Capítulo 36 | O meu primeiro amor

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Gatilhos: agressão e estupro. Cenas explícitas!!! Por favor, pula se você for sensível. 


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Cordélia

Merino está ao meu lado. Ele segura minha mão e a beija, então sobe o doce toque de seus lábios pelos meus braços, ombros, pescoço e, antes de chegar em minha boca, ele olha profundamente em meus olhos, me diz que sou dele e finalmente beija meus lábios. Meu coração afunda com tamanha ternura. Eu nunca havia sentido isso antes, o cuidado, a paixão, o amor completo de alguém por mim. 

Ele separa nossas bocas e eu observo seus olhos verdes, os cabelos grandes e loiros que caem despenteados sobre meus ombros e rosto e emolduram perfeitamente a face iluminada dele. Ele é lindo.

Merino diz que tem a mesma idade que eu, mas não parece. Ele não estuda e tem a vida e a aparência de alguém pelo menos cinco anos mais velho do que eu. Embora o olhar dele seja despreocupado e sossegado como o de um adolescente, tão diferente do meu olhar perdido e sufocado.

É a primeira vez que eu venho para a casa de Merino. Estamos completamente sozinhos. É também a primeira vez que fico sozinha com um garoto da minha idade. A primeira vez que eu me apaixono por alguém e sou correspondida. 

Merino volta a me beijar, desce as alças do meu vestido e diz, entre um toque e outro, na pausa entre os beijos, que me ama, que sou dele, que me acha linda. Sinto meu rosto esquentar e não sei como reagir. Só consigo me concentrar em sentir ele em cima do meu corpo, buscando todos os meus sentimentos brilhantes, intocados, e os trazendo para fora. Derramo-me nele. Estou completamente apaixonada.

Merino desce pelo meu corpo e beija minha barriga. Agito-me sentindo cócegas e arquejo quando ele sobe o meu vestido até a cintura e coloca sua boca no meio de minhas pernas. Meus olhos viram para trás encontrando uma janela incrivelmente grande. Eu olho para fora, para o belo céu, inclinando-me contra os beijos de Merino em minha intimidade, tentando deixar para trás as lembranças do toque agressivo e indesejado daquele que mais me fez mal.

Merino abre minhas pernas com gentileza e, pela primeira vez, exposta com um homem, eu sinto-me confortável. Desta vez eu quero. Eu escolhi estar aqui. 

Observo o belo cabelo loiro de Merino escorregando pela minha barriga e pernas. Ele me olha de volta, ainda com a língua para fora, fazendo um fogo espalhar-se pelo meu ventre. Eu sustento seu olhar descarado até não aguentar mais e, fechando os olhos, contorço-me sob sua boca, contendo um gemido alto de prazer, sentindo aquela quentura dominar meus sentidos, fazendo-me tremer, perder o ar e em seguida despir-me de todas as forças do meu corpo.

Quando abro os olhos, observo o céu rosado e lindo deste fim de tarde, as nuvens tão finas e tão próximas que sinto que se eu me esticar o bastante posso atravessá-las com minha mão.

Guiando meu olhar para ele, Merino diz que me ver delirando sob sua boca com a luz laranja do sol banhando meu corpo nu é a visão mais bela que ele já teve a oportunidade de contemplar. Eu sorrio um tanto envergonhada e ele aperta minhas bochechas fazendo meus lábios se espremerem e me dá um beijo que estala e nos faz rir. Ele encosta a testa contra a minha e fecha os olhos, deixa-me observando aqueles lindos cílios claros e seu rosto masculino, seu cheiro fresco de plantas silvestres e cigarro banhando-me, viciando-me.

Estou no chão do quarto de Merino, nua e soluçando. Ele me empurrou, mas não sei ao certo porquê. Fez muito dinheiro na noite anterior. Nós estávamos bem. Dormimos juntos abraçados e ele me fodeu duas vezes desde que acordamos. 

Tenho medo de olhar para ele e ver o ódio em seu rosto, então apenas o escuto gritar ofensas para mim. Todas são verdades. Mas quando assinto, concordando com ele quando me chama de imunda, fraca e inútil, ele me bate. Merino chuta minhas costelas e puxa meu cabelo com violência, fazendo-me olhar para ele, assustada e com dor. 

Com amor, Cordélia (Daddy!)Onde histórias criam vida. Descubra agora