Defesa

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(...)




– Eu vou ligar pro Yok – Ayan afirmou caminhando até a mochila que estava largada ao lado da porta.

Em momento algum desviou o olhar de Dan. Ele estava descontrolado, e, para Aye, à qualquer momento o policial poderia tentar algo contra si.

Suas mãos tremiam pelo pânico que pouco à pouco tomava seu corpo. Sua visão escurecia e o ar parecia faltar.

Tentava focar-se em permanecer bem, e, com muita dificuldade regulava a respiração para não demonstrar fraqueza em frente à Dan.

Não podia deixar que ele soubesse que os atos dele haviam surtido efeito sobre si.

Enquanto discava o número de Yok sorrateiramente pegou os envelopes que haviam sido derrubados no chão anteriormente e colocou-os sobre a bancada ao lado da arma.

Haviam tantos que Ayan começou à questionar-se de que maneira não tinha percebido um stalker atrás de si. Ele era tão desligado ao ponto de não perceber uma perseguição?

Estava vulnerável há quanto tempo?

— Bê, aconteceu alguma coisa? – Yok questionou assim que a ligação foi atendida.

Aye respirou fundo ainda mantendo sua atenção no policial sentado no sofá.

– Não fica nervoso.. mas.. e-eu preciso que venha pra cá agora – pediu tentando não transparecer seu desespero.

– Você tá bem!? — Yok interrogou em um tom preocupado.

– Sim, agora preciso desligar – terminou sem ao menos explicar o que estava acontecendo.

Não conseguia mais falar. Sua voz estava trêmula, sua garganta ardia e sua visão borrava pelas lágrimas que se formavam.

Aye caminhou até a cozinha para pegar um pouco de água para si. Precisava acalmar-se para manter-se seguro e focado.

Enquanto enchia o copo sua atenção desviava entre a arma sobre o balcão e Dan.

Era triste, verdadeiramente triste ver a situação de Dan.

Ayan não sentia pena, mas, talvez até entendesse minimamente os sentimentos do policial.

Ele mais do que ninguém sabia o quão difícil era controlar-se em meio às crises. Sabia que a noção deturpava-se e também que, tudo, de repente, parecia aceitável, mas, ainda assim, era absurdo pensar que o homem realmente havia planejado acabar consigo.

O quão transtornado o rapaz estava para pensar em atentar contra uma vida? E, tudo isso por não ser perdoado por alguém que ele mesmo feriu?

Ayan não o defendia, de maneira alguma. Não achava que os possíveis problemas do homem tivessem à ver com o caráter dele.

Mas, não deixava de ser triste.

Quando finalmente sentiu-se minimamente melhor voltou à aproximar-se do policial e entregou à ele um copo de água.

A tensão no ambiente era notável. Ambos sentiam como se houvessem toneladas despejadas em suas costas.

Dan não conseguia encarar o menor. Estava envergonhado, agoniado e, também,  desesperado.

– Há quanto tempo você tá me seguindo? — Ayan questionou sério cruzando os braços permanecendo em pé ao lado do homem.

Dan tomou um gole longo do líquido e respirou profundamente apertando os olhos.

– Desde o primeiro dia que vi vocês juntos – afirmou abrindo os olhos para encarar suas mãos.

Ayan negou com a cabeça numa risada nasal desviando rapidamente o olhar para a porta esperando ansiosamente pela chegada de Yok.

Questionava-se de qual seria a reação de seu namorado, e, se era realmente seguro deixar a arma tão exposta.

Talvez Yok desejasse veemente matar Dan.

Talvez não. Ayan tinha certeza que ele desejaria.

Tentaria impedir. Não tinha a intenção namorar com um assassino, mas, de qualquer forma, a ideia não era de todo o modo ruim.

E, se ele atirasse em Dan, não o questionaria, porquê também tinha a mesma vontade, mas, evitaria à todo o custo qualquer violência.

Não porquê se importava com Dan, mas, sim, porquê não queria que seu namorado fosse preso por desacato de autoridade, ou pior, fosse julgado por homicídio.

Tentaria explicar a situação o melhor que pudesse, mesmo que soubesse que, de qualquer forma, Yok ficaria irritado.

Não havia como não ficar. Para Aye era óbvio que, quando seu homem visse o policial em sua casa entraria em um colapso de nervos.

Talvez tenha sido uma má ideia chamar Yok?

Ayan começou à se perguntar se não conseguiria resolver a situação sozinho.

O que ele tanto temia, afinal?

Estava explícito que o homem não desejava realmente feri-lo, e, aquilo tudo não passava de um surto.

Talvez se levasse ele pro hospital fosse mais fácil? Deveria ligar para Yok e pedir para que ele não viesse?

Talvez assim evitasse um possível, e, muito provável, conflito, e, sinceramente, era tudo o que Ayan menos queria.

Não queria envolver-se novamente em confusão. Não queria esgotar-se mental e fisicamente para defender alguém que sequer deveria ser defendido.

Ayan não ia realmente defender o policial. Em sua mente seria mais como defender e proteger Yok de qualquer mal que suas ações poderiam lhe causar. Não queria ver seu noivo prejudicado por alguém que sequer merecia sua atenção.

Mas, antes que pudesse ligar e dizer para Yok que não era necessário a sua presença, a porta foi aberta pelo mesmo que, automaticamente franziu o cenho e ganhou uma feição irritada.

– Que merda você tá fazendo aqui? – questionou ríspido visivelmente confuso com a presença do policial.

Rapidamente ele caminhou até Aye puxando-o para longe do homem sentado envolvendo-o em seus braços.

Yok estava realmente confuso com a situação. Mas, não surpreso.

Como já havia conversado com Aye anteriormente, a suspeita de Dan estar o seguindo, para Yok, já havia passado de suspeita. Era óbvio.

Mas, não imaginou que o homem iria realmente invadir a casa de seu futuro marido.

Seus olhos desviaram pelo local buscando qualquer sinal de luta ou briga, mas, incrivelmente não havia nada.

A única coisa que prendeu realmente a atenção do maior fazendo um nó se formar em sua garganta e um enjoo o acometer foi a pistola posicionada em cima do balcão.

Dan havia realmente ameaçado seu noivo?

– Você tá bem, bê? Ele te machucou? — questionou baixinho apertando o pequeno corpo em seus braços.

Aye negou tentando tranquilizar Yok que estava visivelmente preocupado e irritado, mas, não adiantou realmente.

Seu corpo foi puxado delicadamente para trás do dele, afastando-o ainda mais do policial.

Aye viu os punhos de Yok se fecharem e a respiração pesar.

– O que você quer com ele? Eu já não mandei você nos deixar em paz? — questionou ríspido em voz alta.

Ayan segurou firme no braço de Yok afundando as digitais fundo sobre a pele exposta recebendo novamente a atenção do maior.

– Bê, acho que ele precisa de um médico —

Obsession (YokAyan)Onde histórias criam vida. Descubra agora