Não bastasse o final de noite frustrado, Lee tinha passado o dia seguinte péssimo porque Jisung ficara sem responder as suas mensagens até quase a hora do trabalho, por volta das cinco. Raramente o mais novo negava a carona, mas tinha se limitado a dizer sucintamente que estava próximo do Me-Waw para ir a pé e que se encontrariam por lá.
Não era possível que tinha ficado na casa de um sujeito que sequer conhecia todo aquele tempo. Fazendo o que, afinal de contas? Como conseguia dividir a intimidade com um estranho daquele jeito tão simples?
— Boa noite, princesa do Reino Tão, Tão Grosseiro. Está melhorzinha hoje? — Binnie perguntou ao colocar-se ao lado de Minho, destravando a porta de seu armário.
— Você tirou a semana pra me torrar? — Lee disparou sem mirá-lo, pendurando o casaco antes de pegar o dolmã azul escuro e tirá-lo do cabide.
— Você que anda com o humor um maracujá azedo. Que foi, Minho, problemas no paraíso? — o sorrisinho de deboche estava no rosto, mas Binnie estava oferecendo um ombro amigo sincero. Apesar das provocações, eram amigos há alguns anos, afinal de contas.
— Não. Eu acho que estou cansado, só isso — coçou a sobrancelha, ficando pensativo por alguns momentos.
— Pede uns dias livre, então — moveu os ombros. — Senão, daqui a pouco sua comida vai começar a ficar tão azeda quanto a sua cara. — zombou, correndo os olhos de um lado para o outro em uma constatação muda. — Ué. Cadê a sua sombra? — Era muito raro ver Lino longe de Jisung, os dois pareciam ter nascido grudados com cola permanente.
— Não tenho tempo pra férias. E ele não veio comigo — Lee murmurou enquanto vestia e fechava os primeiros botões do uniforme. Podia parecer que não queria conversa, mas a verdade era que aquilo era tudo o que sabia, também. — Deve estar chegando logo mais.
— Boa noite! — a voz conhecida de Jisung preencheu o ambiente, fazendo-o ganhar uma olhadela por cima do ombro de Changbin e Minho.
— E aí, Hannie, achei que você tinha sido abduzido — Seo brincou. Com aqueles gostos meio malucos que o mais novo tinha, não se surpreenderia se os extraterrestres pensassem que Hannie era um colega que tinham esquecido na Terra sem querer depois de uma noite de farra interplanetária.
— Achou errado, le pupú — Jisung riu baixo, dirigindo-se para o seu armário. Jisung vivia inventando palavras em francês e a maioria delas fazia zero sentido. — A população alien tem que comer muito lámen pra me tirar dos pecados mundanos.
— Tô sabendo — Binnie fechou a porta de seu armário, abotoando o dolmã enquanto caminhava pelo vestiário. As mangas da peça sempre ficavam justas em seus braços, mas a gerência insistia em dizer que era padrão. Padrão pra quem? Pra ala fitness que não era. — Alguém já viu cozinheiro de dolmã cavado? Tô pensando em fazer uma intervenção aqui — moveu os braços em pequenos círculos, incomodado.
— Pelo amor de Deus — Minho sentia arrepios só de imaginar algo do tipo. — Isso é um uniforme, não uma abadá, Seo. A gente não é obrigado a ficar vendo esses seus braços de cavalo, deixa as mangas aí — murmurou ranzinza, fechando a porta de seu armário também.
— Também te amo, viu, Lee? — Changbin revirou os olhos e em uma careta e balançou a mão, indicando que estava indo para a cozinha. — Dá licença agora que o cavalo aqui vai relinchar lá na cozinha — saiu logo em seguida.
O mais velho caminhou até Han logo depois, parando encostado no armário mais próximo. Ia falar qualquer coisa, no entanto barrou-se e contraiu os olhos quando notou que Jisung estava de cabeça baixa, evitando o contato visual.
— Tudo bem? Fiquei preocupado com você, demorou pra me responder — Lee comentou suavemente, tentando parecer descontraído. Não queria parecer uma mãe chata, afinal de contas.
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Be my Chef! | MinSung
FanfictionLee Minho e Han Jisung frequentaram a escola culinária juntos e trabalham no renomado restaurante Me-Waw. Apesar de possuírem personalidades completamente diferentes, a amizade entre os chefs poderia ser considerada perfeita... se um deles não tives...