XXXVI: Os Caminhos Se Cruzam

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I

Joanne se esforçava para se acostumar com a realidade alternativa em que se encontrava presa, mesmo que doesse em sua alma que as pessoas que amava haviam sido totalmente modificadas ou desapareceram completamente. Até o presente momento, Delphini não deu as caras, parecia ter desaparecido. Enquanto isso, levava a vida como se estivesse na sua realidade original. As aulas de poções eram tão cruéis e punitivas quanto as de seu lugar de origem; seu pai não media esforços para castigar quem quer que fosse estúpido em sua sala, mas uma coisa que chamou a atenção da garota, foi o quanto seu pai da realidade alternativa ficou impressionado com as habilidades de Alvo com as poções, coisa que o Severo da outra parte, não acharia nada demais.

— Você nunca foi bem na minha matéria, Potter, e do nada, faz a poção que eu peço com grande maestria?

— Andei praticando, professor. Estou me saindo bem?

— Está aceitável. E quanto a você, Joanne? Em vez de ficar me encarando como se eu fosse um ídolo, terminou de preparar a sua?

Joanne mal se ligou que o tempo havia passado, e acabou terminando sua poção assim que voltou a realidade. Mostrou o caldeirão borbulhante ao pai, que só comprimiu os lábios e ignorou a filha, indo para a mesa seguinte.

— Idoso e desagradável como sempre foi.

— Ué? Qual o problema dele ser idoso? — perguntou Alvo.

— Problema nenhum, é que com o passar dos anos, meu pai só piorou na rabugentísse.

No final da aula, Joanne foi se encontrar com Tiago Sirius para coletar informações referente a Delphini, se a ministra Erina tinha alguma pista de seu paradeiro, só que as notícias não poderiam ser as piores possíveis.

— Mamãe não quer falar nada, diz que é confidencial, mas já fiquei sabendo que ela vai fazer uma visita surpresa a Hogwarts nos próximos dias.

— Ah, é? E quem foi que te disse isso?

— A Ethel, secretária da mamãe. Ela tem uma adoração bizarra pela nossa família.

Ethel, se Joanne não estiver enganada, era a secretária de gabinete da ministra Hermione — Rosa quem havia lhe falado uma vez, em uma de suas falhas tentativas de tentar pedir a garota em namoro, mesmo sabendo que Joanne já era compromissada com Escórpio — que vivia puxando sardinha da ministra e de poderosos dentro do Ministério.

— Oh, por um lado, é uma ótima notícia. Mas como vamos escutar o plano da sua mãe?

— Sabe o Jorge Weasley, do Gemialidades Weasley? Ele me deu um negócio que pode nos ajudar.

Tiago Sirius tirou do bolso das vestes pretas com forro de seda vermelho um tipo estranho de orelhas emborrachadas com uma cordinha presa em um buraco feito na parte superior da cartilagem, balançando e se comportando como um ioiô berrante. Joanne já viu esse logro... Alan, seu irmãozinho, já deve ter brincado com ele algumas vezes.

— Isso são Orelhas Extensíveis. Dá para ouvir todas as conversas das pessoas em um raio de vinte metros. Só colocarmos na frente da sala do meu pai, vamos descobrir qual é o plano deles.

— Mas será que essa coisa vai pegar? Justo na sala do diretor? Ela deve ser muito bem protegida com vários feitiços abafadores.

— Relaxa, Jorge me garantiu que funcionaria.

Joanne achava a ideia meio estranha, contudo, era melhor do que não ter nada, pensou. No dia informado pela secretária de Erina, os dois foram até o corredor da sala do diretor, se esconderam atrás de uma estátua de um javali alado e manuseando a orelha de borracha com cuidado, Tiago Sirius a colocou perto da gárgula e começaram a ouvir a conversa da ministra com o marido.

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