Learning To Love

•ɪɴǫᴜɪᴇᴛᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ•

Estado de inquieto, do que se acha em agitação.

Estado de preocupação; desassossego que impede o repouso, a paz, a tranquilidade; nervosismo

Maiara Point of view

Senti meu estômago embrulhar pela quinta vez só nos últimos dez minutos. Eu não sabia, e ainda não sei, como explicar tudo que estou sentindo. É um grande misto aonde a ansiedade prevalece. Meus olhos focavam no movimento inquieto que meus pés faziam.

Inquieta. Ótima definição para mim, pelo menos naquele instante era o mais representativo, há poucos minutos meu coração estava tão rapido e acelerado que eu tive medo, meus passos repetitivos e em forma de círculos estavam deixando minha irmã tonta, e foi nesse exato momento em que ela me colocou sentada na cama, me abraçou e acariciou meus cabelos por longos minutos até me sentir novamente calma.

Maraisa disse que iria se trocar e que assim que terminasse me avisaria quando poderia descer pra tomar café, e desde então estou aqui em cima da cama parecendo uma criança esperando Maraisa me chamar.

Apesar de agora calma, minha mente ainda era rodeada de pensamentos que por mais que eu não queira, me enchiam de duvidas e suposições antecipadas de como eu me sairia sendo mãe.

- Ei irmã, vem... vamos descer! – Maraisa disse com um sorriso acolhedor. – Vamos alimentar você e seu feijãozinho!

- Feijãozinho? - sorri de lado achando fofo o seu jeito
.

- É... enquanto não sabemos o que é, não posso chamar por um nome, então será nosso feijãozinho. – disse acariciando minha barriga enquanto me empurrava sútil e levemente pra frente indicando que deveria seguir o caminho em direção a mesa.

- Acho que vou comer só alguns biscoitinhos e um suco, irmã! – disse fazendo uma rápida careta ao sentir meu estômago reagir ao cheiro das diversas comidas na mesa do café.

- Uai, cê precisa comer mais. Que isso, Maiara? Agora não é só você, lembre-se que você se alimenta por dois agora, isso pode fazer mal pra você ou pro bebê. – falou enquanto puxava em um gesto de cuidado a cadeira para eu sentar.

- Fica tranquila, eu só não acho que nada aqui vai descer agora, estou um pouco enjoada, mas eu prometo comer algo a mais quando voltarmos, pode ser? – olhei-a e sorri ao vê-la assentir com a cabeça, entretanto o bico nos lábios mostrava sua clara negação com a ideia.

Peguei alguns biscoitinhos e enchi meu copo com suco de maracujá, encostei minhas costas na cadeira relaxando pela primeira vez naquele dia.

- Você já pensou em algum nome? – Maraisa perguntou e logo após mordeu um enorme pão de queijo me fazendo rir de lado.

- Hm, não... Na verdade, ainda nem consegui processar tudo, é muito cedo, acho que só vou pensar de fato em um nome do feijãozinho nos últimos meses ou quando nascer e eu ver o rostinho. – sorri e senti o olhar alegre de Maraisa sobre mim. – O que foi, irmã? – perguntei confusa e então seu olhar desceu sendo acompanhado pelo meu.

Minhas mãos acariavam levemente a barriga sem nenhum volume. Sorri de lado, estava tão preocupada e ansiosa, que se quer notei que fazia aquilo e a felicidade que me rodeava naquele momento. Eu ia ver meu bebê. Um pedacinho meu.

- Bem, - levantou limpando as migalhas das mãos na calça – vamos?

- Vamos! – segui Maraisa em direção ao carro.

O caminho foi repleto de conversas aleatórias, Maraisa insistiu que iria dirigindo e eu nem ousei contrária-la, estava ansiosa demais para ficar no volante. Minha irmã estava muito animada, chegava a parecer que era ela quem estava grávida. A morena falava dos diversos planos que tinha para o bebê e eu somente sabia sorrir, era linda a sua animação para tudo que estava acontecendo. Porém, eu não podia fingir que estava completando tranquila e a vontade com aquela situação.