I
Após o depoimento de Gai Amatsu, Hermione pediu para a segunda testemunha se apresentar. Desta vez, era uma de defesa, e Erina se surpreendeu ao ver quem aparecera. Severo só soube quem era assim que Kasimier Warren se levantou para iniciar o questionamento.
— Professora Minerva McGonagall, atual diretora de Hogwarts, a senhora conviveu muito com o meu cliente, não é mesmo?
— Naturalmente. Eu o conheço desde os onze anos de idade.
— Então já que a senhora o conhece desde a infância, gostaria de contar ao júri como era sua convivência com ele?
— Era comum dentro de Hogwarts. Severo Snape era um aluno quieto, que normalmente se sentava nos fundos e não gostava de conversar com ninguém. Ele ia muito bem em transfiguração, porém, tinha um comportamento desdenhoso com muitos alunos, que em sua visão, não eram dignos de serem chamados de... bruxos.
— Como assim? A senhora então está dizendo que o meu cliente era um supremacista sangue-puro, mesmo sendo classificado como mestiço?
— Ele era amigo de Evan Rosier, e o senhor se lembra muito bem disso — disse ela em um tom firme, mas Warren ignorou essa parte, afinal de contas, ele estava como advogado, e não como amigo. — Rosier era um dos Comensais da Morte mais letais da primeira guerra. Ele foi morto por Alastor Moody, que prendeu muitos Comensais da Morte, assim como o senhor, que prendeu o homem que está, agora, defendendo.
Severo não estava entendendo, assim como acreditava que grande parte dos conselheiros que observavam tudo também; Minerva tentava defendê-lo ou acusá-lo? Pois, se estava no intuito de defesa, seria melhor ela rever isso.
— Mas no caso, diretora McGonagall... a senhora não pode negar que o meu cliente foi muito perseguido dentro de Hogwarts, inclusive por dois sangues-puros: Tiago Potter e Sirius Black III.
— É verdade. Aqueles dois nunca tiveram limites para nada. Eu nunca consegui controlá-los, mesmo colocando Remo Lupin como monitor da Grifinória na época.
— E a senhora... poderia nos dar um exemplo de como eram essas humilhações?
— Ah, várias. Teve uma em que os dois fizeram Snape cuspir bolas de sabão da boca — Severo abaixou a cabeça, pois se lembrava muito bem daquele dia... foi antes de sua pior lembrança, quando eles usaram o Levicorpus contra si mesmo. — O que eu quero dizer é que, Snape era sim, muito perseguido, mas ele também não ajudava em nada dentro de Hogwarts, andando para lá e para cá com aqueles três garotos odiosos.
— Eles eram os meus amigos... — resmungou Snape, baixo. — Não me orgulho disso, mas eram as únicas pessoas que eu poderia confiar na época.
Kasimier olhou para Hermione, e com tom firme, disse que não tinha mais perguntas. Agora, era a vez do promotor, e ele fez questionamentos ainda mais duros à diretora.
— A senhora sabia que o réu era um Comensal da Morte?
— Indiretamente não. Dumbledore não comentava essas coisas comigo, apenas disse que Snape havia sido preso injustamente. Eu só fui mesmo descobrir no dia em que ele assassinou-o.
— E como era o réu em Hogwarts?
— Não era um anjo. Ele perseguiu muitos alunos lá dentro, traumatizou vários. A senhora Snape, que não me deixa mentir, também sofreu nas mãos dele — Erina olhou para baixo, e não voltou a encará-la.
— A senhora sabia que a senhora Snape, e o réu, tinham um caso secreto em Hogwarts?
— Não sabia, até porque, Dumbledore abafou o caso bem rápido. Eu descobri quando houve um escândalo, após um colega nosso, o professor Flitwick, ter flagrado os dois se beijando em uma das ilhas em voltas do Lago Negro. Deveria ser o lugar onde os dois se encontravam. Eu me lembro muito bem dele trovejando pelos quatro cantos do castelo que Snape não valia nada, que seduziu uma aluna por pura arrogância, já que nas aulas, ele tinha um comportamento totalmente desdenhoso com ela.
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Emergência no Planeta Terra
Fanfiction"Nós somos a sua dor". Joanne Snape testemunhou a quase morte de seu pai. A crise arritmica seguida após a quebra do Pacto de Sangue deixou bem claro seu estado, mas por que tudo aquilo aconteceu? Voltaremos para o início daquele ano, com Severo Sn...