Capítulo 37: O que sabe sobre os outros reinos?

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A noite havia caído muito rápido na corte dos elfos. Passei a maior parte do dia nos meus aposentos, submersa na água morna da banheira até ela ficar fria. Depois desci para comer, porque minha barriga roncou quando o cheiro delicioso que vinha da cozinha impregnou o pequeno palácio.

Quando voltei para o quarto, fiquei observando aquela pequena vila pela varanda, vendo as chamas das lamparinas sobre as ruas começarem a serem acesas, fazendo parecer que as estrelas haviam descido do céu para pintar à terra. Era um dos lugares mais lindos que eu já havia visto. Mas sabia que minha opinião não valia muito depois de tanto tempo presa em uma torre vendo apenas paredes de pedra.

—Eu estava me perguntando onde diabos você havia se metido. —A voz de Violet me fez soltar uma risada e olhar pro lado, vendo-a flutuando até a varanda. —Fui procurar você e ouvi os burburinhos pelos corredores do castelo de que você havia saído em uma viagem com o príncipe pra cá.

—Então você veio atrás de mim. —Falei, quando Violet parou ao meu lado, indicando os aposentos, deixando claro o que queria. Revirei meus olhos e murmurei aquelas mesmas palavras da outra vez, permitindo que ela entrasse ali. Então a segui para dentro, vendo ela flutuar por cada canto, observando tudo com os olhos apagados.

—Você deu a poção pra ele, não deu? —Ela olhou pra mim, erguendo uma das sobrancelhas. —Eu fui atrás dele depois que soube da sua viagem. Ele estava à beira de um ataque de nervosos sabia? Tive quase certeza que mataria metade do exército do rei. —Ela soltou uma risadinha quando não exibi qualquer emoção. —O que descobriu, vossa alteza?

—Algumas coisas interessantes, posso garantir. Na verdade, foi bom você ter vindo até aqui atrás de mim. —Afirmei, umedecendo os lábios com a língua. —Soube que a mãe do general mora aqui nessa vila ou nas outras da redondeza. Preciso que descubra quem ela é.

—Por quê? —Violet exibiu uma expressão confusa, enquanto parecia estar montando um quebra-cabeça na sua mente.

—Descubra quem ela é e onde ela está, então eu conto a você o que descobrir e o que pretendo fazer. —Falei, indicando a varanda para que ela fosse.

—Você está ficando mandona, hein? —Violet bufou, revirando tanto os olhos que eu tinha certeza que se ela ainda estivesse viva, aquilo teria doído. Ela flutuou em direção a varanda, antes de parar e se virar pra mim. —Acho que vai gostar de saber, princesa, que aquela tal duquesa foi para Castylha.

—O que? —Eu me virei, a encarando com confusão. —Katrina? Essa duquesa de quem está falando?

—Essa mesmo. —Ela abriu um sorriso lascivo. —Se eu fosse você tomaria cuidado. Ela parece muito interessada em você, especificamente.

Violet foi embora, enquanto eu processava aquela informação, sabendo o quão problematica ela era.

[...]

Eu fiquei cansada de esperar Seth, então sai para as ruas com Fitzy atrás de mim. O lugar já estava todo iluminado por tochas que seguiam as ruas, além das lamparinas que atravessavam as ruas, iluminando o lugar como estrelas, deixando à mostra aquelas plantas trepadeiras que seguiam as cordas.

Segui caminhando por ali, sorrindo para os elfos que acenavam e faziam uma reverência, parecendo não se importar com o fato de eu ser uma humana. Fitzy estava quieto, como se não quisesse demonstrar absolutamente nada. Parei de andar quando cheguei a uma praça circular, com uma imensa fonte no centro, onde a água fluía como magia.

—O que aconteceu da última vez que deu moedas as crianças? —Indaguei, chamando a atenção dele.

—Elas foram até o ferreiro e tentaram comprar uma espada. —Contou, me fazendo soltar uma risada. —O ferreiro é meu amigo, então ele veio me contar e me devolver o dinheiro. Peguei de volta e comprei doces para as crianças.

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