XXXVIII: As Duas Profecias

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I

Joanne, ainda aturdida pela transição temporal, questionou se estavam realmente seguros. Poderia o Teleporter Volturi ter enlouquecido de novo, transportando-os para uma outra realidade alternativa? Esses pensamentos surgiram instantaneamente, assim que ela sentiu seus átomos se reunindo para formar seu corpo mais uma vez. O ambiente ao seu redor oferecia uma cena familiar — o céu claro adornado por nuvens esculpidas, um clima ameno e sombrio que envolvia Hogwarts nos fundos, exatamente como ela o conhecia, antigo e medieval, assemelhando-se a um dragão adormecido sob uma montanha. Uma brisa suave acariciou seu corpo, trazendo uma sensação de frescor e serenidade. Estava em casa, em seu lar.

Contudo, Joanne não estava sozinha. Seus companheiros de jornada aterrissaram no mesmo local que ela, numa encosta próxima à orla da Floresta Proibida. Seu pai, seus amigos, seu professor e até o robô gigante, carinhosamente apelidado por seu pai de Optimus Prime, todos estavam íntegros e bem. Sentindo um misto de alívio e felicidade, Joanne não resistiu e envolveu seu pai em um abraço caloroso, enquanto ele tentava tirar a grama que grudara em seu sobretudo.

— Voltamos, papai — ela se afundou no corpo pesado e grande do pai e não o soltou. Severo não esperava por tal reação.

— Parece com Hogwarts, nada fora do padrão — comentou o professor Warren, depois de tirar grama seca dos seus cabelos. — Acho que é de manhã.

— Só tem um jeito de descobrirmos se, estamos na nossa Hogwarts, ou em outra Hogwarts. Indo até lá.

O grupo deixou a encosta e começou a subir a montanha que levava ao pátio de entrada do castelo. Até então, tudo parecia normal, mas Joanne notou em um pequeno detalhe: Tin Rinan não parava de mexer na Ampulheta Dourada que usara para tirá-los da Godric's Hollow de 1981.

— Será que é seguro esse robô aparecer na frente dos alunos? — perguntou Warren a Severo. — Isso deveria ser um segredo, não? A existência dele...

— É um segredo, mas ele não é tolo o suficiente para aparecer na frente das crianças.

Mesmo durante a discussão do grupo, Joanne continuava a observar Tin Rinan girar a Ampulheta várias vezes, sua areia dourada fluindo para o outro lado. Surgia a dúvida inevitável: estariam realmente na linha temporal correta?

A resposta não tardou a chegar. Uma multidão de alunos começou a sair do castelo, correndo em direções opostas; cada um deles trajava um macacão cintilante na cor que representava sua casa, complementado por capa e chapéus pontudos pretos. A vestimenta diferente não passou despercebida pelo grupo.

Definitivamente, não estavam na Hogwarts que conheciam.

— Pai... a-acho que viemos para a época errada de novo.

Os alunos se dispersaram estrategicamente pelo pátio, alguns subindo em pequenas torres de tijolos brancos e se assentando em seus topos. Nestas torres, algo não convencional chamou a atenção do grupo: submetralhadoras prateadas, do tamanho de canhões, eram manuseadas pelos estudantes, algo que normalmente só seria visto nas guerras dos trouxas. Joanne observou, perplexa, um dos alunos que subiu na torre colocar sua varinha em um compartimento sob a submetralhadora, começando a manipular o mecanismo e ajustar a arma em várias direções.

Para agravar o total estado de insanidade, um homem idoso surgiu correndo, orientando os alunos que tinham ficado para trás a se retirarem. Joanne deu um empurrão em seu pai, indicando que ele orientasse o restante do grupo a se esconder em um local onde não pudessem ser vistos. Optaram pelo corredor que usaram para chegar até o castelo.

— Snape... Hogwarts está armada — disse Harry, meio fraco. Joanne nem tinha se lembrado que ele e Delphini estavam lá. Ela continuava bem amarrada e amordaçada; sua varinha havia sido quebrada e, se encontrava em posse do professor Warren. — Por que tem armas trouxas dentro de Hogwarts?

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