Ajuda

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Boa leitura <3

(...)


– Como você sabe dos meus remédios? – Ayan questionou surpreso fitando-o com os olhos marejados.

Yok sorriu leve deslizando suas digitais até a pele macia do rosto do baixinho acariciando-o leve.

– Eu vi ontem a noite quando fomos dormir, você pediu pra eu pegar o controle do ar e aí.. eu abri a gaveta e.. eu vi – assumiu olhando no fundo dos olhos de Aye – Eu vou cuidar de você, burguês, mesmo que não me permita eu.. eu quero cuidar de você – afirmou sincero transpassando todo o cuidado que pôde em seu leve toque sobre a pele do outro.

Ayan suspirou sentindo as lágrimas finalmente rolarem por seu rosto e, mais uma vez, em um ato impulsivo inclinou-se contra o corpo de Yok envolvendo-o forte em seus braços.

Odiou-se ainda mais no mesmo segundo, porquê, agora, seu plano parecia estar mil vezes mais distante de ser cumprido.

– Você quer me contar porquê está assim? – Yok questionou baixo despejando carícias pelas costas onde suas mãos estavam pousadas.

Ayan não poderia contar o motivo de sua agonia. Como poderia contar à ele que sentia-se daquela maneira apenas porquê não aceitava seus sentimentos por ele?

Certamente isso o magoaria. Faria-o sentir-se culpado por algo que sequer era sua culpa.

Não poderia jogar nele uma coisa que ele não carregava.

Ainda que Yok tivesse completa participação em sua paixão repentina, o único verdadeiro culpado era ele mesmo, que permitiu-se sentir, e, para piorar, permitia-se estar envolto aos braços que deveria evitar por puro luxo de desejar que aquela sensação ruim sumisse.

– Não tem um motivo.. eu só fico ansioso do nada – mentiu abafado apertando seu rosto contra o ombro magro do maior enquanto mentalmente ordenava-se a se afastar.

Mesmo que Yok soubesse que a ansiedade realmente poderia fazê-lo sentir-se mal por motivo nenhum, sabia que algo a mais o incomodava.

Lentamente afastou-se desvencilhando-se do abraço que o envolvia e olhou-o com preocupação puxando ambas as mãos do baixinho para perto de seu rosto.

Com cuidado segurou as digitais machucadas e despejou beijos leves por cada pequeno ferimento contido no canto das unhas.

Ayan fitava-o com o cenho franzido e os olhos avermelhados do choro recente.

– Me deixe cuidar de você, burguês – pediu aproximando seu rosto – Não quero que passe por isso sozinho de novo – assumiu deixando um selar leve nos lábios úmidos e corados do baixinho – Você pode confiar em mim pra contar o que te incomoda, você pode me contar o motivo de ter que tomar seus remédios, eu vou te proteger de tudo que te faz mal – contou num sussurro suave segurando ambas as mãos do rapaz que desviou o olhar quebrando a intensidade que transpassavam.

– Eu não posso te contar – Ayan afirmou suspirando longo tentando afastar os toques de Yok.

– E porquê não? – o maior questionou deixando-o seguir com seu desejo, não queria deixá-lo ainda mais desconfortável do que já aparentava estar.

– Porquê.. isso só vai fazer você achar que eu confio em você, e vai te dar mais esperanças de que nós vamos ter alguma coisa.. e eu não posso ter nada com você – contou sem conseguir olhar no rosto de Yok.

Seu coração doía à cada palavra que saia de sua boca. Sabia que, no fundo, o que mais desejava era contar à ele tudo sobre si.

Queria compartilhar seu sofrimento. Queria dizer à ele que sentia-se da mesma forma.

Queria ser dele da mesma forma que ele já era seu.

– E porquê você não pode ter nada comigo, Ayan? – Yok questionou confuso buscando olhá-lo nos olhos mesmo que ele tentasse fugir.

– Por que você é quebrado igual a mim, Yok! – exclamou apertando forte seu punho numa tentativa de acalmar-se diante do turbilhão de sentimentos que tomavam seu corpo.

O maior olhou-o com os lábios entreabertos em completa surpresa.

De todas as possibilidades que tinha imaginado para que Ayan não o quisesse, aquela, definitivamente, era a que menos havia cogitado.

– E qual o problema disso? Nós podemos cuidar um do outro – contou baixo finalmente encontrando os olhos inchados do baixinho – Você cuidou de mim ontem, e, agora estou cuidando de você – lembrou suave.

– Eu não cuidei de você – Ayan afirmou secando sua pele – A gente fodeu porquê eu não sabia como te ajudar – assumiu sentindo a culpa, novamente, invadir seu corpo.

– E foder com você me ajudou mais do que qualquer outra coisa – Yok contou sério arrancando um sorriso irônico do menor.

– Então toda vez que você tiver triste tudo que eu tenho que fazer é dar pra você? – questionou retórico – Nossa eu realmente seria muito bom em consolar o meu próprio namorado! – exclamou incrédulo – Isso não vai funcionar, você sabe disso, não sabe? – indagou sério apertando ainda mais os punhos.

– Não precisa dar pra mim – Yok assumiu baixo – Se eu tiver você comigo com certeza eu vou ficar bem.. e.. não adianta, bêzinho.. você já é meu, e vai funcionar porquê eu quero que funcione – terminou sorrindo com os olhos reluzentes.

– Você é um idiota, Yok – Ayan insultou empurrando-o leve tentando conter uma risada – O mundo não gira ao seu redor, sabia? – perguntou revirando os olhos – As coisas não vão funcionar só porquê você quer que funcione! – exclamou sério arrancando uma risada nasal do maior que mais uma vez envolveu suas mãos entre as dele.

– Vão sim, até porquê há alguns minutos você disse que seria um namorado ótimo pra mim, e eu queria isso – provocou deixando um selar leve sobre a bochecha corada do menor.

– Foi uma frase retórica, idiota – resmungou apertando os lábios tentando esconder o sorriso que se formava.

– Eu só entendi que você ia ser meu namorado e é isso que importa – contou sorrindo – Agora vem, deixa eu lavar seu rosto pra gente poder ir passear – pediu levantando-o do sofá para que pudesse sair consigo.

Ayan questionou-se sobre como seu humor havia passado por todas as fases possiveis em questão de minutos, e, como a ansiedade que antes o atormentava, agora, havia dado lugar à risadas escondidas e um coração calmo.

Como em poucos minutos passou de desejar que Yok sumisse para desejar que ele passasse o resto da noite consigo?

Decidiu esquecer-se do plano, ao menos por aquela noite.

Seu dia já havia sido angustiante o suficiente, e, permitir-se estar ao lado de Yok certamente faria tudo aquilo desaparecer de sua mente.

Talvez passar uma noite tranquila ao lado dele faria-o acalmar-se para que no outro dia pudesse voltar a pensar em como despista-lo de vez.

Realmente não sentia-se preparado para relacionar-se.

E, seria infinitamente mais fácil se pudesse o explicar isso, mas, se o dissesse tal coisa, consequentemente teria de citar seu ex namorado, e, tudo que menos desejava era ter de lembrar-se do inferno que havia vivido.

(...)

– É.. eu? –

Obsession (YokAyan)Onde histórias criam vida. Descubra agora