Uᴍ Tᴏǫᴜᴇ ᴅᴇ Esᴄᴜʀɪᴅᴀ̃ᴏ| ❝No futuro... Se por algum milagre você achar que é capaz de se apaixonar de novo, se apaixone por mim. ❞
Depois da morte de Feyre no parto do seu primeiro filho, Rhys se fechou completamente, tornando-se o tão temido grão-se...
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Hella se afastou de Rhys assim que ele pousou em uma das varandas da Casa do Vento, ela passou a ponta dos dedos no cabelo o arrumando da melhor maneira que conseguia, Rhys a observou com o cenho franzido e tocou seu pulso a fazendo parar e olhá-lo.
— Seu cabelo está do mesmo jeito de antes — Falou baixando a mão, Hella apertou os olhos em sua direção e concordou passando as mãos na saia do vestido e em seu busto como se espantasse uma sujeira invisível — Hella.
— O quê? — Perguntou impaciente o olhando de novo, Rhysand ficou em silêncio por alguns segundos e apertou levemente seu pulso que ele ainda segurava.
— Você não está suja — Murmurou e a boca de Hella se abriu ligeiramente — Aquilo não foi sua culpa.
Não tinha nada a ver com sujeira, Hella sabia. Aquela sua obsessão por estar sempre arrumada e limpa ou os tantos banhos que ela tomava por dia não se tratavam apenas por vaidade, Rhys reparou isso quando notou que ela sempre se observava em uma lugar reflexivo ou que deslizava as mãos por sua roupa como se quisesse remover algo.
Aquela camada de nojo que ela sentia de si por conta do que lhe causaram na infância, ainda estava ali, escondida debaixo de toda aquela avaliação exagerada de si mesma. Rhys sabia disso porque ele é assim, ele se lembra, ele tenta superar tudo aquilo, mas a sensação constante de que os acontecimentos do estupro ficaram gravados em sua pele lhe trouxeram essa mania, assim como com Hella.
— Do que está falando? — Ela sequer notava.
Rhys descansou as mãos nos bolsos da calça e encarou o parapeito da varanda. Ele não sabia se deveria tocar naquele assunto, pelo o que ele entendeu, Hella era apenas uma criança quando tudo aconteceu e se para ele que já tinha conhecimento foi um choque que lhe causou um trauma horrível, para Hella… Ele não é capaz de imaginar.
Rhys não consegue imaginar como tudo deve ter sido tão confuso para ela, como se sentiu machucada depois de descobrir o que era o “presente” e que aquela dor imensa foi causada por alguém que deveria amá-la e protegê-la...
— Do que você está falando? — Hella exigiu saber entrando na sua frente.
— Você se culpa? — Perguntou olhando-a nos olhos.
— O que? — Hella franziu o cenho.
— Muitas pessoas se culpam em situações assim, principalmente quando alguém diz que elas são culpadas — Rhys continuou e Hella cerrou os punhos entendendo.
— Que situação? — Questionou apertando o maxilar.
— O seu trauma — Respondeu em um sussurro, Hella o olhou com indignação e deu passos para trás.
— Não vamos falar sobre isso.
— Ele te atormenta em suas memórias? — Rhys perguntou novamente, Hella cerrou os punhos e seus olhos escureceram, ela deu as costas para ele temendo que ele a visse em sua forma selvagem — Sua mãe culpa você.
