Eu sinceramente não queria ter que ir embora. Queria passar mais uma noite com senhor Griffiths e depois mais uma e mais outra depois desta.
Passamos o dia no terraço da biblioteca. Tom buscou nosso café da manhã, depois pediu para que algum funcionário trouxesse o almoço e agora estamos com livros nas mãos, sentindo o sol de Londres na pele, já que o terraço é exposto com a redoma de vidro. Estou deitada na cama de barriga para baixo e pés para cima. Tom está sentado no chão atrás de mim, com as costas apoiadas no vidro.
Meu celular está desligado desde que tomamos café da manhã porque eu recebi uma ligação do trabalho. Não atendi, então eles me mandaram uma mensagem que eu não respondi.
- Sua bunda está me desconcentrando. - Tom murmura, parece mal-humorado.
Olho para trás em direção ao meu bumbum que está coberto pelo lençol da cama.
- Porque? Você nem consegue ver ele.
- Exatamente. Tire.
Não faço questão de me mover. O ar condicionado está bem mais gelado agora. Conforme o sol esquenta, o terraço fica mais quente e eu e Tom preferimos o frio ao calor. Por isso estou coberta.
- Não me faça levantar, Cordélia.
Dou risada e, contra minha vontade, tiro o lençol de cima do meu corpo. Não é porque eu não quero que Tom venha até mim, mas eu realmente preciso dessa pausa. Passamos não só a noite inteira, como a manhã fodendo. Se ele tivesse um tamanho moderado, poderia até estar tudo bem, mas Tom é gigante. Eu estou completamente dolorida lá embaixo, na bunda, no pescoço, nos seios, no ombro, na barriga... O homem é feroz na cama. Preciso desse tempo para me recuperar ou vou sair daqui direto para o hospital.
- Hum, muito melhor. - Tom diz. Um sorriso repuxa meus lábios. Eu estou terrivelmente apaixonada. Me dói pensar que mais tarde vou ter que ir embora de volta para meu dormitório, para a minha vida e ele para a dele...
O celular de Griffiths toca. Viro-me para ele.
- Número desconhecido. - Ele explica e atende. - Sim. Ah, sim, claro. - Dá uma risada leve. - Compreendo. Um instante. - Tom vem até mim e me entrega seu celular.
Franzo o cenho e atendo. Quem poderia estar me ligando no celular de Tom? Quem sabe sobre nós?
- Cordélia? Você não se cansa de ser irresponsável? - A voz de Vivi soa estridente. Não sei como não escuto ela gritando daqui de cima.
- Vivi, sua voz não se parece com a dele nem um pouco, temo que vou ter que desligar... - Digo tirando lentamente o celular do ouvido, enquanto Tom ri do meu lado por causa da minha declaração.
Tom deita na cama para escutar a conversa junto comigo. Ele olha para o céu nublado de Londres e acaricia minhas costas nuas.
- Não, Cordélia! - Vivi grita. Mais uma vez. - Sabe que Drevon veio atrás de mim?
- Isso é bom, não é? Você não estava interessada?
- Não. Ele veio atrás de mim procurando você, super preocupado porque não sabe onde você foi parar desde a manhã de ontem. Você e essa mania de sentir como se estivesse seja lá em qual época e ficar incomunicável. É irritante.
- Vivi, foco. Qual é o foco da ligação? - Não estou preocupada. Ambos são adultos e conseguem viver sem mim.
- Drevon, Cordélia. - Ela fala nervosa - Eu não sei o que falar para ele. Ele não sabe de você e o senhor Griffiths. O que eu deveria explicar? Não sei o que falar para ele. Não sei mentir, você sabe disso. - Arregalo meus olhos e espero que Tom não tenha escutado isso, mas quando volto meu olhar para o rosto dele, ele apenas me encara com os olhos cerrados. Merda.
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Com amor, Cordélia (Daddy!)
RomanceCordélia foge do passado perigoso para a cidade grande e conhece um bilionário vinte anos mais velho que ela. O relacionamento dos dois é intenso desde o começo, mas tudo parece conspirar contra o final feliz do casal. A relação é ameaçada por segr...