Learning To Love

•sᴇʀᴏᴛᴏɴɪɴᴀ•

Narrador point of view

Henrique despertou pela quinta vez naquela madrugada, se virou para o lado e viu sua noiva comendo algumas uvas e mexendo no celular. Olhou para o relógio e marcava quase 6h da manhã.

- Ainda não dormiu? - sua voz rouca ecoou baixo pelo quarto.

- Dormi... aí acordei, depois dormi de novo, acordei e então tentei dormir e depois desisti! - A ruiva sorriu de lado e deu um beijo na testa do moreno.

- Não tomou nenhum remédio ou chá? - Ele puxou a menor para se aconchegar no seu peito. - Vai dar tudo certo!

- Estou empolgada, acho que minha adrenalina nunca esteve tão alta! - Ela murmurou antes de fechar o pote com algumas uvas, as deixando no móvel ao lado, e se aconchegou a ele. - Falta muito para a hora de levantar? Ou melhor, para às 22hrs?

- Amor, acho que essa é a terceira vez que acordo e você me pergunta isso! Parece uma criança. - Ele esconde o rosto entre os cabelos da ruiva, sentindo o perfume dos fios. - Acho que estou tendo uma prévia do que terei com as pequenas!

- Estou com um frio na barriga. E se algo der errado? E se eu não conseguir cantar ou animar o público?

- Isso é impossível, você é a melhor cantora que conheço, vai mandar muito bem como sempre!

- Meu deus, e se eu errar as letras? – perguntou preocupada.

- Bom, isso eu não posso negar... É provável que aconteça! – disse bem humorado recebendo um tapa da ruiva. – Ai, você sabe que não consegue decorar as letras de música, mas isso nunca foi problema porque tem Teleprompter. Só relaxa, vai ser incrível, é um momento importante pra vocês. Queria estar lá pra ver!

Maiara point of view

Franzi o cenho ao ouvir o moreno falar. Como assim "Queria estar lá para ver"?, levantei minha cabeça e encarei seus olhos.

- Não entendi, Ricelly! – disse confusa.

- Me ligaram ontem a tarde, Juliano e eu teremos uma participação de última hora. Eu disse que hoje seria a volta aos palcos, mas disseram que era inevitável... você entende, não é?

- Claro! - murmurei com a feição triste me deitando novamente em seu peito.

- Meu amor, não fica assim... Você estava tão animada, não quero que isso tire sua felicidade, vai dar tudo certo! Vou acompanhar tudo pelo celular.

- Não é a mesma coisa! – respondi com um bico nos lábios. - Mas tudo bem, é o nosso trabalho! - Me levantei ainda um pouco desapontada com a informação. - Vou dar bom dia pra Maraisa já que não vou conseguir dormir mesmo!

Lhe dei um beijo na bochecha e sai do quarto, indo até o da minha irmã. Eu sabia que Marília estava no quarto também e por isso me mataria por acordá-la cedo, mas eu precisava da minha irmã, precisava extravasar um pouco da ansiedade que sentia. Bati duas vezes na porta, mas não ouvi nada do outro lado, resolvi girar a maçaneta e a porta não estava trancada, então entrei devagar. Marília e ela estavam dormindo abraçadas, então dei a volta até o pé da cama e não hesitei em me enfiar no meio das duas.

- Hm... que isso? - Marília resmungou baixou e abriu um olho para ver o que estava rolando. Ao ver que era eu, ela nada falou, apenas abraçou minha cintura enquanto eu escondia minha cabeça em seu pescoço, aspirando o cheiro de seus fios.

- Está tudo bem? - A loira questionou. Mesmo sem me virar para ela, podia sentir seu olhar de preocupação, fechei meus olhos e respirei fundo.

- Não consegui dormir, estou ansiosa pra hoje e o Henrique acabou de dizer que não vai poder ir ao show... mas está tudo bem! É o trabalho dele!