Flor da Pele

Capítulo Sessenta e Um

Aff, demorei, atrasei, me enrolei. Finalmente cheguei com novidades...

Sem enrolação. Só um aviso: a próxima postagem é a última.

ISSO! O livro termina na próxima postagem.

Bj bj bj

***

Alguma coisa fez um click na minha cabeça. Na mesma hora pulei do colo do meu avô, me sentei sobre Kazimir e antes que alguém falasse ou fizesse qualquer coisa o primeiro soco já tinha aberto o supercílio dele.

"Onde ele está?", perguntei entre dentes.

"Eu não sei", ele gemeu.

"Onde. Ele. Está?", e mais um soco. Eu não sou forte para causar grandes estragos, mas quando se sabe como bater isso faz a diferença.

"Não sei, ele nunca me disse".

"Última chance", e mais um soco.

"Morto".

Eu soltei a camisa de Kazimir e apertei meu braço em sua garganta, cheguei bem perto do ouvido e falei o mais baixo que conseguia "Eu não vou matar seu irmão, ele forneceu todas as provas para ficar preso pelo resto da vida miserável dele. Me diz onde ele está".

"Eu não sei Bella, eu juro que não sei. Até essa noite eu pensei que ele estava morto. E pensei que você tinha exagerado sua história, mas vi que você a amenizou... E muito. Ele jurou pela nossa mãe morta que nunca tocou em você, que ele queria só assustar seu pai. Ele mentiu para mim".

Eu me preparo para dar mais um soco em Kazimir, mas Vargas me segura.

Olho para meu primo e sabemos o que temos que fazer, saio correndo para meu quarto enquanto Vargas vai até o andar dos seguranças. Voltamos quase ao mesmo tempo para a sala. Todos nos olhavam como se estivéssemos loucos. Talvez estivéssemos.

Vargas joga a arma em minha mão "Não concordo com o que vamos fazer, mas não entro lá sem cobertura", disse. Meu primo tinha várias facetas, e essa era uma que gostava muito.

"William, o Brian vai conosco. Edward, empreste sua moto para ele, só tem duas lá embaixo e precisamos de mais uma. Ele pilota bem?", Vargas adora dar ordens.

"Onde vocês pensam que vão?", Connley parecia finalmente sair do transe.

Olho para Kazimir, ignorando completamente a presença do general, "Seu telefone", assim que ele me entrega, eu transfiro todas as chamadas e mensagens para o meu e o jogo para Mac "Faça sua mágica!", digo.

Eu estou quase alegre.

"Onde vocês vão?", o general continua perguntando.

"Dyl, preciso de você também. Coloque o fone novo, no caminho eu te digo o que for necessário", eu jogava as informações.

Eu estava indo em direção ao meu avô.

"Pai, não se preocupe. Eu volto inteira para você".

"Onde vocês vão? São meus homens nessa sala e ninguém sai daqui até me dizer onde vão", bradou.

A ideia de que o general ainda achava que poderia mandar em alguma coisa na minha vida chegava a ser um pouquinho engraçada, pena que eu não tinha tempo para parar, apreciar e rir.

"Alex, você fica na comunicação?", voltamos a conversar, nada que uma sessão pesada de treinamento não resolvesse. Eu e Alex sempre fomos muito parecidos.

"Uma porra que fico fora dessa. Deixe a florzinha aí", e faz um gesto com a cabeça na direção de William, "ele pode apertar um botão de rádio".

Solto um suspiro e me aproximo de William, que parece aturdido, "Meu amado, cuide do meu avô até eu voltar? Ele é o meu bem mais precioso", fórmula mágica para prender um homem em casa? Talvez, mas isso não deixaria margem para discussão. "Edward, você se importa em ficar de olho nos meus amados e no rádio?"

Nesse momento o general segurou meu braço e perguntou mais uma vez "Onde vocês estão indo?"

Solto seu aperto e olhando em seus olhos digo o que meus amigos já sabiam "Não que seja realmente da sua conta, mas já que estou indo limpar a merda que você fez...", dou de ombros para ele, "Estamos indo capturar Yuri Sadulayev".

"Você sabe onde ele está?", pergunta. Noto que ele está incrédulo e com muita raiva e considero ser melhor não ficar ao alcance de suas mãos.

"Claro. Todos nós sabíamos e convivemos com ele e bebemos e dançamos com ele por meses. Yuri Sadulayev é George, o ex-gerente da minha boate". Olho em direção a Vargas, que concorda tristemente com a cabeça. "E antes que peça mais explicações, agora não é hora, depois conversamos. Meninas, eu trago seus namorados inteiros".

O cara foi bom, forjou a própria morte mais de uma vez. O único erro dele foi o disfarce. Gerente da minha boate? Quase perfeito, mas Vargas sentia algo estranho nele. Porque antes de ser George, ele era o porteiro do meu prédio. Foi também um faxineiro no escritório do meu avó. Sempre perto, sempre rondando e cada vez com um peso, um sotaque e uma cara diferente. Claro que você está se perguntando como só agora eu notei isso. Porque ele se matou. Quer dizer, ele matou alguém e fez parecer que George foi assassinado. Exatamente como o faxineiro, que morreu misteriosamente caindo da plataforma do metrô. O porteiro do meu prédio? Morreu em um acidente de bicicleta. Teve ainda o jornaleiro da minha rua. Uma marquise caiu sobre ele. Vargas conseguiu ligar todos os casos com os arquivos de pessoas desaparecidas. Pena que só nos demos conta hoje.

***

Mesmo com o capacete eu posso sentir o vento e eu amo velocidade. Na verdade não há mais a menor pressa de chegar, eu sei que ele não está mais no apartamento, mais também sei que tem algo lá que vai me ajudar a encontrá-lo. Edward me tira do meu devaneio, "Cunhada, seu amigo decodificou uma das mensagens, a localização é ao norte, repito, ao norte da cidade, pouco depois do rio. Você sabe onde ele está?".

"Não cunhado, mas sei exatamente onde ele não está agora. Fale com o general e tente conseguir autorização para rastrear os embarques dos últimos três dias. Tenho uma suspeita para onde ele embarcou".

Revistamos todo o apartamento dele, assim como o galpão, o mesmo onde fiquei sequestrada, e parte da boate. Nada, nenhuma pista. Apenas um bilhete para mim.

"Muito fácil manipular seu irmão, muito fácil manipular meu irmão. Sabia que ele não teria coragem de terminar o que eu comecei. Tirei tudo do seu pai, agora vou tirar tudo de você. Vê-la sofrer vai fazer com que ele sofra."

Agora eu sabia exatamente para onde eu teria que ir: onde tudo começou.

***

Até a próxima amores!