Capítulo 45: Falsas esperanças.

1.8K 282 57
                                    

Eu acordei antes de Seth e não esperei que ele acordasse quando sai dos seus aposentos e voltei para o meu. Fiquei esperando Sarah aparecer com meu café da manhã, sabendo que provavelmente as coisas seriam diferentes agora que ela sabe quem eu sou. Não tinha certeza se meus irmãos iriam revelar aos outros sobre mim. Eu tinha muitas dúvidas sobre isso.

—Eu procurei você ontem a noite. —Violet atravessou a parede, surgindo perto da poltrona onde eu estava sentada, encarando as chamas da lareira enquanto pensava. —Mas a encontrei nos braços no príncipe. Pelo visto o desejo falou mais alto que a vingança.

—Eu contei a você sobre o que descobrir com Zion. —Foi o que respondi, girando a cabeça para olhar a fantasma que me observava com um sorriso travesso. —Você já soube o que aconteceu ontem?

—Por que você fala como se eu fosse uma grande fofoqueira, hein? —Ela estalou a língua quando eu soltei uma risada. —Aconteceu algo de interessante ontem a noite?

Eu a encarei por alguns segundos, antes de voltar a olhar para as chamas da lareira e começar a contar tudo que havia acontecido ontem. Mal havia retornado de viagem e as coisas já haviam acontecido mais rápido do que eu era capaz de absorver. Mas Violet ouviu tudo, com o sorriso se tornando maior e mais felino quando contei o que fiz e o que pretendia.

—Eu disse, não disse? —Ela soltou uma risadinha. —Você é uma cobra, vossa alteza.

—Ela recebeu a carta? —Indaguei, vendo-a balançar a cabeça que sim. —Então?

—Está vindo para o reino. Deve chegar em breve. —Afirmou, me fazendo abrir um sorriso fraco, porque não estava esperando uma notícia boa tão cedo. —Vou descobrir como está Zion. Mas sugiro que tome cuidado, ele vira atrás de você agora que tomou o antídoto.

—Eu sei. Eu estou esperando por isso.

—Evangeline... —Violet riu, antes de negar com a cabeça e flutuar para longe. —Você está fazendo uma jogada arriscada. Principalmente agora que seus irmãos sabem que você está aqui.

—Meus irmãos não estão envolvidos nisso. —Retruquei, praticamente mostrando os dentes pra ela. —Ainda sou apenas a esposa do herdeiro e eles são fantasmas como você.

—Isso não muda o fato de você estar brincando com o filho do rei. —Murmurou, me fazendo exibir uma careta.

—Eu não brinquei com ninguém. —Afirmei, olhando pra ela com uma expressão de desdém. —Eu apenas mostrei ao rei que também sei jogar esse jogo. E eu estou apenas começando.

[...]

Eu encontrei Sarah quando estava passeando pelos jardins com Fitzy atrás de mim. Ela se aproximou hesitante, fazendo uma reverência contida, parecendo não saber ao certo como agir. Abri um sorriso pra ela, porque precisava que as coisas entre nós continuassem a evoluir e não regredir.

—Vossa alteza. —Ela murmurou, engolindo em seco quando olhou pra mim.

—Você não apareceu hoje cedo. —Comentei, tocando o braço dela e fazendo um sinal para que fizesse a caminhada comigo. —Fiquei pensando se os acontecimentos de ontem teriam a assustado.

—Me assustaram, na verdade. —Ela piscou algumas vezes, olhando para o longe. —E me deixaram surpresa também. Mas isso também explica muita coisa.

—Sarah. —Eu hesitei, olhando para trás para ver se Fitzy estava longe o suficiente para não nos ouvir. —Não pode contar isso a ninguém, você entende? Se essa informação cair nas mãos erradas, o rei pode pensar que eu fiz isso e...

—Eu não irei contar a ninguém. —Ela retrucou, antes mesmo que eu completasse. Seus olhos encontraram os meus, carregados de segredos. —Nada do que eu vi ontem. Sobre você, o general e o príncipe. —Ela desviou os olhos de mim para o chão. —No final todos aqui estão agindo como alguém que não são de verdade.

O Trono da Rainha Onde histórias criam vida. Descubra agora