Flor da Pele

Capítulo Vinte e Dois

Amores, capítulo curtinho só para adoçar o final de semana.

Obrigada a todos que estão votando, comentando e me incentivando a continuar. Amando cada carinho!

Vamos ao capítulo:

*****

Alex não me deu folga nem um dia. Foram semanas de treinamento pesado, eu passava mais tempo olhando o tatame do que realmente de pé, mas já estava muito melhor. Só que eu precisava de um final de semana...

Havia prometido passar um final de semana na casa de Kiera, com ela, mas vinha adiando por mais tempo do que seria educado com medo que William tentasse algo novamente. Finalmente consegui que Alex me desse um dia de folga. Teria que treinar na sexta antes de ir e voltar no domingo antes das 18:00, caso contrário ele não me treinaria mais. Homem difícil.

"Al, estive pensando, já tenho as informações de que preciso e confirmei algumas das minhas suspeitas; demorou mais do que pensei, mas não trabalho com suposições, aprendi com você. Nem adianta que não vou dizer ainda o que é, mas preciso de todos os meninos aqui, você, Mack e Dylon, e ainda preciso de pelo menos mais dois ou três para que eu aprenda a lidar com múltiplos atacantes. Até onde eu investiguei, são sempre dois carros de escolta, com dois homens em cada carro, tem ainda duas motos com um homem cada uma, mais o meu alvo e, talvez, eu não tenho certeza, um homem de prontidão para o caso de alguém ser maluco de fazer o que estou planejando. Eu sei que ainda estaria na desvantagem de enfrentar dois ou três atacantes, não tenho certeza, mas eu não vou estar sozinha. Pelo menos não no primeiro ataque".

"Que seria?"

"Ainda não, preciso averiguar mais algumas coisas; quando estivermos todos juntos eu conto e você, sendo o melhor estrategista que conheço, pode me ajudar a ver os erros e falhas do plano".

"Então está na hora de você me pedir o tal favor que você sabe que eu não vou fazer?"

Fiquei completamente insegura, não sabia exatamente como pedir isso a ele, não depois do sermão de 'você é minha irmã e blá blá blá".

"Okay Al, é o seguinte. Lutar, atirar, correr, saltar, rolar, implorar comida e fingir de morta eu faço sem problemas. Estou adestrada, certo? Mas preciso de uma coisa que eu não sei como é que se faz. Caramba, como é difícil falar esse tipo de coisa", fiquei encarando meus pés acreditando que talvez eles tivessem a resposta.

Não o vi se aproximar. Ele estava sem camisa, todo suado e com o cabelo cortado muito curto, brilhando. Simplesmente passou o braço em minha cintura e olhou dentro dos meus olhos. "Você quer que eu te ensine a ficar perto de um homem sem sair correndo? Que na hora que ele olhar nos seus olhos e segurar sua nuca, sua respiração se altere, mas não com medo? Que na hora que ele passar o dedo pelo lado do seu seio, você não faça cara de nojo e pânico?". Enquanto ele descrevia, as imagens passavam pela minha cabeça e minha respiração começou a ficar presa na garganta. Caramba, se eu estava aterrorizada com Alex, que faz questão de me tratar como uma irmã e fez um longo sermão sentado na minha mesinha de centro afirmando justamente isso, como conseguiria encarar alguém realmente perigoso?

Quando o desespero se tornou mais forte, coloquei minhas mãos em seu peito para empurrá-lo para longe, mesmo ele não tendo feito nada, mesmo eu sabendo, lá no fundo, que eu estava segura. Ele me soltou e com tanta rapidez que caí sentada no tatame, "Vai ter que aprender a lidar com mais que isso e, não é que queira, mas eu realmente não posso te ajudar com isso, maninha", disse, já de costas, ressaltando a palavra 'maninha'.