, mas ele precisou paralisar as investigações e com isso, não conseguiu coletar o depoimento de Pestana. Agora que a fala voltou gradativamente, sem que tudo doesse, depois do café da manhã, falaria com ele.

Passou a manhã toda organizando suas pistas, colocando e fazendo mapas mentais em um estande que montou na parede do quarto, ao lado da escrivaninha do notebook; fotos das vítimas, depoimentos de moradores, peças-chave como a tal frase "nós somos a sua dor", um retrato falado da bruxa de pernas de pau e também descrições de seus companheiros que a acompanhavam naquele dia. Fez um balão em vermelho e escreveu uma linha do tempo dos acontecimentos.

Bruxa de pernas de pau.

Triplo homicídio: local – um apartamento de uma garota chamada Layla Grimes, que é chamada de "Bicicleta" pelos moradores.

Uma das vítimas se chamava Donald Trussads. Morador. Bruxo. Os outros dois eram trouxas.

Mais uma tentativa de homicídio, agora em um local abandonado. Os dois conseguiram fugir – sem informações se eram trouxas ou não.

Um tipo de seita esquisita?

Também tinha o lance de seu agressor, mas nesse caso, Harry não se lembrava de nada, o que dificulta muito as coisas. O senhor Barebone disse que foi um grupo de moradores que acreditaram em um boato que Cassiopeia Snape espalhou — nome dela também vai entrar no inquérito, pois fazer esse tipo de coisa, inventar boatos, é crime — mas também, não quis entrar em detalhes.

Deveria fazer algumas perguntas a ele?

Harry ouviu o seu smartphone tocar e era Gina querendo fazer uma chamada de vídeo. Fazia tempo que não falava com sua esposa por vídeo — já que precisou enviar uma mensagem dizendo que não poderia mais devido ao rosto trincado — e queria muito conversar com ela. Pegou o telefone e aceitou a chamada.

— Harry! Como você está, querido?

— Melhorando. Agora consigo falar sem sentir nenhum tipo de dor. Foi muito difícil nos últimos dias, sabe? Dores e mais dores... os ossos estavam todos trincados e doía mais por estar perto das mucosas. Agora, só sinto algumas fisgadas quando falo ou como algo muito duro.

— Eu te falei para voltar para a casa. Olha o que essa gente fez! Você realmente achou que seria recebido com muito amor e carinho em um lugar que tem adoração pelo Snape? Por Merlin, Harry... vai esperar até quando para ir embora e tocar as investigações de Londres? Que eles te matem? Pois é isso que vai acontecer se continuar nesse lugar...

— Não fique preocupada, meu amor. Esse dia foi um descuido da minha parte, mas não vai se repetir. Até porque, eu já descobri quem foi a responsável por isso. Cassiopeia Snape. Ela espalhou um boato horrível sobre mim, que fez os moradores inflarem ódio.

— Igual ao Snape quando contou para Hogwarts toda que o Lupin era um lobisomem.

— Ela vai pagar, Gina. Hoje mesmo eu vou mandar um inquérito para Londres, a convidando para "prestar esclarecimentos", pois ela me ameaçou uma vez, quando eu estava na loja da mãe dela comprando algumas poções. Mas enfim, espere só mais um pouco, meu amor. Eu tenho que resolver esse triplo homicídio. Essas três pessoas que foram assassinadas merecem justiça. Sei que é doloroso para você ficar mais um tempo longe de mim, mas tenha um pouquinho mais de paciência, ok? Prometo que voltarei quando tudo estiver resolvido.

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