Capítulo Quarenta e Seis

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Para adoçar o final de semana, um capítulo curtinho.


* * * * *

Depois que Will me deixou explorar o corpo dele, ensinando-me como fazer isso e que transamos mais duas vezes eu estava simplesmente morta de fome.

"Will, sexo dá fome? E sede? Acho que poderia comer tudo o que tem na sua cozinha, vamos lá olhar o que temos para comer?".

"De onde sai tanta energia? Pensando bem... Para onde vai tanta comida?", respondeu, meio sonolento.

Girei sobre ele, sentando em sua barriga, deslizei suas mãos por minhas coxas e dei um sorriso meio inocente, "Não sei, mas pelo visto você ainda tem mais energia para gastar", então saí correndo completamente nua pelo apartamento.

Nunca pensei que seria assim. Para ser franca, eu nunca imaginei que um dia aconteceria, mas quando William me olhou naquele estacionamento sabia que seria ele. Nem mesmo quando precisei representar com Kazimir mais cedo em minha suíte tive dúvidas. Senti-me tão completa!

Will é delicado e ao mesmo tempo tem um jeito de segurar, de olhar, que deixa claro que é ele quem controla a situação. Tão diferente não ter que saber o que fazer o tempo todo, ter alguém que toma as decisões por você. Algumas vezes deve ser bom ter isso. Não sempre, claro.

Quando eu danço nunca tenho um parceiro, então eu conduzo a dança, decido os movimentos. Agora sei como é ser conduzida e não quero nunca mais deixar de experimentar tudo o que estou sentindo neste momento.

Praticamente me enfiei dentro da geladeira, separando ingredientes para um lanche, quando senti as mãos dele em minha cintura − o que provocou um arrepio por toda a minha pele.

"Será que você pode pelo menos colocar minha camisa?", seu tom de voz demonstrava cansaço, mas uma seriedade que nunca havia reparado antes.

"Por quê? Não gosta de me ver assim?", rodopiei em seus braços para que ele pudesse ver não apenas as minhas costas.

"Amo. Mas perco a concentração e fico com vontade de colocar você sobre a mesa e lanchar você. De novo".

Estiquei toda, fincando na ponta dos pés para dar um beijo em seu nariz, mas ele me afastou, "Precisamos conversar".

"Will, eu não espero nada de você, sério. Eu achei que jamais poderia acontecer comigo. Conversava com Hannah e Tonia, ouvia algumas histórias delas e me perguntava se um dia eu conseguiria entender o que aconteceu comigo e se poderia ... Se seria possível... Enfim. Eu estou feliz, não precisa explicar nada. Vou me vestir e vou embora".

"Por Deus mulher, ir embora pra onde? Você é minha mulher. Só minha. Eu sei que ainda vou passar o inferno tendo que ver você com aquele monstro, sendo obrigado a ouvir vocês juntos. Mas você é minha e assim que tudo isso acabar eu vou me casar com você".

"Você viu o que aconteceu em minha suíte? E não me perguntou o que eu senti?", naquele exato momento tudo o que eu podia sentir era uma raiva sem tamanho. E confusão.

"Você não sentiu nada. Talvez raiva por ter que ser frágil e indefesa quando na verdade o que queria era abri-lo com uma faca. Agora, saia da minha cozinha, eu sou ciumento com minhas coisas e não quero você com minhas panelas".

"E o que você quer conversar comigo então?"

"Eu ia apenas te pedir em casamento, de uma forma um pouco mais romântica, mas agora já foi", comentou, dando de ombros. Então ele virou para a bancada olhando o que eu havia separado para nosso lanche e pôs as mãos para trabalhar, deixando-me olhando para ele com cara de boba.


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