Com amor, Cordélia (Daddy!)

Capítulo 21 | A noite em que você me fez sua

Ansiedade e agitação tomam conta de mim. Hoje é finalmente o dia em que a minha relação com Sr. Griffiths vai ser selada.

Quando se trata dos planos dele eu nunca sei o que esperar. Não sei para onde nós vamos ou o que Griffiths planeja, mas ele mesmo já me disse mais de uma vez que tudo o que eu preciso fazer é apenas confiar nele. Eu não tenho o menor problema em fazer isso, afinal, até agora Griffiths sempre me mostrou as melhores maneiras de fazer tudo. A incerteza misturada com senhor Griffiths, um homem que é maduro, responsável e preocupado comigo, não me deixa com medo, mas sim com muita ansiedade e curiosidade. É instigante.

No fim do dia, quando já quase tinha perdido a esperança de saber como me vestir, duas batidas soam na porta do meu dormitório. Corro desesperada e me deparo com um senhor de terno preto se afastar pelo corredor. Olho para o chão e encontro um pacote pequeno com uma carta em cima, ambos seguros por uma fita delicada marrom.

Entro, chuto a porta para fechá-la e abro a carta.

"Tudo o que vestir ficará lindo, minha bela Cordélia.

Mas já que solicitou meus conselhos..."

Em seguida abro o pacote e fico paralisada por um instante. Um colar fino, delicado e extremamente brilhante está esticado em uma almofadinha de veludo preta. É uma das jóias mais belas que eu já vi. Quando a pego, é mais pesada do que eu imaginava. Parece feita de minúsculos pedaços de cristais. O brilho que vem dela é gélido e reconfortante. No meio, uma pedra maior que parece ser um diamante de verdade e se tratando de senhor Griffiths, não tenho dúvidas de que realmente seja. É extremamente lindo.

Puxo um outro embrulho e encontro uma liga de perna que parece fazer conjunto com o colar. Ela é cravejada com os mesmos cristais, tão brilhantes quanto o colar. Pelo formato percebo que ela segura no quadril e desce até fazer a volta nas coxas. Me pergunto onde e como Griffiths vai me tocar com isso em meu corpo. Arrepio.

*

Londrinos são extremamente pontuais, então exatamente às 21h10 eu ainda não estou pronta, já que não sou de Londres.

Termino de passar o batom, quase me esqueço do perfume e volto para o quarto correndo. Antes de sair eu respiro fundo e abro a porta do meu dormitório pronta para encontrar Griffiths, no entanto, me surpreendo ao ver um homem de terno preto parado no corredor.

Ele confere o relógio e me olha com um ar de avaliação.

- Boa noite, senhorita. Vamos? - Pergunta, simplesmente, e estende a mão para pegar minha bolsa.

Eu assinto, ofereço a bolsa e caminhamos para fora do prédio ao encontro de um carro preto.

Deixei meus cabelos soltos em ondas formando cachos no final. Ele é pesado e tem um movimento suave e uniforme quando ando. Está bem preparado para... se movimentar. Minha maquiagem é básica, máscara de cílios e batom vermelho. Meu vestido - porque é claro que teria que ser um vestido para esta noite - é preto, de seda, apertado na cintura e soltinho no quadril. Marca meu corpo de uma forma singela e delicada e me lembra uma camisola sensual e chique. O decote da frente vai até o final do meio dos meus seios, mas como eu não tenho muito, fica um pouco reto. Ele é curto o bastante para ficar rente a liga de perna, mas não mostrá-la. Nos pés, um coturno preto.

Dez minutos depois chegamos ao destino: a biblioteca do senhor Griffiths. Realmente não sei o que Tom planeja, mas o lugar me traz segurança e conforto. Acho que não teria lugar melhor para me trazer e só percebi isso agora que estou aqui dentro. Me pergunto como Griffiths sabia disso antes de mim.

Entro e caminho pelo corredor central da biblioteca. Percebo que faz um tempo que eu não venho aqui comparado a frequência com que vinha antes.

A biblioteca está na penumbra, iluminada apenas pelas pequenas luzes das prateleiras de livros e pela luz da lua que entra pelas janelas ao redor da extensão do imenso lugar. É lindo.