Capítulo Quatorze

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William


 Muitas pessoas me olham como o menino mimado da realeza. Ainda não sou um Duque, esse título será um dos itens da minha herança, mas desde criança que sou acostumado a ter absolutamente tudo o que quero sempre conquistado com meu esforço. Isso inclui controlar os acontecimentos ao meu redor, mas esse nem foi o motivo de seguir carreira como piloto da Real Marinha Britânica, essa parte foi só para deixar meu pai orgulhoso.


 Quem não vê o menino mimado, enxerga apenas o egocêntrico controlador. Lutador de MMA e ex-piloto militar que hoje é simplesmente o melhor advogado do Reino Unido. Pode apostar que não sou conhecido por ser modesto, até porque não fui criado para isso. Preciso sempre superar meus próprios limites.


 Frio, calculista e meticuloso. Extremamente orgulhoso da minha força, não apenas física, então ser golpeado por uma mulher, que me jogou no chão, esmagou minhas bolas e quase me deixou mudo é muito, muito humilhante.


 A sorte dela é que eu sou bom em ler as pessoas e o que eu li nela, naquele momento, foi medo. Reação motivada pelo mais puro medo. Pena que isso não elimine meu instinto vingativo, apenas o amenize um pouco.... bem pouco.


 Meus pais são fantásticos, de verdade, nunca incentivaram nenhum tipo de disputa ou competição com meus irmãos, mas eu sou vingativo, competitivo e não levo desaforo para casa. Coisas de criança que sofreu bullying.


 Sei pouco e lembro menos ainda da Bella, mas sei que minha mãe era a melhor amiga da mãe dela. Aisha. Eu deveria ter uns quatro anos quando ela morreu e sei que era muito bonita, assim como a filha. Lembro um pouco dos chatos e implicantes dos irmãos de Bella. Uns moleques irritantes que viviam me batendo por ser gordinho. Deveria agradecer aqueles insuportáveis, depois de ser infernizado por eles aprendi a não entrar em uma briga para perder.


 Depois da morte de Aisha nunca mais ouvi falar da família, mamãe comentou algo sobre uma mudança para o Japão, foi por isso que demorei a reconhecer que a morena estonteante que deslizava indiferente pela boate era a neta de um dos sócios do meu pai. Pobre Bella, ela despertou uma fera, espero que ela tenha forças para lidar com isso.


 Estava na pista quando a vi parada na porta principal. O rosto era familiar, mas quem é que perderia tempo olhando para o rosto com um corpo daqueles? Simplesmente perfeito e com quase nada de roupa. Pernas torneadas, cintura pequena e delicada, barriga chapada, seios na medida das minhas mãos; perfeito para esquentar minha cama. Se bem que as duas amigas dela também eram espetaculares. Não pude controlar a ideia de que talvez nós quatro pudéssemos nos divertir um pouco, juntos.


 Pena que não fui o único a reparar na bela mulher, metade da população masculina deve ter tido a mesma ideia, ainda bem que não me importo com a concorrência. Se é que existe concorrência. O único homem que talvez pudesse representar alguma dificuldade se tornou um imbecil com coleira. Minha cunhada cortaria fora as bolas do meu irmão se ela percebesse a maneira que ele olhou para Bella.


 A pista se tornou cheia demais para o meu gosto. Sem contar duas ex-namoradas tentando chamar minha atenção. Sempre fui tão claro sobre isso, passado é passado. Não me envolvo, não reciclo e não reaproveito. Melhor continuar no camarote, privacidade é algo muito agradável e pela disposição do espaço, posso avaliar melhor o ambiente.

Flor da PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora