Capítulo 66: Exército fantasma.

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—O plano não é nenhum bicho de sete cabeças. Vamos distrai-los, atacar quando eles não estiverem esperando, enquanto invadimos o castelo usando todas as passagens secretas para chegar até o rei. —Lena estava na frente de todo o acampamento, enquanto todos prestavam atenção no que ela dizia. —Violet reuniu todos os fantasmas que estavam dispostos a nos ajudar. Com a ajuda dos humanos que restaram no castelo, vamos colocar esse exército fantasma lá dentro. Eles serão nossa distração.

Violet surgiu ao lado de Lena, com toda aquela aura acinzentada ao seu redor. Seus olhos vagaram por todo acampamento até pararem em mim. Seus lábios se curvaram em um sorrisinho, enquanto eu me lembrava da nossa última conversa.

—Então vamos pra segunda parte. Colocaremos bombas em todos os cantos do jardim, enquanto o restante de nós atravessam as passagens secretas para dentro do castelo. Quando estivermos a postos, explodimos todas elas para chamar a maior parte dos guardas lá pra fora. —Lena prosseguiu, enquanto eu sentia a mão de Seth deslizar até a minha e ele a apertar com carinho. —Então entramos no castelo e lidamos com quem permanecer lá dentro. Não percam seu tempo com absolutamente nada. Nossa missão é chegar até o rei. Matem ele assim que o encontrarem. Lembrem-se que estamos lá pra recuperar nosso lar. Lembrem-se que quando tudo terminar teremos nosso reino de volta, com uma rainha de verdade e não uma mentira.

Ouvi o grito de comemoração reverberando por cada canto daquele acampamento quando todos ali ergueram as espadas pra cima, deixando claro que estavam prontos para lutar pelo reino. Tínhamos o apoio dos outros reinos. Tínhamos pessoas que se prepararam para essa batalha. E eu estava pronta para me sentar naquele trono.

Depois que Lena explicou ao acampamento como tudo iria funcionar, todos começaram a se preparar para a caminhada que teríamos até o reino. Klaus e Tobias estavam armando todos com espadas e arcos, enquanto outros se despediam de quem ficaria no acampamento.

Fiz uma careta para as roupas que eu estava usando. Uma calça que grudava nas minhas pernas e mostrava todas as minhas curvas e uma camisa um pouco grande demais que eu havia roubado de Seth. Mas eu me recusava a usar um vestido quando estávamos prestes a invadir o castelo para matar um rei.

—É um pouco revelador demais. —Falei, vendo Celeste soltar uma risada, antes de trazer aquela adaga que Seth havia me dado de presente e prender no cinto que eu estava usando.

—Tenho certeza que seu príncipe vai adorar quando ver. —Afirmou, me fazendo morder o lábio superior com força, porque Seth também estava se preparando, repassando todo o plano com Lena e Fitzy. Ele parecia mais do que ansioso para que tudo desse completamente certo.

—Você ficará aqui?

—Claro, Tobias surtaria se eu sequer pensasse em entrar no meio disso. —Ela riu, dando de ombros e balançando a cabeça negativamente. —Vou ficar aqui cuidando dos outros e rezando para qualquer santo no céu proteger todos vocês.

—Vamos conseguir. —Olhei pra ela, mesmo que o nervosismo estivesse me consumindo. —Vamos conseguir, eu tenho certeza disso.

[...]

O sol estava no topo do céu quando partimos. Demorou alguns minutos até que todos tivessem prontos e se despedindo de quem queriam. Tobias passou longas horas repetindo as mesmas palavras para Celeste, implorando para que ela não fosse atrás dele e para que cuidasse de quem ficaria ali. Então partimos usando aquele espelho e outros que Lena havia passado a manhã toda arrumando com a ajuda de um feiticeiro.

Era arriscado usar a floresta em plena luz do dia, mas precisávamos fazer isso se quiséssemos chegar no castelo no entardecer, para usar a noite ao nosso favor. Estávamos sendo o mais silenciosos possível ao andar pela floresta até as entradas das passagens secretas. Aquela adaga na minha cintura parecia mais pesada a cada segundo.

Seth estava caminhando ao meu lado, enquanto Tobias, Klaus e Fitzy estavam à nossa frente. Ele estava em silencio, com a mão segurando a minha. Cada pensamento sobre o que iria acontecer em breve parecia passar dele pra mim, como se estivéssemos compartilhando nossos pensamentos.

Quando finalmente chegamos até as passagens secretas, tochas foram distribuídas a medida que nos separávamos por aqueles longos túneis. Tobias, Fitzy e Lena foram com um grupo, enquanto eu, Seth e Klaus íamos por outro. Eles iriam para o escritório do rei e nós para os aposentos reais. Os mesmos aposentos que ele havia usado para matar meus pais.

—Olha, eu só queria dizer... —Klaus engoliu em seco, olhando para Seth e eu por cima do ombro, encarando nossas mãos unidas com uma expressão pensativa. —Sobre Fitzy e eu... Nós não...

—Não precisa explicar. —Foi Seth quem falou, erguendo uma das sobrancelhas para Klaus. —O que vocês fazem ou deixam de fazer quando estão sozinhos não é da nossa conta.

Klaus exibiu uma expressão inquieta, como se aquela não fosse bem a resposta que ele estava esperando. Mas as horas seguintes passamos em silêncio, com cada um perdido nos próprios pensamentos. Eu tentava me agarrar a todas as lembranças boas, enquanto sentia a mão de Seth o tempo todo apertar a minha de forma acolhedora.

Horas depois, quando já estávamos com a respiração pesada e as pernas doloridas da caminhada chegamos ao final do túnel. O grupo de homens atrás de nós puxou as espadas e arcos, se preparando para o que estivesse do outro lado.

Klaus prendeu a tocha das suas mãos em um suporte na parede, enquanto os outros faziam o mesmo. Puxei aquela adaga, deslizando meus dedos até o cabo, sentindo uma eletricidade passar da lâmina pra mim, enquanto meu coração martelava dentro do peito. Agora tudo que precisávamos fazer era esperar. Violet faria a sua parte com o exército de fantasmas e Lena, Tobias e Fitzy a deles, colocando aquelas bombas.

—Você está bem? —Klaus indagou, se escorando na parede oposta que eu, me olhando com a testa franzida. Balancei a cabeça que sim, sentindo os olhos de Seth em mim, como se me avaliasse. —O que aconteceu com aquela moça? Aquela que invadiu o seu quarto? Você não nos disse mais nada.

Meus dedos apertaram ainda mais o cabo da adaga, enquanto eu olhava para o meu irmão sem fazer ideia do que dizer. Não fazia ideia de como ele reagiria se soubesse o que eu já fiz desde que estou ali. Eu dei uma poção de amor a um monstro. Eu cortei a língua e os dedos dele. Eu matei uma pessoa. Eu não me arrependo de absolutamente nada.

—Ela está morta. —Falei, vendo o momento eu Klaus entendeu o que eu havia falado e seus lábios se abriram em espanto.

—Você... —O túnel ao nosso redor tremeu, derrubando terra sobre nós quando as bombas começaram a explodir pelos terrenos do castelo. Klaus parou de falar, correndo até os degraus que davam para a entrada da passagem secreta. —Se preparem! Vamos entrar agora! Lembrem-se que estamos aqui para matar o rei. Essa é a missão de todos nós. —Klaus olhou pra mim, vendo meu aceno de cabeça. —E o mais importante de tudo, protejam a rainha e o príncipe.

Então ele puxou a alavanca que abria a passagem secreta, deixando a claridade do cômodo iluminar parte do túnel, enquanto tínhamos a visão de dentro dos aposentos reais. Na mesma hora minha mente foi invadida por várias lembranças de anos atrás, quando vi meus próprios pais serem assassinados na minha frente. Hoje eu teria vingança.



Continua...
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