•ɴᴀᴛᴀʟ• 1/2

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Narrador point of view

Era manhã de véspera de Natal, Maiara acordou animada, abrindo a janela e deixando o ar gostoso daquela manhã invadir o quarto, colocando somente suas pantufas de coelho, que combinavam com a calça larga estampada. Ela começou a passar pelos quartos em busca de acordar a todos.

Assim que teve a certeza de que todos estavam acordados lá embaixo na sala de estar, foi ao quarto das filhas para checar o sono da meninas, e não fora surpresa nenhuma quando notou que ambas dormiam tranquilas com seus pijaminhas minúsculos listrados de vermelho.

A ruiva chegou na sala, onde todos estavam acordados, de pé, com seus pijamas em fileira, organizados para que ficassem bem de frente para Maiara, apesar de não estarem tão contentes com a ideia de acordar cedo todos pareciam normais, exceto Marília que tinha uma boa carranca na cara e um bico enorme de quem gostaria de estar, ainda, na sua caminha quentinha agarrada em sua namorada.

- Tira essa cara de bunda, Marília! Vamos arrumar essa casa pra festa, é véspera de natal! - Maiara disse animada dando pulinhos como se fosse uma criança.

- Maiara, ninguém acorda às oito horas da manhã pra arrumar a casa pra festa, muito menos quem foi dormir às cinco. E tem um batalhão de gente contratada justamente pra fazer isso! - reclamou Marília.

- Mas é o primeiro natal das iguaizinhas e nós vamos sim fazer algumas coisas pra elas vivenciarem essa experiência! - Retrucou Maiara.

- Elas não foram acordadas junto com a gente, não sabem cozinhar, não sabem ajeitar as bolas de natal, só engolir elas... Então não vão vivenciar essa experiência agora às oito da manhã... Podemos fazer elas vivenciarem isso depois das onze? - perguntou Marília.

- Não, a gente vai começar o natal agora! - respondeu com sorriso no rosto como se não tivesse ouvido nada. - Já está tudo encaminhado como todo o ano, contratei algumas pessoas que já estão arrumando as coisas, mas esse ano cada um vai ter uma função!

- Ela me ouviu? - perguntou Marília sarcástica.

- Não, ela está surda desde que a palavra natal entrou nessa casa! - resmungou Henrique.

- Minha mãe tá no quarto ainda, mas ela combinou de além do que as meninas que contratamos vão cozinhar fazer alguns pratos que são especialidades dela e da Ruth... E nós temos que finalizar as decorações, já estavam prontas, mas acabei comprando algumas coisas diferentes do que a mãe escolheu e agora tô na dúvida!

- Se a mãe tá no quarto ainda, então tchau! Boas experiências para os três! - Maraisa falou se virando em direção a escada, sendo logo puxada por Marília.

- Se eu vou ficar, cê também vai! - falou a colocando em sua frente e logo a abraçando pela cintura.

- Engraçadinha! - Maiara fingiu uma risada recebendo língua da irmã. - Só não acordei a mãe porque...

- Cê tá com medo de levar esporro! - completou Maraisa com sorriso convencido.

- Não tô não! - disse Maiara rapidamente.

- Tá bom, menina... Já que não vou dormir, qual a nossa função? Passa logo a matéria! - disse Marília impaciente fazendo Henrique rir.

Aquele natal parecia coisa de outro mundo, além de ter sido jogado na mesa a ideia dessa comemoração muito em cima da hora, tudo que o envolvia gerava algumas pequenas confusões, a começar pelo detalhe mais pensado por Maraisa.

Uma semana antes...

- Eu falei com a minha mãe, com a tia Ruth e com a Zaida e elas não se importam em ficar responsáveis pela organização, contanto que a gente deixe tudo adiantado e anote algumas coisas que pensamos...

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