E então é domingo, dia de nada para fazer.... Mentira, sua autora predileta vai postar um capítulo curtinho e divertido.
Não me batam, ainda não é hoje que a Bella desencanta e resolve fugir para uma ilha deserta, mas a menina tá melhorando, ela vai deixar de ser tão mimada.
Mentira, se ela deixar de ser tããão mimada o livro perde a graça e vocês deixam de gostar dela. Ou não rsrsrsrs.
Bom, depois me digam o que acharam do capítulo... Beijos e excelente semana!
* * * * *
Acho que nunca acordei tão tarde em minha vida, já deve ser quase hora do almoço, pensei enquanto me espreguiçava naquela imensidão branca; parecia que tinha dormido em uma nuvem, se bem que não me lembro como cheguei aqui. Só me lembro da contradição que senti nos braços de William, ao mesmo tempo que eram duros e firmes, eles tinham uma maciez que me deixava tranquila.
Me acomodei na cama e reparei o quarto. Ele não é enorme como o meu, mas é bem amplo. O que mais gostei foi uma janela como cabeceira, é enorme, do teto ao chão, dá a sensação de se dormir em um precipício, com uma visão privilegiada das estrelas. Quem poderia dizer que um homem tão arrogante quanto William poderia ter momentos românticos como querer dormir olhando as estrelas.
A cama é o ponto central do quarto, ela é uma imensidão, acho que cabem umas cinco pessoas aqui, com conforto. Mas pensando que ele tem uma família enorme, faz sentido. Exatamente na frente da cama fica a maior televisão que já vi na minha vida, com consoles de jogos espalhados por todo o móvel. Tanto o quarto quanto o banheiro são predominantemente brancos, com toques de grafite. Não cinza, não chumbo. Grafite. Minha cor predileta.
Sim, gosto de cores quentes, minha pele morena combina perfeitamente com as cores quentes, mas gosto de combiná-las com grafite.
Se eu virar um pouco a cabeça, consigo ver a parede de vidro que separa o quarto do banheiro, e essa visão é o suficiente para me fazer suspirar lembrando da ducha fantástica de ontem. Desenvolvida sob encomenda, tenho certeza, três paredes revestidas de pequenos jatos, projetados para massagear áreas diferentes do corpo e uma ducha maior, central, acima da cabeça. É possível controlar temperatura, intensidade e quantidade da água através dos inúmeros controles no painel que fica na quarta parede, distante dos jatos de água. E agora, observando melhor, o vidro que separa o quarto e o banheiro impede a visão, é possível assistir a televisão, mas não é possível ver quem está tomando banho. E o box ainda tem um banco de granito, para que quem está no banho possa sentar e relaxar.
Enquanto ficava ali deitada, meio dormindo meio acordada, olhando o quarto do William, ouvi vozes na sala. Parecia que alguém estava discutindo e se esforçava para que as vozes não se alterassem. Esse foi o sinal para que eu me levantasse, mas não tinha a menor vontade de aliar o pensamento à ação.
De repente a porta se abriu e pude ver William encostado no batente, "Ei dorminhoca, pelo visto gostou mais da minha cama do que de mim, já que me chutou para fora. Vargas trouxe umas coisas para você", e jogou uma valise de mão perto da cama. "Hmmmm, você está tão linda assim na minha cama", e antes que eu pudesse pensar em algo, ele estava deitado ao meu lado, me abraçando e mergulhando em meu pescoço, beijando demoradamente cada pedaço dele.
Quando comecei a me debater, ele montou em mim, prendendo minhas pernas firmemente entre as dele e segurando meus braços acima da minha cabeça. Meus olhos brilhavam de raiva, sua boca se apossou da minha, eram beijos gulosos, cheios de promessas e desejos e quanto mais eu tentava me soltar, mais ele me beijava.
Não demorei a perceber que ele estava mais animado do que deveria com a situação, mas isso não era algo com o qual ele se preocupava, muito pelo contrário. Para ter certeza de que eu estava notando, ele se apertou ainda mais contra mim, e sua boca descia perigosamente em direção aos meus seios, eu tinha quase certeza que um ou dois botões daquela camisa de pijama estavam abertos nesse momento.
A sensação de sua boca quente e úmida, o roçar de sua língua em minha pele estavam fazendo um estrago a minha sanidade. Eu não conseguia mais negar que sentia alguma coisa por William, não sei o que é ao certo, mas enquanto essas sensações me amedrontam tenho uma sensação de completude. Ao mesmo tempo em que quero bater nele e correr para o mais longe possível, sinto a necessidade de me aninhar em seus braços, mas de uma maneira diferente da que sinto com meus amigos; isso me confunde, me assusta.
Ainda segurando meus braços, ele aproxima a boca de minha orelha, "Gosto da batalha, se é isso que você está se perguntando. E você nunca me decepciona nesse quesito, me proporcionando uma luta deliciosa toda vez. Além de ser uma oponente fácil de derrotar, porque sua boca", e aqui ele me beijou muito suavemente, "essa boca deliciosa, até diz não, só que todo o seu corpo pede para que eu continue. Pena que eu não possa, ao menos não enquanto sua boca continuar dizendo não".
Do nada ele se levanta, "Estamos te esperando na sala".
Menos de dois minutos depois Vargas apareceu na porta e me olhou de um jeito engraçado, ele parecia embaraçado, e... "Bella", era raiva nos olhos dele?, "eu fico na porta enquanto você se arruma". Foi só então que notei que a camisa estava mais aberta do que pensei.
Depois de um banho rápido, não pude acreditar nas roupas que Hannah arrumou para mim. Para a lingerie ser considerada minúscula ela teria que aumentar uns três números, e uma camisola que seria perfeita para uma lua de mel, mas não para desfilar na casa de um tarado. Nada de roupas, roupas mesmo, de verdade. O jeito foi voltar para a camisa de pijama e o short que estava usando.
Eu sei que compro essas roupas porque eu gosto de usá-las, mas eu uso sozinha, em minha casa, sem testemunhas. Compro para mim, não para exibir.
Chegando à sala percebi que William tinha um machucado no rosto e que Vargas estava no balcão que separa a cozinha da sala, com um saco de gelo na mão, Alex não sabia se ria ou se brigava com eles.
"O que houve aqui?", perguntei assim que entrei na sala.
"Hmmm, deixe pensar", William achava divertido ter levado um soco de Vargas, "acho que o seu chefe de segurança está com ciúmes por você ter passado a noite comigo, digo, na minha cama. Ou deveria dizer na minha cama e comigo?".
"Ela estava praticamente nua na sua cama, infeliz, e você claramente excitado quando voltou do quarto". Vi a mão de Vargas se fechar sob o saco de gelo.
Deitei minha cabeça em seu ombro, uma atitude tão íntima que todos na sala, além de Tonia e Hannah que estavam na cozinha, acharam estranha demais.
"Posso?", perguntei baixinho, em seu ouvido. A expiração forçada funcionou como um sim, mas do que o leve aceno de cabeça.
Mas antes que pudesse começar a contar minha verdadeira relação com Vargas, meu celular começou a tocar. Kazimir resolveu reaparecer.
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Flor da Pele
ChickLitTudo o que ela queria era sua família. Tudo o que foi tirado dela foi sua família. Sem seus irmãos, sem o amor do pai, como lutar contra quem quer acabar com sua vida? Para se realizar alguns desejos precisamos lutar e abrir mão de algumas coisas. E...