XVIII: O Labirinto dos Caçadores

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I

O incidente na sala comunal da Sonserina foi esquecido durante as semanas, que os alunos e até mesmo o professor Warren ficaram admirados por não ter sido vazado perante todos os residentes do castelo. Como aquela gosma estranha foi removida do castelo, ninguém sabia e toda vez que alguém perguntava a Kasimier, ele dava um jeito de disfarçar.

No fim, quem levou a culpa de tudo foi Alvo e Escórpio. Se não bastassem os pontos perdidos, ainda levaram uma detenção: um mês ajudando Hagrid a recolher as bostas de dragão para entregar ao professor Longbottom. Joanne até pensou em dar uma escapulida, seguir os meninos para fazer uma visitinha a Pink Venom no Vale Chamuscado, e procurar o Negro das Ilhas Hébridas, mas foi desencorajada por Hermes.

Tudo seguiu como deveria ser. Os alunos ainda estavam proibidos de andar por aí, precisavam usar máscaras todas as vezes em que fossem assistir aulas e tentar ao máximo, não criar rodinhas com mais de cinco pessoas. Joanne estava indo ao Corujal entregar uma carta a seu pai, que mencionava suas primeiras semanas em Hogwarts como sempre fazia. Sua perna havia melhorado depois de um tempo, mas ainda andava escadas com certa dificuldade.

Procurou a coruja de Narciso, e deu umas últimas conferidas para ver se não tinha se esquecido de nada.

Papai, como o senhor está? Espero que melhor que eu... ninguém anda implicando comigo, mas estou péssima de saúde. Tô com um monte de espinhas embaixo do queixo por causa da máscara, e uma caganeira desgraçada por conta da TPM. Eu não deveria ter rido da cara da Hermes. Sei que pareço uma adolescente chorona escrevendo isso, mas só queria desabafar com o senhor.

Minhas primeiras semanas foram boas. Aprendi coisas novas, e agora, vou encontrar o professor Warren para pedir se posso ser monitora no ano que vem. Por enquanto, ninguém pareceu notar que eu sou sua filha, mas já recebi muito olhar julgador, que para mim, é pior do que se falassem na minha cara.

Ah, e avisa pra mamãe que rolou um troço muito estranho na nossa sala comunal. Sabe aquela gosma preta do planeta Áhmon, e que causou a extinção deles? Ela apareceu, do nada, depois que o Alvo e o Escórpio começaram a mexer em uma pedra Ankari (pergunta pra mamãe o que é, que ela fala para o senhor). Não preciso dizer ao senhor que os dois levaram uma bronca daquelas. O professor Warren está muito decepcionado com eles, mas agora entendo o poder destrutivo dessas coisas que vem de Áhmon. E a Escuridão... tocou em mim. Me machucou muito. Era como se tivessem jogado gasolina e tacado fogo. Foi horrível e muito doloroso, mas já estou melhor, apenas com dificuldade de subir escadas.

Quero um retorno do senhor, se não estiver ocupado fazendo suas poções com cheiro de mijo ou pensando demais na mamãe.

Joanne.

Depois de verificar se tudo estava certo, Joanne amarrou a carta na pata de Anna Sui e deu um petisco para a coruja, que saiu voando assim que terminou de comer. Joanne se virou para voltar à sala comunal, quando deu de cara com algo sobrevoando seu rosto. Parecia que havia levado uma lufada de penas na cara e quase caiu da escada da torre do Corujal. Em meio a piados estridentes, Joanne conseguiu tirar a ave estranha do seu rosto.

Era o agoureiro de Hagrid, com suas penas feias e repuxadas e o aspecto doente. Parece que os seus ferimentos não tinham sarado... ele continuava com os olhos bem inchados, e os cortes ainda mais profundos.

— Jojo! — Alvo e Escórpio vinham até ela, subindo as escadas, apressados. — Oh, ainda bem que ela está aqui, Escorp.

— Ela? Fala de mim ou desse bicho?

— Das duas — disse Escórpio, ofegante. — Descobrimos que o agoureiro é fêmea.

— Ah, é? — Joanne pegava a criatura mágica pelas asas e entregou-as para os garotos. — Afinal de contas, por que os dois viraram babás desse agoureiro?

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