•ʜᴇsɪᴛᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ•

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Uma semana depois...

Maiara point of view

Após alguns dias retornei para casa, por ter sido um parto normal não havia necessidade de ficar internada, mas precisávamos de suporte. Confesso que isso me assustou porque nos dois dias que fiquei no hospital as enfermeiras me ajudavam a cuidar das gêmeas, então eu me sentia confortável com tanta ajuda, mas quando cheguei em casa a realidade de que agora eu era mãe de duas meninas veio à tona.

Maraisa tentava me fazer entender que eu não estaria sozinha, que teria toda ajuda possível com as bebês, mas sabe aquele ponto decisivo da vida em que tudo toma uma rota diferente do que você planejou a vida toda? Pois bem, desde o dia que cheguei em casa e adaptei toda a minha antiga rotina para a minha nova rotina, que era ser mãe de duas garotinhas, sinto que a antiga Maiara que sonhava em ganhar o mundo com a sua arte deu espaço para a nova Maiara que ainda quer conquistar o mundo, mas agora tem prioridades maternas.

Mesmo que eu estivesse falhando miseravelmente nessa missão, hoje quero conquistar o mundo, quero cantar em cada cantinho do Brasil, mas quero principalmente voltar pra casa. Quero me tornar uma pessoa melhor do que já sou e tudo por elas e pra elas. Agora eu sou mãe, mãe de gêmeas!

A noite mais uma vez havia sido complicada, as gêmeas acordaram mais de três vezes, despertando Henrique e eu, nós tentávamos revezar e até mesmo Maraisa levantou para ajudar. Minha mãe viria hoje novamente já que ela havia ido embora há dois dias para resolver assuntos de saúde.

No momento, eu estava pensando em que hora do dia poderia lavar o meu cabelo, porque perdi esse direito há uma semana. Sentada em uma poltrona dando de mamar para uma das gêmeas enquanto a outra estava deitada ainda dormindo (pela graças de Deus) pensei em como tudo mudou.

Agora era assim, eu calculava exatamente o tempo em que poderia fazer minhas coisas pessoais no momento em que ambas dormiam ou quando alguém me ajudava. Cantarolava uma cantiga calma que minha mãe cantava para mim quando firmava na tentativa de fazer a neném dormir e eu poder tomar banho e quem sabe lavar o cabelo antes a hora do almoço.

- Maia... - ouvi a voz de Paulinha entrando no quarto e na mesma hora levantei a mão pedindo que ela falasse mais baixo para não acordar as duas bebês de vez.

- Desculpa... - Paulinha falou em um sussurro. - Irmã, vim falar com você sobre as bebês, os repórteres já sabem que você teve as nenenzinhas e querem uma entrevista, nota oficial para o jornal e... - voltei a levantar a mão interrompendo ela.

- Não quero falar disso ainda, no momento certo eu anuncio direito a chegada das minhas filhas e falo alguma coisa! - Me levantei para colocar a bebê no berço calmamente, orando para que ela não acordasse. - Isso filha, shiiii...

Levantei as mãos aos céus agradecendo as duas estarem quietas e segui até o banheiro com Paulinha vindo atrás de mim.

- Irmã, o Henrique está lá em baixo? - perguntei enquanto tirava as roupas para entrar dentro do box.

- Está sim, chegou quase agora. Ele e a Maraisa estão conversando na cozinha, quer que chame? - perguntou a morena enquanto dobrava minhas roupas.

- Não, só olha as gêmeas enquanto eu tomo um banho rápido! - Paulinha assentiu e saiu do banheiro, tentei ser rápida no banho e aproveitei para finalmente lavar o cabelo.

Saí do box enrolada em um roupão e colocando a toalha no cabelo para secar. Ao sair pela porta vi Henrique com uma das gêmeas no colo balançando-a, o olhar de pai bobão que ele tinha sobre elas era tão fofo, me derretia muito essa conexão que eles tinham de pai e filhas.

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