VINTE E QUATRO MIL VISUALIZAÇÕES! Vou ali desmaiar e já volto....
Brincadeirinha, vou desmaiar depois de postar o capítulo.
Muito obrigada meninas. Obrigada @Paulinha_Marangonii, @suzana108, Mariana (s), Ana, Isabela.
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Momentos Cruciais
Lentamente Kazimir levantou-se do sofá, tirando-me de seu colo. Parecia um louco enfurecido, tentando manter o controle, "Nunca mais convide um homem estranho para entrar em seu apartamento. Nunca mais se coloque em posição de fragilidade para um desconhecido. E se eu fosse louco de realmente fazer o que ameacei?", a voz dele tinha voltado à doçura da noite que jantamos em seu barco. "Você não ficará com marcas no pescoço ou nos braços, mas, por favor, não faça isso novamente. Promete?".
Se eu não tivesse estudado tão bem meu inimigo diria que ele é bipolar, mas, na verdade, comecei a compreender que ele só queria assustar e, não realmente, atacar, criar uma relação de dependência com ele, provocar meu medo e minar a confiança que eu poderia ter em qualquer outra pessoa, fazendo com que eu confiasse cegamente nele. Ele é bom em análise psicológica. Se eu não tivesse tido treinamento na Inteligência Milita...
Mesmo não sendo psicólogo, Kazimir acreditou que usar a intimidação física para tentar criar uma dependência psicológica seria a melhor estratégia comigo; e talvez pudesse ter dado certo, se tivesse sido um tempo atrás, antes de eu descobrir quem ele realmente era e ter criado todo esse plano, mas não agora. Tão fácil entrar no jogo, quando você sabe o que está sendo jogado. Não que isso tenha diminuído meu terror quando ele começou a se tornar mais agressivo.
Sentando às minhas costas, Kazimir delicadamente me aproximou de seu corpo enquanto acariciava meus cabelos. Eu poderia até não ficar com marcas no pescoço, como ele disse, mas minha garganta estava definitivamente ardendo como o inferno e levaria horas até que eu conseguisse falar sem sentir dor ou mesmo que a voz funcionasse normalmente. Entendo a estratégia, mas ele não precisava ter ido tão longe.
"Eu confiei em você para me proteger dele e você... Como você pode!?", fui obrigada a parar, porque minha garganta ardia como o inferno. "Tenho medo de você agora, mais até do que tive de William", estava rouca e com muita dor para explicar mais. Além disso, notei que minhas reações estavam mais lentas que o normal, na verdade, estavam praticamente inexistentes já que eu não conseguia me mexer. Eu não bebi de verdade na festa, o único álcool real que tomei foi a vodka que Kazimir me obrigou a engolir e quase metade dela se perdeu, escorrendo pelo meu queixo; não ingeri álcool o suficiente para estar tão fora do ar, havia algo errado.
"Você deve ter mesmo. Eu sou mais perigoso que aquele engomadinho. Mas eu não vou te machucar, prefiro me matar antes de deixar qualquer coisa acontecer com você. Você entende isso? Pode viver com isso, com a consciência de que existe alguém que prefere morrer a te machucar?", disse, acariciando minha barriga enquanto falava comigo. "Está se sentindo estranha Ameerah? Seus membros estão pesados e suas reações lentas?", ele tinha um sorriso preso aos lábios enquanto me fazia tais perguntas.
"Você me dopou? O que me deu? Por que?", meu corpo não respondia, eu tinha plena consciência do que estava acontecendo, mas meu corpo parecia não compartilhar disso com a minha mente. Eu sentia as mãos dele passeando pela minha pele, sentia a reação que isso provocava, mas não conseguia fazer nada para impedi-lo de continuar ou para me afastar.
"Não, se eu quisesse realmente te machucar, você provavelmente estaria morta agora e sabe disso. Você não reagiu e me deixou fazer o que eu quis, não foi uma atitude muito esperta. Mas agora eu tenho que pedir, eu posso beijar você? Você quer ser beijada por mim?".
Confusa, confusa, confusa. Se meu corpo resolvesse colaborar, tenho certeza que estaria esfregando as têmporas e dando leves pancadinhas nos lados da minha cabeça, como que para tentar fazer meu cérebro pegar no tranco. Não quero ser beijada por Kazimir. Mas eu quero que ele me beije. Preciso fazer algum sentido. Não, eu não preciso fazer sentido, o que necessito é pensar com calma e clareza. Entender tudo o que está acontecendo.
Meu coração pede que William arrebente essa porta e me tire dos braços de Kazimir, mas meu corpo, ou uma parte dele, pede que Kazimir estoure a cabeça de William se ele tentar fazer isso.
"Por que está me pedindo autorização? Não foi para isso que me dopou? Para poder fazer o que quiser de forma que eu não tenha como reagir?", falei, pausadamente, me arrependendo quase que imediatamente de cada palavra pelas dores que causavam em minha garganta. Eu deveria ter dito apenas sim ou não, seria menor e doeria menos.
Mesmo com todo o meu doloroso discurso, ele pareceu não ouvir e me beijou de um jeito tão doce, apoiando minhas costas como se eu não pesasse mais que Desejo, que nos olhava desconfiado de cima de um banco. A outra mão dele segurava a minha e brincava com meus dedos.
Tinha calor, mas não era a fogueira que tive com Will. Ainda assim, eu correspondia e quando ele percebeu isso intensificou o ritmo, embora não muito. Ele dançava em minha boca, nossos dedos de alguma forma acabaram entrelaçados. Senti falta das borboletas, mesmo quando ele deslizou a mão pelo meu seio. Fisicamente eu respondia as carícias de Kazimir, emocionalmente estava apavorada com essas reações.
Ele se levantou de maneira brusca e ficou me olhando como se quisesse dizer algo, mas não tivesse coragem. Depois de um pequeno debate interno, claro pelas expressões faciais, "Bella, não sei porque confia em mim. Eu não mereço sua confiança, meio que já demonstrei isso hoje, não!? Se eu ficar perto de você, você vai se machucar. Eu não sou o que você pensa. Eu não sou quem você pensa". Então virou as costas e saiu do meu apartamento.
Fase um finalizada com sucesso, acho. Mas para quem?
Permaneci deitada no sofá, confusa, com o corpo ainda paralisado e minha cabeça sem funcionar direito.
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Flor da Pele
ChickLitTudo o que ela queria era sua família. Tudo o que foi tirado dela foi sua família. Sem seus irmãos, sem o amor do pai, como lutar contra quem quer acabar com sua vida? Para se realizar alguns desejos precisamos lutar e abrir mão de algumas coisas. E...