Desistir?

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Boa leitura <3

(...)

Ayan sentia-se culpado. Tão culpado que mal pôde dormir durante a noite.

E, ficar em meio aos braços de Yok durante o seu quase sono, parecia piorar tudo, porquê ele realmente havia gostado daquele aconchego.

Poderia sim facilitar as coisas e assumir que gostava do rapaz, mas, como poderia permitir-se ficar com alguém que via-se tão machucado quanto si?

Como poderia cuidar dele corretamente se apenas em pensar em vê-lo novamente daquela forma fazia-o entrar em pânico?

Seu pensamento não era cruel. A única coisa que desejava era que ele fosse protegido, mas, sabia que não teria a capacidade de fazer aquilo por ele, por isso precisava afastar-se e não dar à ele mais esperanças de que o que se passou voltaria a acontecer.

E, estar levando-o para casa com todos essas questões passando por sua cabeça deixava-o com falta de ar.

Sabia que, agora, teria de contar que não iria mais relacionar-se com ele, e, sequer sabia que palavras usaria para que o rapaz não se afetasse.

– Você quer entrar? – Yok questionou assim que pararam em frente a sua morada.

– Não, eu já vou – o menor afirmou sorrindo apertado – Mas.. Yok – chamou baixo desviando o olhar para suas pernas – Você sabe que.. a gente não vai rolar, né? – perguntou apertando leve os dedos contra o volante.

Yok riu nasal com um sorriso no rosto mantendo seus olhos à todo o tempo em Ayan.

– É claro que a gente vai, você já é meu, burguês – afirmou convicto de cada palavra que saiu de sua boca.

Ayan apertou os lábios com força sem saber ao certo como dar continuidade com suas falas.

– Yok.. É sério, isso não vai rolar mais – afirmou levando seu olhar até o maior que olhava-o com um sorriso idiota no rosto – Acho melhor você desistir da sua ideia maluca de que eu sou seu – contou ríspido tentando fingir que as palavras que saíram de sua boca não haviam lhe afetado, porquê, dentro de si, tudo o que mais queria era ser dele.

Yok concordou cessando o sorriso que antes era mantido em sua feição e desviou os olhos até suas mãos que eram mantidas em seu colo.

– Tudo bem, burguês – murmurou em concordância – Posso pelo menos te dar um beijo antes de ir? – pediu voltando a prestar atenção em Ayan que confirmou seu pedido.

Aproximou-se calmamente dos lábios entreabertos do baixinho e juntou-os aos seus com tamanha delicadeza.

Beijou-o como se fosse realmente a última vez que apossaria-se daquele sabor, mesmo sabendo que jamais deixaria de provar de seu novo vício.

Quando separou-os, permaneceu perto, e, ainda com os olhos fechados e as testas próximas abriu um sorriso largo sentindo-se ser envolto pelo cheiro que o entorpecia.

– Eu não vou desistir, bêzinho – contou num sussurro abrindo os olhos para encarar os de Ayan que reluziam sobre os seus – Ou você é meu, ou não é de mais ninguém – murmurou roubando outro selar afastando-se por completo – Mais tarde vou te buscar, quero te levar pra passear de moto – afirmou ignorando todas as palavras anteriores de Ayan – Se cuida, burguês – pediu saindo do carro tentando manter seus olhos no baixinho por todo o tempo.

Aye ligou o carro sem entender ao certo o que acabara de acontecer e rapidamente deixou o local.

Sentia como se seu coração a qualquer momento pudesse pular para fora de si, e, ao mesmo tempo, sentia-se como um idiota completo por achar que Yok aceitaria ser negado facilmente.

Sequer sabia como pôde ter pensado uma coisa dessas.

Se ele mal conseguiu aceitar o seu não no primeiro dia em que se conheceram, como, ele poderia aceitar o seu não agora? Principalmente após passarem a noite juntos como um casal.

– Idiota – murmurou para si mesmo batendo no volante que suas mãos envolviam.

Não sabia se seus sentimentos eram de alívio ou desespero completo, porquê, ao mesmo tempo que sentia-se aliviado em ele não ter se chateado, desesperava-se porquê ele certamente não desistiria de si, e, aquilo alimentaria ainda mais o que quer que fosse que ele sentisse.

Talvez, se parasse de se importar com o fato de que poderia chatear Yok, conseguisse dizer a ele, de maneira dura, que eles realmente nunca iriam ficar juntos.

Mas, como poderia parar de se importar com alguém que permitiu-se gostar?

Como poderia deixar de gostar de Yok se ele insistia em permanecer perto? Se ele tratava-o como se fosse a última pessoa da terra?

O maior realmente não facilitava para que seu plano finalmente pudesse ser concluído.

(...)

Fique pronto, estou indo te buscar daqui a pouco – Yok enviou para Ayan mesmo após ser ignorado em todas as outras mensagens que o enviou ao longo do dia.

Sabia que ele não iria querer mais ficar consigo, já havia imaginado que aquilo, para Ayan, não passaria de uma noite, assim como havia planejado também.

Mas, para si, agora, Ayan era seu, e, se ele era seu, teria de ficar consigo por mais do que apenas uma noite. E, estava disposto a insistir até o fim.

Ainda que o respeitasse completamente , não tê-lo em sua vida com certeza não era uma opção.

Se já havia humilhado-se apenas para que pudesse passar uma noite ao seu lado, seria capaz de qualquer outra coisa para tê-lo consigo para o resto de sua vida.

(...)

– E aqueles remédios? –

Obsession (YokAyan)Onde histórias criam vida. Descubra agora