Obsession (YokAyan)

Traição

Oie :)

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Boa leitura <3

(...)

Durante a madrugada, Ayan empurrava Yok para longe por todo o tempo.

O maior sempre acabava por abraçar o baixinho involuntariamente durante o sono, e, aquilo estava incomodando-o absurdamente.

Não porquê não gostava de ser abraçado, longe disso, sentia uma falta enorme de afeto e carinho durante todas as noites, mas, ser abraçado por Yok era estranho.

Sabia das intenções do rapaz consigo, e, aquilo deixava-o desconfortável, justamente porquê não desejava o mesmo. Não queria alimentar algo que certamente não corresponderia.

Aquilo provavelmente só aumentaria o ego enorme que ele já carregava, e, assim, deixaria-o ainda mais insuportável quanto as inúmeras investidas em si.

Mas, uma coisa, era inegável para Ayan. O que havia feito enquanto estavam sozinhos, tinha sim, deixado-o minimamente excitado.

Ver o outro tão rendido à si ao ponto de cogitar masturbar-se em sua frente apenas porque havia pedido, deixava-o interessado. O mais ele seria capaz de fazer por si?

Era a primeira vez que sentia-se tão priorizado por alguém que mal conhecia, e, aquilo, obviamente estava-o afetando de maneiras que não gostaria.

Receber tantos elogios e ver alguém tão caído por si ao ponto de humilhar-se o fez cogitar em continuar com suas brincadeiras apenas para ver até onde o rapaz iria apenas para lhe foder.

Talvez fosse um bom passatempo, já que, estava óbvio que ele não o deixaria em paz. E, sabendo que o outro queria apenas transar consigo e após sumir, deixava tudo ainda mais interessante.

Talvez fosse divertido fazê-lo se apaixonar por si e depois fazer o mesmo que ele desejava fazer consigo.

(...)

– Rolou alguma coisa entre vocês? – Thua questionou na volta para casa de Ayan.

Perguntou apenas para confirmar algo que já tinha certeza. Ao acordar pôde ver as marcas de mordidas despejadas pelo pescoço do maior que ainda dormia como pedra.

– Sim, eu iludi ele – afirmou entre uma risada nasal – Fiz ele achar que eu ia ceder e depois deixei ele na mão, foi engraçado – contou desviando rapidamente o olhar para seu amigo que olhava-o surpreso.

Não era do feitio de Ayan fazer isso. Bom, não atualmente.

Quando ainda estavam no colegial, Aye era realmente um grande filho da puta com os garotos que o desejavam.

Era sempre a mesma coisa.

Fazia-os acharem que rolaria alguma coisa e depois sumia sem sequer dar satisfação.

Isso rolou por muito tempo até o rapaz, infelizmente, se apaixonar pelo monitor da escola, que era totalmente o oposto do baixinho.

E isso o fez mudar completamente. Ayan virou uma pessoa irreconhecível. Tornou-se insuportável estar próximo à ele enquanto relacionava-se com o monitor.

Era sempre cheio de regras estúpidas que acabava por afetar as amizades que tinha.

Quem antes lutava contra as regras impostas, depois, tornou-se o mesmo que as impunha.

E isso, acabou por afetar muito Ayan, que, após acabar o relacionamento tóxico e relativamente agressivo que vivia, tornou-se uma pessoa cheia de medos e inseguranças quanto à relacionamentos.

Por isso recebeu a fama de encalhado. Relacionar-se não era uma tarefa fácil para o baixinho. Seu medo de voltar a viver momentos horríveis como o que viveu anteriormente fazia-o entrar em pânico.

Teve de frequentar terapeutas e médicos para tratar os inúmeros traumas que vivenciou. Tornara-se alguém completamente dependente das drogas químicas que eram as responsáveis de fazê-lo ter vontade de levantar da cama.

Thua surpreendeu-se positivamente pelos atos de seu amigo. Talvez aquilo significasse que o antigo Ayan estava voltando, e isso deixava-o orgulhoso.

Ainda que ele fosse um completo filho da puta, a felicidade que antes ele tinha acabava por mascarar seus atos impiedosos com outros caras.

– Continue fazendo isso então – Thua sugeriu com um sorriso no rosto.

– Vai ser divertido – Aye falou entre risadas – Mas aí, sabia que ele levou um tiro e quase morreu? – contou surpreendendo novamente seu amigo – Ele é tipo um ativista, sei lá! Faz umas coisas muito loucas e em meio à isso levou um tiro – completou deixando seu amigo ainda mais boquiaberto.

– Ele levou um tiro? tipo de verdade mesmo? – questionou com os olhos levemente arregalados e os lábios entreabertos.

– Sim, ele me mostrou a cicatriz, quer dizer, eu senti a cicatriz – afirmou com toda a sua atenção na estrada – Até que ele não é tão fútil quanto eu imaginei – assumiu recebendo um olhar curioso de Thua.

– Admite que ficou interessado – o rapaz brincou com uma feição brincalhona no rosto.

– Cala a boca – pediu dando um tapa leve no ombro do outro que ria de sua confissão não premeditada.

(...)

– Porra Gram cê me acordou seu filho da puta – Yok reclamou após atender a milésima ligação recebida.

Coçou os olhos escutando os soluços vindos do outro lado do telemóvel, e logo suspirou imaginando ser outra briga entre ele e Eugene.

Yok não era a pessoa certa para dar conselhos amorosos e ele não conseguia entender o porquê seu amigo sempre ligava para si e não para Sean ou White que tinham um relacionamento concreto e duradouro.

Não entendia para que ligar para si visto que seu histórico amoroso não era exatamente o melhor. E isso estava mais do que explícito para quem o ligava, visto que Dan o traiu também quando entregou o plano nas mãos da polícia.

– O que rolou agora? – o magrelo questionou coçando os olhos em meio à um bocejo.

– Ela tá me traindo – Gram afirmou fazendo o outro sentar-se rapidamente na cama em surpresa com os fatos.

– Que? – questionou novamente para ter certeza de que havia escutado certo.

– Ela tá me traindo – repetiu espaçado entre soluços recorrentes – Me traindo com a Namo – terminou fazendo Yok engasgar com a própria saliva.

– Puta merda! – o maior exclamou passando a mão pelo rosto conseguindo sentir o desespero e a dor de seu amigo.

Apesar de Namo também ser sua amiga, tudo que conseguia sentir no momento era ódio de seu ato, talvez, impensado.

Ela sabia que Gram era apaixonado por Eugene há tempos, não soube como ela pôde fazer aquilo com alguém que considerava amigo.

De Eugene realmente já esperava algo assim, visto que havia trocado Black por Gram com uma imensa facilidade.

– E como você descobriu isso? – questionou suave tentando não parecer tão curioso quanto estava.

– Eu vi elas se beijando ontem a noite –