Capítulo 42: Calabouço.

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Eu o abracei com toda força que eu conseguia, sentindo meu coração bater tão acelerado ao senti-lo bem ali, nos meus braços. Havia sonhado com aquele momento milhares de vezes, mas agora ele era real e solido.

—Eu pensei em vocês a cada segundo de todos esses anos. —Afirmei, segurando o rosto dele para beija-lo nas bochechas, na testa e em qualquer lugar que conseguia alcançar. E ele estava me abraçando, me abraçando como se quisesse dizer o mesmo que eu, mas sem conseguir.

—Não acredito que é você mesmo. Não acredito... —Ele sussurrou, com os lábios tremendo enquanto se afastava para me encarar, como se quisesse ter certeza que era eu quem ele estava abraçando. —Eva...

—Sou eu. Sou realmente eu. —Beijei o rosto dele, várias e várias vezes, acariciando as bochechas molhadas pelas lagrimas. —Você está tão bonito. Tão grande e tão bonito. —Fechei meus olhos com força, afundando meu rosto no peito dele e sentindo seu coração tão acelerado quanto o meu. —Eu senti sua falta, Tobias. Eu senti a falta de vocês dois. Você nem faz ideia...

—Nós também. Esse tempo todo... ficamos procurando você em cada canto desse lugar. —Dessa vez foi ele quem segurou meu rosto entre as mãos, olhando cada detalhe do meu rosto. —Não acreditei quando Klaus contou. Mas então ouvimos que a princesa estava do nosso lado e nós dois nos enchemos de esperança.

—E você veio aqui ter sua certeza. —Beijei a testa dele de novo. —Não acredito que veio até aqui, que se arriscou tanto. —Ele abriu um sorriso, me abraçando de novo, tão apertado. —Mal posso esperar para poder abraçar Klaus também. Naquela noite... eu fiquei tão surpresa em vê-lo.

—Oh, nossa, ele vai enlouquecer. —Tobias soltou uma risada tão alegre que fez meu coração se aquecer. —Ele vai repetir tantas vezes "eu avisei". Ele vai ficar tão, mas tão feliz. Ah, Eva, não vejo a hora de chegarmos no acampamento com você e...

—O que? —Eu soltei, surpresa com aquela última afirmação. Tobias me encarou sem sequer piscar, parecendo não entender minha confusão.

—Eu tenho que voltar para o acampamento. Não posso ficar aqui, é ariscado demais. Você vem comigo, não é? —Ele pareceu esperançoso, enquanto meu sangue gelava. —Eva, você tem que vir comigo. Klaus está nos esperando. Aqui é perigoso demais.

—Eu... eu não posso ir. —Afirmei, engolindo o nó que se formou na minha garganta. —Tenho coisas a fazer aqui e...

—Como assim? Não, Eva, você... você não pode. Se o rei descobrir que você...

—Ele já sabe. —O cortei, vendo a surpresa nos seus olhos quando deu um passo para trás, absorvendo minhas palavras. —O rei, a rainha e o príncipe sabem quem eu sou, Tobias.

—Eu estava me perguntando onde você estava e como veio parar aqui sem que ele soubesse. Mas isso... —Ele passou a mão pelos cabelos, me olhando um pouco confuso. —O que isso significa, Evangeline? Por que você está casada com o príncipe? Por que não quer ir embora comigo? Eu pensei...

—Me ouça, por favor. —Segurei as mãos dele, sentindo que Tobias estava começando a se afastar. E eu não podia perdê-lo agora que havia acabado de reencontra-lo. —As coisas aconteceram rápido demais, Tobias. E eu não tive muitas opções a não ser essa. Mas eu não me arrependo, porque você está aqui na minha frente agora.

—O que quer dizer? —Indagou, engolindo muito lentamente.

Então contei tudo a ele. Cada ano naquela torre vazia e silenciosa, até o dia que Seth apareceu por lá e me fez aquela proposta. Nosso casamento e o ponto em conhecia Violet e descobria sobre eles. Tobias prestou atenção em cada palavra que eu dizia, parecendo tentar juntar as peças de um quebra-cabeça na sua mente. Mas fiquei feliz quando percebi que ele acreditava em mim. Fiquei feliz quando ele apertou minhas mãos e me puxou para mais perto.

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